Desde a eleição do governador, familiares adquiriram bens com valor declarado abaixo dos preços de mercado
Rodrigo Rangel e Leandro Colon,
BRASÍLIA -EstadãoA recente expansão do patrimônio imobiliário do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), se estende a agregados da família. São imóveis comprados - com valores declarados bem abaixo dos preços de mercado - desde a vitória de Arruda nas eleições de 2006. Só em 2009, a atual sogra do governador, a professora aposentada Wilma Vitoriana de Mello Peres, comprou dois apartamentos em Águas Claras, o mais novo paraíso dos investimentos no mercado imobiliário de Brasília.
Dois filhos do governador - um deles estudante - compraram outros dois apartamentos na região recentemente. E a primeira-dama, Flávia Arruda, registrou em março a propriedade de um imóvel no mesmo prédio em que a mãe fez negócio. Juntos, esses cinco imóveis valem, pelo menos, R$ 1,3 milhão.
Esses apartamentos se juntam ao levantamento publicado pelo Estado no dia 6 de dezembro e que revelou um crescimento de mais de 1.000% no patrimônio de Arruda em relação aos valores informados por ele nas declarações de renda entregues à Justiça Eleitoral nas duas últimas eleições. A reportagem revelou ainda o hábito de o governador registrar bens em nome dos filhos. Agora, descobre-se que, desde a vitória nas eleições de 2006, mais imóveis foram comprados em nome dos filhos, além dos bens adquiridos pela sogra e a atual mulher.
Arruda á apontado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, como o líder do suposto esquema de propinas que ficou conhecido como mensalão do DEM. O ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, seria o responsável pela arrecadação de dinheiro entre empresas que mantinham contratos com o governo e pela distribuição dos pagamentos a integrantes do esquema.
ADVOGADO PAUPÉRIO
Wilma Peres é casada com Heraldo Paupério, advogado que Arruda bancava até pouco tempo para defender Barbosa, que deflagrou o escândalo de corrupção no governo do DF. Gravação feita por ele indica que os serviços de Paupério eram pagos com dinheiro do esquema.
Os apartamentos registrados em nome da sogra do governador foram comprados em abril e agosto de 2009, de acordo com levantamento feito pelo Estado nos cartórios de registro do DF. Wilma e Paupério negaram-se a revelar à reportagem a origem do dinheiro usado nessas aquisições. Pelos valores declarados oficialmente, os dois imóveis - um apartamento de três quartos e uma quitinete - teriam custado R$ 219 mil. O valor de mercado, porém, é superior.
A quitinete, que no papel teria sido adquirida por R$ 49 mil, vale R$ 140 mil. O apartamento também está subvalorizado. Ao cartório, Wilma informou ter fechado o negócio por R$ 170 mil: sinal de R$ 120 mil mais R$ 49 mil financiados em 23 prestações de R$ 2.169. Apartamentos semelhantes, no mesmo prédio, são vendidos a R$ 350 mil, segundo imobiliárias. Wilma teria comprado os imóveis para investir. Até a semana passada, ambos estavam vazios. A quitinete, segundo funcionários do prédio, foi entregue a um corretor para que fosse alugada.
No mesmo edifício, a primeira-dama Flávia Peres Arruda também adquiriu uma quitinete. A escritura foi lavrada em março de 2009. Flávia declarou ter pago R$ 50 mil, menos da metade do valor de mercado.
EM NOME DOS FILHOS
Há outros dois apartamentos em nome de filhos de Arruda. Um deles, de 120 metros quadrados, foi registrado em abril de 2008 por Fernando Sant"Ana Arruda, de 23 anos. Valor registrado em cartório: R$ 170 mil. No mesmo condomínio, outra filha do governador, Bruna Sant"Ana Arruda, de 32 anos, comprou apartamento em dezembro de 2006. Ao cartório, Bruna informou ter pago R$ 157 mil. Cada um vale hoje R$ 350 mil. Fernando Arruda é estudante. Bruna, formada em Direito, trabalha como assessora no Tribunal de Justiça do DF.
A exemplo da sogra Wilma Peres, Fernando e Bruna adquiriram os apartamentos para investimento. O de Bruna estava vazio na semana passada. "Faz um bom tempo que esse apartamento está desocupado", disse um funcionário do residencial. O apartamento registrado em nome de Fernando está alugado. O valor do aluguel no prédio é de, em média, R$ 1.300 por mês. Os dois filhos de Arruda declararam ter comprado os apartamentos da Cooperativa Habitacional Econômica Primavera, criada em 1992 por empregados do Metrô do Distrito Federal. Nas investigações da Operação Caixa de Pandora, o Metrô é apontado pelo denunciante Durval Barbosa como uma das fontes de renda do esquema montado por Arruda.
