terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Se eleita, Dilma não ficará refém do PT" - entrevista com Fernando Pimentel

Coordenador político da pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidência, ao lado de Antonio Palocci, ele é amigo da ministra há mais de quatro décadas. Para ele, Dilma tem chances concretas de penetrar nas mentes da "nova classe média", criada com a inclusão social promovida no governo Lula.
FOLHA - O PT incorporou às diretrizes do programa de governo para Dilma Rousseff bandeiras da esquerda. Se eleita, ele teria perfil à esquerda ou de centro, como Lula? FERNANDO PIMENTEL - A tônica de um governo Dilma vai ser uma continuidade do governo Lula, até porque ela é personagem fundamental deste governo. O grande salto do governo foi depois de 2005, após a crise do mensalão, quando ela assumiu [a Casa Civil]. Ela foi a pessoa que liderou a reconstrução interna do governo, com a chegada do PMDB aos ministérios. Como é a âncora do governo Lula, o que se deve esperar é a continuidade desta linha pragmática. Nem à direita, nem à esquerda. É fazer o que é necessário para o Brasil dar certo.
FOLHA - Dilma tem um perfil ideológico mais definido que Lula. O PT vê em Dilma a possibilidade de recuperar bandeiras históricas, com menos concessões? PIMENTEL - Não vejo por que haveria tal inflexão.
FOLHA - Houve inflexão de Lula à esquerda no 2º mandato? PIMENTEL - Podemos dividir o nosso governo em dois momentos: o que precede a crise política do chamado mensalão e o momento posterior. Naquele primeiro nós tínhamos definição clara do que deveria ser feito sob o ponto de vista das políticas macroeconômicas. Palocci foi fundamental para garantir a estabilidade. O José Dirceu, na Casa Civil, também cumpriu papel fundamental. Havia uma forte aposta, quando Lula foi eleito, de que nós não íamos dar conta de governar o Brasil. Diziam que a gente não teria governabilidade. Tivemos. Gosto de ressaltar isso porque o Dirceu foi muito castigado neste processo, estigmatizado, como se fosse uma pessoa nociva. E não foi. Ele foi uma pessoa importantíssima na montagem inicial do governo e na sustentação até o momento fatídico da crise. Lula teve uma enorme sabedoria quando convocou Dilma para assumir o lugar de Dirceu. E logo em seguida, o Palocci sai. Convivi muito de perto [com o governo] neste período. Foi um momento de muita solidão. O Palácio do Planalto estava esvaziado, virou um lugar meio maldito. Neste momento dramático, quando a Dilma chega, o presidente está começando a fazer sua opção. Claro que ela estava sendo colocada à prova. Passou no teste. Leia na íntegra.

Um comentário:

Samuel Alves disse...

Grande Daniel,

Acrecentei o blog da Dilma no meu msn.

Tenta montar uma formula ai para que todos que acrecentarem o blog da dilma sejam acrescentado no mesn de todos.

A ideia seria tipo podermos fazer uma reunião de varios participantes do blog da dilma ao mesmo tempo via msn.

E seria uma forma de inegração dos petistas de todo o Brasil