quinta-feira, 25 de março de 2010

Petistas condenam truculência do governo Serra contra professores grevistas

A repressão do governo de São Paulo contra professores grevistas foi condenada nesta quinta-feira (25) por deputados da bancada do PT na Câmara. Ontem 24, cerca de 50 professores grevistas que participavam do "apitaço" em Franco da Rocha, região Metropolitana de São Paulo, foram atacados com gás de pimenta e cassetetes por uma tropa de policiais militares e integrantes da Força Tática do estado.
Quatro professores foram presos e alguns ficaram feridos na manifestação que ocorreu próximo ao palanque em que o governador de São Paulo , José Serra, se apresentaria para a inauguração de uma unidade hospitalar inacabada.
O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) classifica o ocorrido como uma característica do governo tucano. "Como se não bastasse a situação precária e vergonhosa do ensino no estado de São Paulo, agora Serra usa da truculência e da violência para reprimir quem educa os filhos dos trabalhadores do País. Esse acontecimento é a cara do governo Serra, a cara do PSDB de São Paulo", disse.
Tatto criticou a postura das tropas militares e propôs que outros servidores do estado se solidarizem com os professores, com uma greve geral. "Deviam parar todo o estado em protesto contra a arbitrariedade de José Serra. O governo tucano não sabe conviver com a democracia", disse. O parlamentar ainda questionou o governador por dizer que a PM do estado é preparada. " Além de despreparada, é mal paga. A atitude de Serra é uma vergonha, um retrocesso que suja a história e a luta democrática do nosso País", completou Jilmar Tatto.
Segundo o comandante do 23º Batalhão da PM, José Carlos de Campos Junior, a tropa foi "preparada" para o confronto. O "preparo" levou um dos policiais a dizer, em meio ao tumulto, que iria "descer a porrada" nos professores. Os manifestantes reagiram à agressão gritando "Abaixo a repressão, professor não é ladrão". Alguns chamaram Serra de "ditador". E o governador saiu da cena e da área sob vaias.
Na avaliação do deputado Vicentinho (PT-SP), os servidores paulistanos estão vivendo um massacre. "Não é surpresa que outras categorias se revoltem com a atitude de Serra. O governador assumiu uma postura ditatorial, desrespeitosa, que vai contra o direito de manifestação. Serra está massacrando os servidores do estado, proporcionando mais revolta, em vez de dialogar e apresentar uma proposta concreta que atendas às reivindicações"", disse.
Os professores da rede pública paulista estão em greve desde 8 de março e reivindicam do governo Serra, entre outras medidas, reajuste salarial de 34,4%. Não só os professores, mas grande parte do funcionalismo de São Paulo ameaça entrar em greve. Isso inclui os servidores da saúde, que entram em greve hoje (25) por tempo indeterminado. Delegados de Polícia também ameaçam parar, indignados com o tratamento que recebem do governo tucano.
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