Vermelho.org: O acentuado crescimento da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, nas pesquisas eleitorais, e a estagnação de seu principal adversário, o governador de São Paulo José Serra (PSDB), levou os diretores dos quatro principais institutos de pesquisa do país a concordar que a candidata petista é hoje a favorita a ganhar as eleições de 2010. Apesar do clima favorável, líderes petistas, ouvidos pelo Correio do Brasil, nesta terça-feira, ainda preferem "calçar as sandálias da humildade".
"Não é hora de usar salto alto, mesmo porque as eleições serão em outubro e, até lá, muita coisa ainda pode acontecer", afirmou um parlamentar do PT fluminense, que prefere o anonimato.
Márcia Cavallari, do Ibope, João Francisco Meira, do Vox Populi, Mauro Paulino, do Datafolha e Ricardo Guedes, do Sensus, reunidos na capital paulista, debateram o cenário eleitoral, em evento da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas. O professor Marcus Figueiredo, do Iuperj também esteve no debate, mediado pela jornalista Cristiana Lôbo.
Segundo Meira, há uma grande possibilidade da candidata petista "ganhar a eleição já no primeiro turno". A falta de carisma dos principais candidatos à Presidência, segundo ele, facilita as previsões pois, quando há candidatos carismáticos, a disputa se concentra mais entre as personalidades desses candidatos. Mas, para ele, nem Dilma nem Serra são carismáticos. ‘Carisma não é o nome dessa eleição’, afirmou.
A decisão das eleições, de acordo com diretor do Vox Populi, estará centrada nas economia. Se o panorama estiver ruim, a tendência é de mudança, mas esse é justamente o principal trunfo do governo Lula. O aspecto ideológico, segundo o executivo, também vai pesar na hora do voto. Nas contas do instituto, 56% das pessoas se definem como sendo de esquerda e 30% como eleitores do PT.
O tempo de TV, na opinião de Meira, também será decisivo, o que conta também como uma grande vantagem para a candidata governista, com o que concorda Ricardo Guedes, do Sensus. Segundo afirmou, "Dilma tem produto para mostrar, a economia. O Serra não tem. Hoje a tendência é muito mais pró-Dilma". Já Márcia Cavallari, do Ibope, e Mauro Paulino, do Datafolha, adotaram um pouco mais de cautela em suas exposições, embora tenham admitido cenário favorável à Dilma. Os dois usaram a mesma expressão para definir o caso: "pesquisa é diagnóstico, não prognóstico".
"O comportamento do eleitor não é matemático. A campanha ainda tem muita coisa para acontecer. O que a gente sabe é que o eleitor se sente muito confortável de ter votado no Lula e agora fazer essa avaliação de que acertou. Ele pensa: 'Acertei, e o País está tendo avanços'. O eleitor considera que os avanços foram muito mais profundos no governo Lula. A comparação com o governo FHC é prejudicial para o Serra", afirmou a diretora do Ibope.
De acordo com Márcia, um terço está com Serra, um terço está com Dilma e um terço que vai decidir a eleição. Reservadamente, porém, ela destacou que não só a Dilma está crescendo, como há tendência de queda de Serra, ainda que dentro da margem de erro. Já Paulino lembrou que na pesquisa Datafolha de dezembro de 2009, 15% dos eleitores não sabiam que a Dilma era a candidata do Lula, mas queriam votar na candidata do Lula. "E o que nós observamos em fevereiro, é que ainda há margem de crescimento para Dilma", afirmou.
Segundo ele, a dúvida é saber se Dilma vai transmitir ao eleitorado que tem a mesma capacidade de administração que o Lula tem."O eleitor vai poder comparar Serra com Dilma, Dilma com Lula". Paulino ainda defendeu que os institutos divulguem sempre sua base de dados, sua metodologia. "A pesquisa não faz prognóstico, mostra o que acontece naquele dia. Na pesquisa de véspera, [Paulo] Maluf ainda estava na frente da [Luíza] Erundina [na eleição para a prefeitura de São Paulo, em 1988, vencida por Erundina]. Deixar de iludir quem consome pesquisa: a gente faz diagnóstico", afirmou.
Já o professor Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário do Rio de Janeiro (Iuperj), também presente ao debate, previu um repeteco de 2002, caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB) continue na disputa, com o cearense brigando com Serra. Figueiredo, porém, parece ter pouca capacidade de analisar o perfil dos candidatos, já que opinou que "ideologicamente" Serra e Dilma "estão muito próximos". "O projeto deverá ser exatamente o mesmo", palpitou o professor, tentando igualar projetos que são absolutamente distintos.