Dois filhos do governador - um deles estudante - compraram outros dois apartamentos na região recentemente. E a primeira-dama, Flávia Arruda, registrou em março a propriedade de um imóvel no mesmo prédio em que a mãe fez negócio. Juntos, esses cinco imóveis valem, pelo menos, R$ 1,3 milhão.
Esses apartamentos se juntam ao levantamento publicado pelo Estado no dia 6 de dezembro e que revelou um crescimento de mais de 1.000% no patrimônio de Arruda em relação aos valores informados por ele nas declarações de renda entregues à Justiça Eleitoral nas duas últimas eleições. A reportagem revelou ainda o hábito de o governador registrar bens em nome dos filhos. Agora, descobre-se que, desde a vitória nas eleições de 2006, mais imóveis foram comprados em nome dos filhos, além dos bens adquiridos pela sogra e a atual mulher.
Arruda á apontado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, como o líder do suposto esquema de propinas que ficou conhecido como mensalão do DEM. O ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, seria o responsável pela arrecadação de dinheiro entre empresas que mantinham contratos com o governo e pela distribuição dos pagamentos a integrantes do esquema.
ADVOGADO PAUPÉRIO
Wilma Peres é casada com Heraldo Paupério, advogado que Arruda bancava até pouco tempo para defender Barbosa, que deflagrou o escândalo de corrupção no governo do DF. Gravação feita por ele indica que os serviços de Paupério eram pagos com dinheiro do esquema.
Os apartamentos registrados em nome da sogra do governador foram comprados em abril e agosto de 2009, de acordo com levantamento feito pelo Estado nos cartórios de registro do DF. Wilma e Paupério negaram-se a revelar à reportagem a origem do dinheiro usado nessas aquisições. Pelos valores declarados oficialmente, os dois imóveis - um apartamento de três quartos e uma quitinete - teriam custado R$ 219 mil. O valor de mercado, porém, é superior.
A quitinete, que no papel teria sido adquirida por R$ 49 mil, vale R$ 140 mil. O apartamento também está subvalorizado. Ao cartório, Wilma informou ter fechado o negócio por R$ 170 mil: sinal de R$ 120 mil mais R$ 49 mil financiados em 23 prestações de R$ 2.169. Apartamentos semelhantes, no mesmo prédio, são vendidos a R$ 350 mil, segundo imobiliárias. Wilma teria comprado os imóveis para investir. Até a semana passada, ambos estavam vazios. A quitinete, segundo funcionários do prédio, foi entregue a um corretor para que fosse alugada.
No mesmo edifício, a primeira-dama Flávia Peres Arruda também adquiriu uma quitinete. A escritura foi lavrada em março de 2009. Flávia declarou ter pago R$ 50 mil, menos da metade do valor de mercado.
EM NOME DOS FILHOS
Há outros dois apartamentos em nome de filhos de Arruda. Um deles, de 120 metros quadrados, foi registrado em abril de 2008 por Fernando Sant"Ana Arruda, de 23 anos. Valor registrado em cartório: R$ 170 mil. No mesmo condomínio, outra filha do governador, Bruna Sant"Ana Arruda, de 32 anos, comprou apartamento em dezembro de 2006. Ao cartório, Bruna informou ter pago R$ 157 mil. Cada um vale hoje R$ 350 mil. Fernando Arruda é estudante. Bruna, formada em Direito, trabalha como assessora no Tribunal de Justiça do DF.
A exemplo da sogra Wilma Peres, Fernando e Bruna adquiriram os apartamentos para investimento. O de Bruna estava vazio na semana passada. "Faz um bom tempo que esse apartamento está desocupado", disse um funcionário do residencial. O apartamento registrado em nome de Fernando está alugado. O valor do aluguel no prédio é de, em média, R$ 1.300 por mês. Os dois filhos de Arruda declararam ter comprado os apartamentos da Cooperativa Habitacional Econômica Primavera, criada em 1992 por empregados do Metrô do Distrito Federal. Nas investigações da Operação Caixa de Pandora, o Metrô é apontado pelo denunciante Durval Barbosa como uma das fontes de renda do esquema montado por Arruda.
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