segunda-feira, 8 de março de 2010

ESSAS MULHERES


Dia Internacional da Mulher

Uma rosa se abre na forma mais simples e suave. Não é apenas a beleza, o perfume que se dá ao mundo. É bem mais. Todos os dias a mulher enfrenta o desafio de viver em um ambiente que hostil. Milenarmente ignorada, ou melhor, minorada. Hoje, é o dia da mulher. Já está tudo pronto, flores, presentes, parabéns!!! Sorrisos!!!

Calma. Amanhã volta a ser tudo igual nas suas desigualdades. A briga pelo pão nosso de cada dia, conciliando trabalho externo, trabalho doméstico e atenção aos filhos. Tem de ser múltipla. Sem falar de você, mulher que enfrenta as dificuldades no atendimento a saúde, quantas vezes, já se pegou em desespero em suportar a dor

ou ver a vida de seu ente querido se esvaindo enquanto aguarda pacientemente um atendimento que não chega.

Mulher, mãe, companheira, amiga... Sua vida é doar-se. Como prêmio recebe carinhos de um dia, mesmo assim, consegue sorrir e chorar de alegria e emoção. Você é especial. Uma privilegiada entre tantas outras que sequer sabem onde andam seus filhos, mas que não perdem a esperança de todo dia. Esperar alguém que não chega... Ou esperar ansiosa para visitá-los nas cadeias.

Alegrem-se. Existem tantas mulheres enjauladas em um sistema cruel que pune igualmente, mãe e filhos. Nem por isso deixam de ser mães e apesar de toda a aspereza do mundo ainda não perderam a suavidade da flor.

Mães-meninas ou meninas-mães que se aventuram na noite vendendo a sua intimidade como exercício de sobrevivência. Não choreis. A sua lágrima não será capaz de irrigar o solo árido do coração humano...

Mães anônimas... Ou simplesmente mãe. Não choreis por ser melhor, mas apenas por não poder melhorar o ser humano à sua altura.

Com todo o carinho de uma mulher, mãe, amiga, companheira que procurou com se sensibilidade que Deus lhe deu, escrever em algumas linhas, aquilo que uma mãe representa.

"Mamãe...Mamãe... Eu me lembro o chinelo na mão. O avental todo sujo de ovo.... Se eu pudesse eu queria outra vez, começar tudo... tudo de novo".

Hilda Suzana Veiga Settineri

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