Em depoimento, esta tarde, na Polícia Federal, Antonio Bento, funcionário aposentado da Companhia de Energia de Brasília, disse que recebeu de Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário-particular do governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, os R$ 200 mil que entregou hoje pela manhã em um restaurante da cidade ao jornalista Edson Sombra, uma das testemunhas-chaves do caso do Mensalão do DEM.
Bento foi preso por agentes federais durante o ato de entrega do dinheiro. Sombra havia contado com antecedência à polícia que estava em curso uma tentativa de suborná-lo comandada diretamente por Arruda. Em meados de janeiro último, Sombra recebeu em casa a visita do deputado distrital Geraldo Naves (DEM), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa.
Segundo Sombra contou à polícia, Naves lhe deu um bilhete escrito por Arruda e adiantou qual era a oferta dele. Em troca de R$ 3 milhões, Sombra deveria dizer que haviam sido manipulados os vídeos gravados por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo, onde aparecem Arruda e deputados que o apóiam embolsando dinheiro. Foi Sombra que convenceu Durval a denunciar o mensalão do DEM.
No bilhete, já de posse da polícia, Arruda escreveu frases soltas e algumas siglas. A primeira frase diz: "Sei que tentou evitar". Sombra acha que Arruda quis dizer que ele, Sombra, tentara impedir Durval de detonar o escândalo. Siglas escritas por Arruda: BRB e CEB. BRB é Banco Regional de Brasília. Ali, adiantou o deputado Naves, a Arte Prodúção, empresa de Sombra, ganharia uma conta garantida de R$ 450 mil.
CEB quer dizer Companhia de Eletricidade de Brasília. Sombra deve à CEB mais de R$ 500 mil da época em que arrendou uma emissora de rádio que pertenceu ao ex-senador Luiz Estevão de Oliveira. A dívida seria perdoada ou renegociada, disse-lhe o deputado Naves. Na sequência, Sombra foi visitado pelo jornalista Welligton Moraes, assessor de comunicação de Arruda. Comentou com ele:
- Diz pro Arruda que não dá para negociar com um intermediário tão amador como é esse Geraldo Naves.
Como prova do amadorismo de Naves, deu a Welligton o original do bilhete que Arruda lhe enviara. Guardou uma copia. Passados alguns dias, Wellington voltou a procurar Sombra para dizer que o intermediário da negociação agora seria ele. Os dois conversavam quando outra pessoa bateu na porta de Sombra: Antonio Bento.
- Neguinho, o governador mandou que eu negociasse com Sombra - foi logo avisando Bento. "Neguinho" é como amigos de Wellington se referem a ele.
A escolha de Bento para negociar com Sombra fazia sentido. Bento trabalhou de graça na campanha de Arruda para governador. Esperava depois ser nomeado para um cargo em comissão. Arruda ofereceu-lhe um cargo cujo salário era de R$ 2 mil mensais. Bento preferiu aceitar a oferta de Sombra, que é dono do jornal quinzenal O Distrital, e o empregou como "gerente comercial para o mercado privado".
Bento renovou a Sombra a proposta de suborno feita por Arruda, segundo ele. Aproveitou para repetir até os palavrões que disse ter ouvido de Arruda a respeito da crise política instalada no Distrito Federal. O que Bento não sabia ficou sabendo esta tarde: seu encontro com Sombra foi gravado em vídeo pelo próprio Sombra. O vídeo está com a Polícia Federal. Da semana passada para cá, Bento foi três ou quatro vezes à Granja de Águas Claras, residência oficial do governador do Distrito Federal. Câmeras de segurança instaladas na entrada da granja registraram as chegadas e saídas de Bento. Blog do Noblat.
Segundo Sombra contou à polícia, Naves lhe deu um bilhete escrito por Arruda e adiantou qual era a oferta dele. Em troca de R$ 3 milhões, Sombra deveria dizer que haviam sido manipulados os vídeos gravados por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo, onde aparecem Arruda e deputados que o apóiam embolsando dinheiro. Foi Sombra que convenceu Durval a denunciar o mensalão do DEM.
No bilhete, já de posse da polícia, Arruda escreveu frases soltas e algumas siglas. A primeira frase diz: "Sei que tentou evitar". Sombra acha que Arruda quis dizer que ele, Sombra, tentara impedir Durval de detonar o escândalo. Siglas escritas por Arruda: BRB e CEB. BRB é Banco Regional de Brasília. Ali, adiantou o deputado Naves, a Arte Prodúção, empresa de Sombra, ganharia uma conta garantida de R$ 450 mil.
CEB quer dizer Companhia de Eletricidade de Brasília. Sombra deve à CEB mais de R$ 500 mil da época em que arrendou uma emissora de rádio que pertenceu ao ex-senador Luiz Estevão de Oliveira. A dívida seria perdoada ou renegociada, disse-lhe o deputado Naves. Na sequência, Sombra foi visitado pelo jornalista Welligton Moraes, assessor de comunicação de Arruda. Comentou com ele:
- Diz pro Arruda que não dá para negociar com um intermediário tão amador como é esse Geraldo Naves.
Como prova do amadorismo de Naves, deu a Welligton o original do bilhete que Arruda lhe enviara. Guardou uma copia. Passados alguns dias, Wellington voltou a procurar Sombra para dizer que o intermediário da negociação agora seria ele. Os dois conversavam quando outra pessoa bateu na porta de Sombra: Antonio Bento.
- Neguinho, o governador mandou que eu negociasse com Sombra - foi logo avisando Bento. "Neguinho" é como amigos de Wellington se referem a ele.
A escolha de Bento para negociar com Sombra fazia sentido. Bento trabalhou de graça na campanha de Arruda para governador. Esperava depois ser nomeado para um cargo em comissão. Arruda ofereceu-lhe um cargo cujo salário era de R$ 2 mil mensais. Bento preferiu aceitar a oferta de Sombra, que é dono do jornal quinzenal O Distrital, e o empregou como "gerente comercial para o mercado privado".
Bento renovou a Sombra a proposta de suborno feita por Arruda, segundo ele. Aproveitou para repetir até os palavrões que disse ter ouvido de Arruda a respeito da crise política instalada no Distrito Federal. O que Bento não sabia ficou sabendo esta tarde: seu encontro com Sombra foi gravado em vídeo pelo próprio Sombra. O vídeo está com a Polícia Federal. Da semana passada para cá, Bento foi três ou quatro vezes à Granja de Águas Claras, residência oficial do governador do Distrito Federal. Câmeras de segurança instaladas na entrada da granja registraram as chegadas e saídas de Bento. Blog do Noblat.
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