Germano Oliveira e Carolina Benevides
SÃO PAULO e RIO. O resultado da pesquisa Datafolha indica um único caminho para Serra: explicitar sua candidatura à sucessão presidencial. É essa a avaliação de especialistas ouvidos pelo GLOBO. Para o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, Serra teria que tomar decisões de impacto, como anunciar logo a candidatura a presidente e formar uma chapa de peso, possivelmente com o governador mineiro, Aécio Neves, como vice. Paulino lembra que Dilma tirou votos do tucano, que perdeu eleitores inclusive no Sudeste, onde sempre foi muito forte.
- O PSDB e o governador Serra precisam dar uma resposta imediata para reverter essa tendência de queda. Pode ser o anúncio da candidatura, o lançamento de uma chapa forte com o Aécio, ou seja, algo impactante para recuperar os pontos perdidos. Este é um momento decisivo para Serra reverter esse quadro, que hoje é mais positivo para Dilma - disse Paulino, analisando os dados da pesquisa Datafolha, publicada na edição de ontem do jornal "Folha de S.Paulo".
A pesquisa do instituto mostrou que a diferença entre Serra e Dilma caiu de 14 pontos para 4 pontos percentuais. Ou seja, apesar de Serra continuar liderando, com 32% das intenções de voto, Dilma se aproxima de um empate técnico, e em ascensão (subiu de 23% para 28%), enquanto Serra caiu de 37% para 32%.
Para Marco Antônio Villa, professor de história da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Sera tem que assumir logo a candidatura. Diante de si, terá um desafio: "Precisa ser anti-Dilma sem ser anti-Lula", diz o professor.
- Serra não pode brigar com os fatos e dizer que o governo Lula é ruim. Ele tem que conseguir que as pessoas vejam as diferenças na trajetória dele e da Dilma e convencer que ele fará o país crescer mais e melhor. Segundo David Fleischer, professor de ciência política da UnB, se Serra não assumir a pré-candidatura ainda no começo deste mês, Dilma tem tudo para ultrapassá-lo nas pesquisas:
- Acredito que ele não assumiu a candidatura antes para evitar entrar em conflito com o presidente Lula, mas agora essa estratégia se mostra ultrapassada. Parece que Serra está em um momento Hamlet: ser ou não ser. Mas é hora de agir e assumir que é o candidato do PSDB à Presidência.
Professor de sociologia e política da PUC-Rio, Ricardo Ismael diz que Serra precisa mostrar que tem força.
- Hoje, o jogo está empatado, a tendência de crescimento da Dilma é incontestável e a estratégia do governo de polarizar tem dado certo. Ele tem que assumir que vai concorrer, e, se o Aécio aceitar ser vice, a candidatura ganhará um gás. Com a fragilidade do DEM, que enfrenta problemas no Distrito Federal e em São Paulo, o PSDB ter um vice de peso é fundamental.
"Queda de Serra no Sudeste mostra fortalecimento de Dilma"
Para Paulino, do Datafolha, a queda de Serra no Sudeste é preocupante para o tucano.
- Ele caiu 3 pontos. É uma queda significativa, pois o Sudeste é onde Serra e o PSDB sempre dominaram, e é uma região que concentra 42% do eleitorado.
De acordo com Ricardo Ismael, a queda de Serra no Sudeste mostra o "fortalecimento de Dilma e a consolidação da candidatura da petista".
- Mais importante que a queda de Serra foi o crescimento dela nessa região. Isso é um avanço expressivo no eleitorado que é mais crítico. Com esses índices, Dilma mostra que pode vencer a eleição e passa a ter mais facilidade para montar os palanques nos estados - disse ele.
SÃO PAULO e RIO. O resultado da pesquisa Datafolha indica um único caminho para Serra: explicitar sua candidatura à sucessão presidencial. É essa a avaliação de especialistas ouvidos pelo GLOBO. Para o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, Serra teria que tomar decisões de impacto, como anunciar logo a candidatura a presidente e formar uma chapa de peso, possivelmente com o governador mineiro, Aécio Neves, como vice. Paulino lembra que Dilma tirou votos do tucano, que perdeu eleitores inclusive no Sudeste, onde sempre foi muito forte.
- O PSDB e o governador Serra precisam dar uma resposta imediata para reverter essa tendência de queda. Pode ser o anúncio da candidatura, o lançamento de uma chapa forte com o Aécio, ou seja, algo impactante para recuperar os pontos perdidos. Este é um momento decisivo para Serra reverter esse quadro, que hoje é mais positivo para Dilma - disse Paulino, analisando os dados da pesquisa Datafolha, publicada na edição de ontem do jornal "Folha de S.Paulo".
A pesquisa do instituto mostrou que a diferença entre Serra e Dilma caiu de 14 pontos para 4 pontos percentuais. Ou seja, apesar de Serra continuar liderando, com 32% das intenções de voto, Dilma se aproxima de um empate técnico, e em ascensão (subiu de 23% para 28%), enquanto Serra caiu de 37% para 32%.
Para Marco Antônio Villa, professor de história da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Sera tem que assumir logo a candidatura. Diante de si, terá um desafio: "Precisa ser anti-Dilma sem ser anti-Lula", diz o professor.
- Serra não pode brigar com os fatos e dizer que o governo Lula é ruim. Ele tem que conseguir que as pessoas vejam as diferenças na trajetória dele e da Dilma e convencer que ele fará o país crescer mais e melhor. Segundo David Fleischer, professor de ciência política da UnB, se Serra não assumir a pré-candidatura ainda no começo deste mês, Dilma tem tudo para ultrapassá-lo nas pesquisas:
- Acredito que ele não assumiu a candidatura antes para evitar entrar em conflito com o presidente Lula, mas agora essa estratégia se mostra ultrapassada. Parece que Serra está em um momento Hamlet: ser ou não ser. Mas é hora de agir e assumir que é o candidato do PSDB à Presidência.
Professor de sociologia e política da PUC-Rio, Ricardo Ismael diz que Serra precisa mostrar que tem força.
- Hoje, o jogo está empatado, a tendência de crescimento da Dilma é incontestável e a estratégia do governo de polarizar tem dado certo. Ele tem que assumir que vai concorrer, e, se o Aécio aceitar ser vice, a candidatura ganhará um gás. Com a fragilidade do DEM, que enfrenta problemas no Distrito Federal e em São Paulo, o PSDB ter um vice de peso é fundamental.
"Queda de Serra no Sudeste mostra fortalecimento de Dilma"
Para Paulino, do Datafolha, a queda de Serra no Sudeste é preocupante para o tucano.
- Ele caiu 3 pontos. É uma queda significativa, pois o Sudeste é onde Serra e o PSDB sempre dominaram, e é uma região que concentra 42% do eleitorado.
De acordo com Ricardo Ismael, a queda de Serra no Sudeste mostra o "fortalecimento de Dilma e a consolidação da candidatura da petista".
- Mais importante que a queda de Serra foi o crescimento dela nessa região. Isso é um avanço expressivo no eleitorado que é mais crítico. Com esses índices, Dilma mostra que pode vencer a eleição e passa a ter mais facilidade para montar os palanques nos estados - disse ele.
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