segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

REFRESQUE SUA MEMÓRIA: FHC, os vagabundos e o jornalismo

O Blog da Dilma não vai deixar que o traidor e Imperador Fernando Henrique Cardoso, critique o presidente Lula, Dilma Rousseff e o PT. O Observatório da Imprensa em 5 de Junho de 1998, publicou a matéria: "FHC, os vagabundos e o jornalismo". Queremos refrescar a sua memória. Leia abaixo:

O jornalista Roberto Pompeu de Toledo conseguiu uma façanha. Num livro-entrevista, com o presidente da República Fernando Henrique Cardoso, expõe as opiniões do presidente-sociólogo sobre o seu governo de forma clara, sistemática, didática e esclarecedora. É, como se diz no jargão, leitura obrigatória para quem quiser conhecer o pensamento de nossa mais importante personalidade política, que por esses acasos da vida, é sociólogo, gosta de explicar suas idéias e ocupa a presidência da República por mais de três anos.
Onde a façanha? No volume e na quantidade de argumentos, pensamentos, idéias, análises, senão novas, quase escondidas nos jornais.
Então o presidente-sociólogo não oferece aos jornalistas oportunidades para que suas idéias, pensamentos, concepções do Brasil e seus problemas sejam tornadas públicas? Quem buscar respostas apenas na leitura dos jornais, a resposta será um não quase unânime. A impressão é que o presidente articulado, com idéias, que conhece a realidade presente e tem propostas prefere ocultá-las em troca de factóides.
O presidente é esperto e não lhe falta manha e malícia no trato com os jornalistas. Suas falas oferecem manchetes, legendas, títulos, leads (para facilitar o trabalho dos jornais) e explicações (para vender seu peixe). Enfim, hábil, FHC prefere produzir discursos onde qualquer jornal ou revista encontra frases ao seu gosto para pinçar e editar. Em seu discurso no BNDES, o presidente até fugiu à regra e foi claro e preciso na explicitação de suas propostas de governo. Cometeu um único escorregão.
Pois todos os jornais, sem exceção, preferiram pinçar, numa exposição rica e esclarecedora, uma frase infeliz chamando os aposentados com menos de cinqüenta anos de vagabundos.
Jornalistas podem não ser vagabundos. Mas os jornais talvez tenham sido preguiçosos. Foi preciso que o ministro da cultura Francisco Weffort, que não é jornalista - e o jornalista Luís Nassif - informassem aos leitores da Folha que, naquele discurso em que o presidente da República chamou os aposentados de vagabundos, havia consistência e argumentos em defesa das ações do governo.
Pode-se gostar ou não. Pode-se concordar ou não. Da mesma forma que os jornais encontraram o "escorregão" e o elevaram à condição de manchete, poderiam também encontrar um arrazoado consistente e cumprindo seu dever de mediadores de informação para a cidadania informar aos leitores que aquele discurso não se limitava a uma agressão gratuita e infeliz àqueles que apenas fruíam seus direitos ou prerrogativas. Como o próprio presidente e vários de seus auxiliares.
Entre descontextualizar uma frase pinçada e publicar uma íntegra em corpo 8 que ninguém lê há um amplo espectro de alternativas. Boa parte delas chama-se apenas jornalismo.

Nenhum comentário: