Serra exibe suas credenciais ao país lançando PM contra professores em greve
Escrevo estas linhas em meio a telefonemas de denúncias sobre presos e torturados pela Polícia Militar de José Serra na manifestação desta sexta-feira (26) nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Denúncias de grotescas armações realizadas por policiais que se passaram por manifestantes, abafadas para dar lugar ao assumimento da candidatura a presidente do governador do Estado mais rico e que paga o Pior Salário Do Brasil para o funcionalismo público. Também escrevo com dor, intensa, devido às queimaduras nos dois braços e mãos provocadas pelos sprays químicos, covardemente atirados pelos marginais com farda sobre quem fotografava de perto, documentando próximo demais para quem tudo quer encobrir. Depois, a versão oficial ganha as tintas da verdade nos jornalões e informação mercadoria cobre as emissoras de rádio e televisão.
Estudantes se solidarizaram com professoresNaquele mesmo instante, sob ordens do governador que já havia fugido da cidade, marginais vestidos com a farda da Polícia Militar abriram fogo contra manifestantes que queriam respaldar a negociação, mas foram recebidos com golpes de cassetetes, balas de borracha e bombas de efeito “moral”. Tinham que ficar no seu lugar. Ali era local reservado a autoridades e bacanas. Os professores não eram nenhum dos dois.
Carlos Ramiro (Carlão) foi atingido por um estilhaço de bombaCom as costas perfuradas por duas balas de borracha, Thiago Leme, professor de biologia da Escola Estadual Metalúrgico, em São Bernardo do Campo, relatou: “Não espero absolutamente nada deste governo, somente que saia o mais rápido possível. Somos uma categoria profissional digna e deveríamos ser tratados como seres humanos. Infelizmente, a imprensa é parte deste sistema corrupto e vamos ter amanhã as versões dos fatos que eles inventarem sobre hoje”.
Com as duas pernas sangrando, atingidas por bombas de efeito moral, Sílvio Prado, professor de História de Taubaté, desabafou: “Deste governo a gente não pode mais esperar nada, só truculência”.
Sindicalista, Policial Civil, Jeferson Fernando foi confundido com um professor, mantido preso e espancado por cerca de três horas e levado ao 34ª DP de Francisco Morato. Com a roupa rasgada e acompanhado por dirigentes do Sindicato, Jeferson foi até a Corregedoria denunciar os inumeráveis abusos dos quais foi vítima.
Professor Thiago Leme foi alvejado pelas costas
Coordenador da representação do funcionalismo público estadual e vice-presidente estadual da CUT, Carlos Ramiro de Castro (Carlão) foi atingido na testa por um estilhaço de uma das bombas lançadas a esmo pelos policiais. Tranquilo, Carlão foi categórico: “O governo perdeu a cabeça e está desesperado. A razão está do nosso lado, venceremos!”Professor de Filosofia em Jundiaí, Fernando Ribeiro presenciou quando um dos muitos policiais infiltrados pelo governo na manifestação “tentava atear fogo em um veículo, buscando incriminar os manifestantes”. Com o policial à paisana identificado, professores e estudantes saíram à caça do marginal que buscou refúgio entre os policiais militares. “Tentaram colocar fogo no carro para culpar o protesto. Como agiram com muita força, numa ação desproporcional, queriam uma justificativa”.
A professora Maria Izabel (Bebel), presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Público Oficial do Estado de São Paulo), também denunciou os provocadores "infiltrados" pelo governo estadual para deslegitimar a manifestação pacífica e exortou a categoria a ampliar a mobilização e se fazer presente na próxima quarta-feira na Paulista. “Tentaram nos colocar de joelhos, mas estamos aqui, de cabeça erguida, exigindo o respeito que esta maravilhosa categoria merece”.
A presidenta da União Municipal dos Estudantes de São Paulo (UMES), Ana Letícia, sublinhou que “os professores nos enchem de orgulho pois estão enfrentando com garra e coragem a covardia e a mentira do desgoverno Serra. Contem conosco para seguir em frente na defesa da melhoria da qualidade do ensino público”.De acordo com o deputado estadual Roberto Felício (PT), o simples fato das direções de escola terem sido instruídas pelo governo a não informarem sobre a paralisação é um forte indício do respaldo do movimento junto à categoria, “que está na linha de frente, pois não foge da luta”.
Conforme o deputado estadual Major Olímpio (PDT), liderança dos policiais militares, o que o governo estadual fez foi usar de toda a sua truculência e o seu aparato repressivo em vez de abrir negociação com os professores. “Os manifestantes vieram para dialogar, mas o governo tucano os recebeu como numa guerra”, frisou.
Para os incautos que ainda alimentavam alguma ilusão em relação à falta de caráter de José Serra, vale o comentário de um ex-amigo seu, Flávio Bierrenbach, ex-deputado e ministro do Superior Tribunal Militar: “Serra entrou pobre na Secretaria de Planejamento do Governo Montoro e saiu rico. Ele usa o poder de forma cruel, corrupta e prepotente. Poucos o conhecem. Engana muita gente. Prejudicou a muitos dos seus companheiros. Uma ambição sem limite. Uma sede de poder sem nenhum freio".Agora, vamos freá-lo! Fonte: CUT.
3 comentários:
O inexplicável aumento de vantagem do Serra sobre a Dilma (Datafolha)
Minha cabeça de engenheiro sempre exige explicações racionais para explicar números de pesquisas de opinião. Minha neta de três anos não é engenheira (ainda), mas gosta que eu explique tudo com lógica.
Diante dos últimos resultados do Datafolha, que mostram um aumento na vantagem do Serra sobre a Dilma, de cinco para nove pontos percentuais, ela me fez as seguintes perguntas:
1. A Dilma não cresceu 20% na pesquisa espontânea, passando de 10% em fevereiro para 12% agora em março?
2. O Serra não ficou estagnado em 8%, na espontânea, nesse mesmo período?
3. A rejeição ao Serra não se manteve no mesmo patamar de 25%, entre a pesquisa anterior e esta?
4. A rejeição à Dilma não se manteve no mesmo patamar de 23%, no mesmo período?
5. Houve algum fato novo relevante para o crescimento do Serra?
6. Será que inauguração de maquete de ponte e demolição de prédio foram suficientes para aumentar a indicação de voto no Serra?
7. Houve algum fato relevante para a estagnação com ligeiro decréscimo da Dilma?
8. A Dilma não continuou inaugurando obras importantes todos os dias?
7. Se a porradaria (desbocada essa menina) das Organizações Serra em cima do Zé Dirceu e do Vaccari tivesse interferido na avaliação dos eleitores pesquisados não seria natural o aumento da rejeição à Dilma?
8. Finalmente, o aumento da avaliação do governo Lula, que atingiu o recorde nas pesquisas do Datafolha com 76%, não taria vantagem para a Dilma em vez de trazer vantagem para o Serra, como tenta demonstrar a Folha de São Paulo?
(continua em http://migre.me/rUSj)
*
Prezados,
A matéria sobre a manifestação dos professores, a truculência e a covardia de Serra, é de autoria do jornalista Leonardo Wexell Severo, a quem cabe o crédito.
Abraços
Monica Fonseca
Com certeza aquela foto daquele policial a paisana infiltrado no meio dos professores para badernar e colocar a culpa neles vai ser usada na campanha mostrando o estilo truculento, ditador de negociar com os professores, classe sofrida e muito importante para o país.
Fora Serra, a ditadura já ficou para trás.
Postar um comentário