sexta-feira, 26 de março de 2010

Serra manda PM bater em manifestantes

Polícia e professores entram em confronto e cinco ficam feridos

Mariana Mantelli, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO- O confronto entre professores da rede estadual de ensino e a Tropa de Choque da Polícia Militar já deixou cinco pessoas feridas por balas de borracha nas ruas que levam ao Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital paulista, por volta das 18 horas desta sexta-feira, 26.

O cruzamento da rua Wagih Assad com a avenida Giovanni Gronchi está uma praça de guerra. Alguns manifestantes quebraram um vaso da rua e jogaram as pedras nos policiais, que revidaram com balas de borracha e gás de efeito moral. Um policial também chegou a jogar pedras.

No meio da confusão, uma pedra explodiu o vidro do carro do jornal O Estado de S. Paulo.

No Palácio dos Bandeirantes, os secretários adjuntos da Casa Civil, Humberto Rodrigues, e da Educação, Guilherme Bueno, irão receber uma comissão dos grevistas.

Segundo fontes do governo, Serra preferiu não negociar pessoalmente com os professores pois não quer passar a impressão de que esteja cedendo aos manifestantes. O governador e seus assessores avaliam que o movimento é mal visto pela maioria da população.

Os professores da rede estadual de ensino decidiram, por volta das 16h45 desta sexta-feira, 26, manter a paralisação da atividade.

Cerca de 7 mil pessoas participam da manifestação, segundo a Polícia Militar. Após a assembleia, os professores tentam caminhar em direção ao Palácio, mas são impedidos pela PM, que chegou a utilizar gás de pimenta contra os manifestantes.

Com várias bandeiras da Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), muitas manifestantes gritam frases contra o governo, chamando-o de "intransigente" e "autoritário".

Esse é o terceiro protesto da categoria. Nas manifestações anteriores, os professores fecharam a Avenida Paulista. No dia 12, o ato reuniu cerca de 12 mil pessoas. No dia 19, outra passeata na mesma região contou com 8 mil.

A classe, que iniciou a greve no dia 8, reivindica reajuste salarial de 34%, incorporação imediata das gratificações e o fim das provas dos temporários e do programa de promoção.

Colaborou Julia Duailibi

Um comentário:

Ciência Brasil disse...
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