Em seu blog no Estadão, o jornalista Jose Roberto de Toledo comentou o resultado do debate e opinou que "o ambiente descontraído, onde quase só havia pesquisadores, fez os participantes se soltarem mais do que o fariam, por exemplo, em uma entrevista coletiva. O que eles expressaram, com exceção de Figueiredo, não foi uma previsão, nem mesmo uma aposta. Foi um análise do pano de fundo em que se dá a sucessão de Lula: um governo com 75% de avaliação positiva, economia crescendo e sem diferenças ideológicas ou carismáticas profundas entre os candidatos." Da redação, com agências
Márcia Cavallari, do Ibope, João Francisco Meira, do Vox Populi, Mauro Paulino, do Datafolha e Ricardo Guedes, do Sensus, reunidos na capital paulista, debateram o cenário eleitoral, em evento da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas. O professor Marcus Figueiredo, do Iuperj também esteve no debate, mediado pela jornalista Cristiana Lôbo.
Segundo Meira, há uma grande possibilidade da candidata petista "ganhar a eleição já no primeiro turno". A falta de carisma dos principais candidatos à Presidência, segundo ele, facilita as previsões pois, quando há candidatos carismáticos, a disputa se concentra mais entre as personalidades desses candidatos. Mas, para ele, nem Dilma nem Serra são carismáticos. ‘Carisma não é o nome dessa eleição’, afirmou.
A decisão das eleições, de acordo com diretor do Vox Populi, estará centrada nas economia. Se o panorama estiver ruim, a tendência é de mudança, mas esse é justamente o principal trunfo do governo Lula. O aspecto ideológico, segundo o executivo, também vai pesar na hora do voto. Nas contas do instituto, 56% das pessoas se definem como sendo de esquerda e 30% como eleitores do PT.
O tempo de TV, na opinião de Meira, também será decisivo, o que conta também como uma grande vantagem para a candidata governista, com o que concorda Ricardo Guedes, do Sensus. Segundo afirmou, "Dilma tem produto para mostrar, a economia. O Serra não tem. Hoje a tendência é muito mais pró-Dilma". Já Márcia Cavallari, do Ibope, e Mauro Paulino, do Datafolha, adotaram um pouco mais de cautela em suas exposições, embora tenham admitido cenário favorável à Dilma. Os dois usaram a mesma expressão para definir o caso: "pesquisa é diagnóstico, não prognóstico".
"O comportamento do eleitor não é matemático. A campanha ainda tem muita coisa para acontecer. O que a gente sabe é que o eleitor se sente muito confortável de ter votado no Lula e agora fazer essa avaliação de que acertou. Ele pensa: 'Acertei, e o País está tendo avanços'. O eleitor considera que os avanços foram muito mais profundos no governo Lula. A comparação com o governo FHC é prejudicial para o Serra", afirmou a diretora do Ibope.
De acordo com Márcia, um terço está com Serra, um terço está com Dilma e um terço que vai decidir a eleição. Reservadamente, porém, ela destacou que não só a Dilma está crescendo, como há tendência de queda de Serra, ainda que dentro da margem de erro. Já Paulino lembrou que na pesquisa Datafolha de dezembro de 2009, 15% dos eleitores não sabiam que a Dilma era a candidata do Lula, mas queriam votar na candidata do Lula. "E o que nós observamos em fevereiro, é que ainda há margem de crescimento para Dilma", afirmou.
Segundo ele, a dúvida é saber se Dilma vai transmitir ao eleitorado que tem a mesma capacidade de administração que o Lula tem."O eleitor vai poder comparar Serra com Dilma, Dilma com Lula". Paulino ainda defendeu que os institutos divulguem sempre sua base de dados, sua metodologia. "A pesquisa não faz prognóstico, mostra o que acontece naquele dia. Na pesquisa de véspera, [Paulo] Maluf ainda estava na frente da [Luíza] Erundina [na eleição para a prefeitura de São Paulo, em 1988, vencida por Erundina]. Deixar de iludir quem consome pesquisa: a gente faz diagnóstico", afirmou.
Já o professor Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário do Rio de Janeiro (Iuperj), também presente ao debate, previu um repeteco de 2002, caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB) continue na disputa, com o cearense brigando com Serra. Figueiredo, porém, parece ter pouca capacidade de analisar o perfil dos candidatos, já que opinou que "ideologicamente" Serra e Dilma "estão muito próximos". "O projeto deverá ser exatamente o mesmo", palpitou o professor, tentando igualar projetos que são absolutamente distintos.
Em seu blog no Estadão, o jornalista Jose Roberto de Toledo comentou o resultado do debate e opinou que "o ambiente descontraído, onde quase só havia pesquisadores, fez os participantes se soltarem mais do que o fariam, por exemplo, em uma entrevista coletiva. O que eles expressaram, com exceção de Figueiredo, não foi uma previsão, nem mesmo uma aposta. Foi um análise do pano de fundo em que se dá a sucessão de Lula: um governo com 75% de avaliação positiva, economia crescendo e sem diferenças ideológicas ou carismáticas profundas entre os candidatos." Da redação, com agências
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