Pacientes de unidade do Tatuapé sofrem com falta de estrutura, longas esperas e remarcações de exames
MATEUS PARREIRAS
DO "AGORA"
Falta de estrutura, longas esperas, frustração com sucessivas remarcações de exames e procedimentos e até pacientes esperando atendimento com o soro na mão. Sem 144 médicos em 21 das suas 52 especialidades, o atendimento é problemático no Hospital Municipal Dr. Carminho Caricchio, o Hospital do Tatuapé, na zona leste da capital paulista.
A instituição deveria ter 586 médicos. Atualmente, no entanto, conta apenas com 469. Trata-se de um deficit de 117 médicos. O problema é agravado pelo fato de algumas vagas de especialidades contarem com profissionais a mais -algumas áreas que precisam de cinco médicos, por exemplo, têm oito. Ou seja, o desfalque real de vagas é de 144.
Vistoria
Faltam médicos em áreas importantes, como clínica médica, pediatria e anestesia. Não há nenhum cirurgião torácico, endocrinologista, hemoterapista, nefrologista ou psiquiatra trabalhando no hospital, segundo relatório da Comissão de Saúde da Câmara, que vistoriou o local na segunda passada.
Pelos corredores, o problema fica visível nas longas filas para exames ortopédicos e nas pessoas que esperam de pé pelo raio-X. Entre elas, gente que se escora nas paredes, idosos com dificuldade para se locomover e pessoas em muletas.
Entre os pacientes, um homem com o braço engessado e muitas faixas atadas ao corpo, inclusive na cabeça, aguardava sentando no chão que um médico para realizar mais exames.
Ao menos três pacientes aguardavam atendimento com soro na mão. Denisvaldo, 50, era um deles. Ele aguardava de pé a realização de um raio-X ontem. Por causa da longa espera, o sangue dele subia pelo tubo para o recipiente do soro, já vazio há algum tempo.
"Tive problema na barriga. Estou na fila há 1 hora. Isso é falta de respeito", reclamou Denisvaldo. Quem indicou os testes, três horas antes, foi um dos 30 clínicos do hospital -umas das especialidades com deficit de profissionais.
Há uma semana, o professor Vasconcelos Ferreira, 50 anos, tenta que o irmão acidentado se consulte com um neurologista. Dos 20 lugares previstos para essa especialidade, faltam ainda cinco para serem preenchidos. "Ele está internado, com sangue saindo do ouvido."
Recomendação
Passando-se por paciente, a reportagem ouviu de uma recepcionista do hospital que todos os psiquiatras saíram do Tatuapé e foram para o Hospital 21 de Junho. Ela entrega a todos que procuram esse serviço um cartão intitulado "atendimento psiquiátrico".
No papel, há o endereço da outra instituição, na Freguesia do Ó (zona norte de SP), que fica a cerca de 19 km -viagem de aproximadamente uma hora. O bilhete dá até opções de transporte público para o paciente.
MATEUS PARREIRAS
DO "AGORA"
Falta de estrutura, longas esperas, frustração com sucessivas remarcações de exames e procedimentos e até pacientes esperando atendimento com o soro na mão. Sem 144 médicos em 21 das suas 52 especialidades, o atendimento é problemático no Hospital Municipal Dr. Carminho Caricchio, o Hospital do Tatuapé, na zona leste da capital paulista.
A instituição deveria ter 586 médicos. Atualmente, no entanto, conta apenas com 469. Trata-se de um deficit de 117 médicos. O problema é agravado pelo fato de algumas vagas de especialidades contarem com profissionais a mais -algumas áreas que precisam de cinco médicos, por exemplo, têm oito. Ou seja, o desfalque real de vagas é de 144.
Vistoria
Faltam médicos em áreas importantes, como clínica médica, pediatria e anestesia. Não há nenhum cirurgião torácico, endocrinologista, hemoterapista, nefrologista ou psiquiatra trabalhando no hospital, segundo relatório da Comissão de Saúde da Câmara, que vistoriou o local na segunda passada.
Pelos corredores, o problema fica visível nas longas filas para exames ortopédicos e nas pessoas que esperam de pé pelo raio-X. Entre elas, gente que se escora nas paredes, idosos com dificuldade para se locomover e pessoas em muletas.
Entre os pacientes, um homem com o braço engessado e muitas faixas atadas ao corpo, inclusive na cabeça, aguardava sentando no chão que um médico para realizar mais exames.
Ao menos três pacientes aguardavam atendimento com soro na mão. Denisvaldo, 50, era um deles. Ele aguardava de pé a realização de um raio-X ontem. Por causa da longa espera, o sangue dele subia pelo tubo para o recipiente do soro, já vazio há algum tempo.
"Tive problema na barriga. Estou na fila há 1 hora. Isso é falta de respeito", reclamou Denisvaldo. Quem indicou os testes, três horas antes, foi um dos 30 clínicos do hospital -umas das especialidades com deficit de profissionais.
Há uma semana, o professor Vasconcelos Ferreira, 50 anos, tenta que o irmão acidentado se consulte com um neurologista. Dos 20 lugares previstos para essa especialidade, faltam ainda cinco para serem preenchidos. "Ele está internado, com sangue saindo do ouvido."
Recomendação
Passando-se por paciente, a reportagem ouviu de uma recepcionista do hospital que todos os psiquiatras saíram do Tatuapé e foram para o Hospital 21 de Junho. Ela entrega a todos que procuram esse serviço um cartão intitulado "atendimento psiquiátrico".
No papel, há o endereço da outra instituição, na Freguesia do Ó (zona norte de SP), que fica a cerca de 19 km -viagem de aproximadamente uma hora. O bilhete dá até opções de transporte público para o paciente.
2 comentários:
Se um jornalista de verdade - "fuçeiro" - que garimpa a notícia, visitar os hospitais de SP (interior principalmente)que tem os malfadados projetos AME do Zé vai levar um susto... o desmonte das instituições é criminoso...
Enquanto isso aqui no governo Ana -PT não foram mais do que coisa de 100 crianças que morreram e o PIG saiu difamando a coitada. Por isso ela proibiu qualquer funcionár falar das mortes em qualquer hospital do Estado e não publica mais nenhuma estatística disto.
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