sábado, 2 de janeiro de 2010

Vannuchi diz que comissão da verdade não vai anular Anistia


Ministro afirma que programa não tem caráter "revanchista" contra militares

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A criação da comissão nacional da verdade, motivo de reclamações das Forças Armadas e do ministro Nelson Jobim (Defesa), não tem caráter "revanchista" e seguirá o que está previsto na Lei da Anistia, disse o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência.
"O programa não é contra a Lei da Anistia. Não se trata nem de revisão nem de anular a Lei da Anistia. Está lá, no item que propõe a ação programática 23, que propõe a elaboração de um projeto de lei, até abril, instituindo uma comissão nacional da verdade, nos termos definidos pela Lei da Anistia. Não há nenhum sentido revanchista", disse ele à Agência Brasil.
A criação da comissão, com objetivo de apurar torturas e desaparecimentos durante a ditadura militar (1964-1985), consta do terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, publicado no mês passado.
Dois pontos da proposta irritaram os militares: identificar e tornar públicas as "estruturas" usadas para a violação dos direitos humanos e a criação de uma lei que proíba que logradouros recebam o nome de pessoas envolvidas nas violações.
Vannuchi afirmou que "a comissão da verdade é a favor das Forças Armadas", que são formadas por oficiais dedicados "à pátria, ao serviço público, com sacrifícios pessoais", que não podem ser misturados com uma dúzia de pessoas que torturavam opositores políticos.

2 comentários:

Fabio Amaral Di Fini disse...

O “bom e velho” Estadão, com o editorial “Brincando com Fogo” do dia 31/12 passado, retoma sua tradição de condescender com o mais execrável e inescrupuloso reacionarismo deste país; o daqueles que defenderam (e ainda defendem) o uso da tortura, da intimidação e da violência, com o propósito de preservar-se um “status quo” que interessava (e ainda interessa) apenas às elites, à classe dominante do país, que nunca representou mais que uma parte ínfima de seu povo. O que o Estadão está apregoando aqui é a colocação de panos quentes sobre feridas que não podem cicatrizar; o que o Estadão deseja, na verdade, é cegar as gerações futuras sobre um passado negro que recai sobre as “gloriosas” forças armadas e sobre a elite conservadora do país, incluindo-se aqui o próprio Estadão. Nesse passado negro, as forças armadas, a serviço das elites e dos interesses de potências estrangeiras, patrocinaram a covardia, a insanidade e a extrema violência dos torturadores; deram seu aval a iniciativas vergonhosas e episódios dos quais a mera lembrança já causa repulsa. Devemos aceitar essa atitude hipócrita de fazer de conta que tais coisas nunca aconteceram? E o que é pior: o título “Brincando com Fogo” encerra, claramente, uma ameaça! Devemos abaixar a cabeça frente a isso? Eu, aqui de minha insignificância, responderia: Vocês que tentem e verão que o povo brasileiro já não é mais o mesmo…

Pedro Sérvio disse...

Fabio, parece que o Lula não concorda com vc e já sinalizou que "não leu o que assinou" e vai mexer no texto sim.
Será ?