2009 foi um ano perdido para o desenvolvimento nacional. O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,2%, refletindo o forte impacto da crise mundial do capitalismo iniciada no final de 2007 nos Estados Unidos. Foi o primeiro resultado negativo registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1992, segundo informações divulgadas hoje (11). Mas a crise já ficou para trás e tudo indica que o Brasil vai recuperar em 2010 o ciclo de crescimento abortado pela recessão americana. Por Umberto Martins
Os últimos números da economia sinalizam prosperidade. No quarto trimestre do ano o PIB cresceu 2%. Em janeiro, a produção industrial subiu em 13 de 14 localidades pesquisadas pelo IBGE, com uma alta média de 1,1% e destaque para o Espírito Santo, que avançou 5,6%.
Perspectivas promissoras - As perspectivas para o campo também são promissoras. O IBGE prevê uma safra recorde de grãos em 2010, de 145,1 milhões de toneladas. As exportações do chamado agronegócio cresceram 20,6% em fevereiro. A construção civil vive um boom, o comércio vai bem e o setor de serviços pegou carona no bonde do crescimento.
A economia nacional vinha de um ciclo de crescimento quando a crise estourou. No primeiro semestre de 2008, a produção registrou expansão de 6%. A recessão chegou com força no segundo semestre e obstruiu o caminho do desenvolvimento, arrastando para o terreno negativo os índices do último trimestre daquele ano (-3,6%) e dos três primeiros meses de 2009 (-0,8%), caracterizando o que os economistas chamam de “recessão técnica”.
Efeitos desiguais - Os efeitos da crise pelos diferentes ramos e setores da economia nacional foram desiguais. Indústria, com declínio de 5,5%, e agricultura, foram os setores mais afetados pela contração da demanda mundial. O setor de serviços chegou a crescer 2,6%. Tal comportamento reflete a dependência relativa do mercado externo, maior no caso do agronegócio e produção manufatureira.
A crise não foi provocada por fatores internos. Ela nasceu nos EUA e dali foi exportada para o resto do mundo, que em maior ou menor medida depende do mercado de consumo norte-americano, o maior e mais parasitário do globo. Por sinal, quanto maior a dependência das importações do Tio Sam (casos do México e Canadá, entre outros) maior foi o tombo.
Mercado doméstico - " Comparado com os outros países, o Brasil teve uma queda muito pequena, que a gente considera praticamente nula. Porque União Europeia, Estados Unidos, Canadá, México e outros tiveram uma queda no volume do PIB bem mais expressiva que o Brasil " , frisou o gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, lembrando (em entrevista ao Valor) que resultados já divulgados apontam para retrocessos de 2,4% na economia americana, de 2,6% no Canadá, de 4% na zona do euro, de 4,1% na União Europeia e de 7,9% na Rússia.
O mercado interno foi abalado, mas nem tanto. O consumo continuou crescendo, embora em ritmo moderado durante a “recessão técnica”. O fortalecimento do mercado interno por meio da valorização do salário mínimo e Bolsa Família foi fundamental, assim como as políticas anticíclicas adotadas pelo governo, que evitaram o estrangulamento do crédito e da demanda.
Política externa - A política externa praticada pelo governo Lula (caracterizada por um maior distanciamento em relação às grandes potências capitalistas, aposta no comércio Sul-Sul, integração latino-americana e parceria com a China) também contribuiu, e muito, para amenizar os efeitos da recessão americana. Se a ALCA tivesse vingado a situação hoje seria outra – e muito pior. Os fatos sugerem uma estreita ligação entre política externa e desenvolvimento nacional.
Se tudo continuar correndo bem e o Banco Central não atrapalhar muito com a insistência na política de juros altos, a economia nacional vai retomar o ciclo de crescimento e garantir um desempenho robusto neste ano. A expectativa generalizada é de que a expansão da produção será superior a 6%.
Apesar do preocupante déficit em conta corrente, provocado basicamente pelo crescimento escandaloso das remessa de lucros, em curto e médio prazos o país não sofre o risco de crises cambiais. As reservas (de 242,4 bilhões de dólares no dia 10-3) constituem um colchão de segurança confortável. Persistem problemas de fundo, como as políticas monetária, fiscal e cambial, que constituem obstáculos à elevação do volume de investimentos público e privado e, por consequência, do ritmo e da taxa de crescimento. Mas a economia não será um problema para o governo Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em 2010. Muito pelo contrário, será um trunfo. Portal Vermelho
Perspectivas promissoras - As perspectivas para o campo também são promissoras. O IBGE prevê uma safra recorde de grãos em 2010, de 145,1 milhões de toneladas. As exportações do chamado agronegócio cresceram 20,6% em fevereiro. A construção civil vive um boom, o comércio vai bem e o setor de serviços pegou carona no bonde do crescimento.
A economia nacional vinha de um ciclo de crescimento quando a crise estourou. No primeiro semestre de 2008, a produção registrou expansão de 6%. A recessão chegou com força no segundo semestre e obstruiu o caminho do desenvolvimento, arrastando para o terreno negativo os índices do último trimestre daquele ano (-3,6%) e dos três primeiros meses de 2009 (-0,8%), caracterizando o que os economistas chamam de “recessão técnica”.
Efeitos desiguais - Os efeitos da crise pelos diferentes ramos e setores da economia nacional foram desiguais. Indústria, com declínio de 5,5%, e agricultura, foram os setores mais afetados pela contração da demanda mundial. O setor de serviços chegou a crescer 2,6%. Tal comportamento reflete a dependência relativa do mercado externo, maior no caso do agronegócio e produção manufatureira.
A crise não foi provocada por fatores internos. Ela nasceu nos EUA e dali foi exportada para o resto do mundo, que em maior ou menor medida depende do mercado de consumo norte-americano, o maior e mais parasitário do globo. Por sinal, quanto maior a dependência das importações do Tio Sam (casos do México e Canadá, entre outros) maior foi o tombo.
Mercado doméstico - " Comparado com os outros países, o Brasil teve uma queda muito pequena, que a gente considera praticamente nula. Porque União Europeia, Estados Unidos, Canadá, México e outros tiveram uma queda no volume do PIB bem mais expressiva que o Brasil " , frisou o gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, lembrando (em entrevista ao Valor) que resultados já divulgados apontam para retrocessos de 2,4% na economia americana, de 2,6% no Canadá, de 4% na zona do euro, de 4,1% na União Europeia e de 7,9% na Rússia.
O mercado interno foi abalado, mas nem tanto. O consumo continuou crescendo, embora em ritmo moderado durante a “recessão técnica”. O fortalecimento do mercado interno por meio da valorização do salário mínimo e Bolsa Família foi fundamental, assim como as políticas anticíclicas adotadas pelo governo, que evitaram o estrangulamento do crédito e da demanda.
Política externa - A política externa praticada pelo governo Lula (caracterizada por um maior distanciamento em relação às grandes potências capitalistas, aposta no comércio Sul-Sul, integração latino-americana e parceria com a China) também contribuiu, e muito, para amenizar os efeitos da recessão americana. Se a ALCA tivesse vingado a situação hoje seria outra – e muito pior. Os fatos sugerem uma estreita ligação entre política externa e desenvolvimento nacional.
Se tudo continuar correndo bem e o Banco Central não atrapalhar muito com a insistência na política de juros altos, a economia nacional vai retomar o ciclo de crescimento e garantir um desempenho robusto neste ano. A expectativa generalizada é de que a expansão da produção será superior a 6%.
Apesar do preocupante déficit em conta corrente, provocado basicamente pelo crescimento escandaloso das remessa de lucros, em curto e médio prazos o país não sofre o risco de crises cambiais. As reservas (de 242,4 bilhões de dólares no dia 10-3) constituem um colchão de segurança confortável. Persistem problemas de fundo, como as políticas monetária, fiscal e cambial, que constituem obstáculos à elevação do volume de investimentos público e privado e, por consequência, do ritmo e da taxa de crescimento. Mas a economia não será um problema para o governo Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em 2010. Muito pelo contrário, será um trunfo. Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário