Um fato muito significativo aconteceu nesta semana sem que talvez as pessoas tenham se dado conta de sua real dimensão. A Rede Globo retirou do ar uma campanha pelos seus 45 anos, que mal fora lançada, por pressão da blogosfera que denunciou a peça como propagando para o candidato tucano José Serra.
É importantíssimo ressaltar que não houve ação judicial, que nenhum partido fez queixa formal à emissora, mas que a movimentação nas redes sociais foi tão forte que o império global se viu pressionado a voltar atrás. O episódio revelou o poder da internet e dos blogs, que já se contrapõem à grande mídia, aliada a José Serra, e têm uma velocidade impressionante para veicular as informações e transformá-las em fato político.
A pretexto dos seus 45 anos, a Globo apresentou no domingo à noite, no Fantástico, a peça preparada para a comemoração. A coincidência do 45 ser também o número do PSDB não poderia ser alegada, pois seria tachada de pueril teoria conspiratória. Mas o texto da propaganda reforçava abertamente o slogan da campanha de Serra, de que “O Brasil pode mais”.
A “sutileza” que procurava passar despercebida estava na voz dos artistas globais enfatizando que “todos queremos mais, educação, saúde, amor e paz. Brasil, muito mais”. Parecia plataforma política e era. Um ouvido mais atento captou a mensagem e a colocou na rede. O assunto cresceu como bola de neve e virou pauta jornalística. A Globo, procurada, precisou dar uma resposta.
Em nota oficial na tarde de segunda-feira, antes mesmo que a campanha completasse 24 horas no ar, a Globo anunciava que suspendia a exibição da propaganda para não dar pretexto de ser acusada de tendenciosa. Segundo consta, parece que alguns artistas também se queixaram à emissora ao perceberem que tinham sido usados para reforçar uma campanha política que desaprovam.
Deve ter pesado na decisão da Globo um histórico de manipulação política, iniciado pela tentativa de evitar a vitória de Leonel Brizola ao governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1982; reforçado na ocultação da campanha pelas eleições diretas, em 1983 e 1984, e consolidado com a famosa edição do debate entre Collor e Lula nas primeiras eleições pós-ditadura, em 1989.
Como principal conglomerado de comunicação do país, a Globo terá um papel importante na cobertura das eleições presidenciais e se já começasse mostrando as armas nem poderia invocar um verniz de neutralidade. A reação da sociedade foi um aviso importante à grande imprensa, que, como já disse a presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, representante da Folha de S.Paulo, faz o papel de oposição no país, já que a própria, coitadinha, “está profundamente fragilizada”. Mair Pena Neto
A pretexto dos seus 45 anos, a Globo apresentou no domingo à noite, no Fantástico, a peça preparada para a comemoração. A coincidência do 45 ser também o número do PSDB não poderia ser alegada, pois seria tachada de pueril teoria conspiratória. Mas o texto da propaganda reforçava abertamente o slogan da campanha de Serra, de que “O Brasil pode mais”.
A “sutileza” que procurava passar despercebida estava na voz dos artistas globais enfatizando que “todos queremos mais, educação, saúde, amor e paz. Brasil, muito mais”. Parecia plataforma política e era. Um ouvido mais atento captou a mensagem e a colocou na rede. O assunto cresceu como bola de neve e virou pauta jornalística. A Globo, procurada, precisou dar uma resposta.
Em nota oficial na tarde de segunda-feira, antes mesmo que a campanha completasse 24 horas no ar, a Globo anunciava que suspendia a exibição da propaganda para não dar pretexto de ser acusada de tendenciosa. Segundo consta, parece que alguns artistas também se queixaram à emissora ao perceberem que tinham sido usados para reforçar uma campanha política que desaprovam.
Deve ter pesado na decisão da Globo um histórico de manipulação política, iniciado pela tentativa de evitar a vitória de Leonel Brizola ao governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1982; reforçado na ocultação da campanha pelas eleições diretas, em 1983 e 1984, e consolidado com a famosa edição do debate entre Collor e Lula nas primeiras eleições pós-ditadura, em 1989.
Como principal conglomerado de comunicação do país, a Globo terá um papel importante na cobertura das eleições presidenciais e se já começasse mostrando as armas nem poderia invocar um verniz de neutralidade. A reação da sociedade foi um aviso importante à grande imprensa, que, como já disse a presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, representante da Folha de S.Paulo, faz o papel de oposição no país, já que a própria, coitadinha, “está profundamente fragilizada”. Mair Pena Neto
4 comentários:
Como um blogueiro aqui do interior do RS, me sinto onrgulho de ter sido um dos primeiros a postar sobre a peça/propaganda global...
Estaremos de olho, elegeremos DILMA
E, dessa forma, sem qualquer oposição organizada, as forças reacionárias vão colando tudo que há de ruim à imagem de Dilma Rousseff. Vai virando outra Marta…
Há um padrão repetitivo de erros nas ações estratégicas de comunicação do PT e de seus aliados. E são cinco:
- No poder há 7 anos, a esquerda não foi capaz de criar um jornal eclético, multitemático, dirigido às massas ou à classe média leitora. Até os confusos comunistas italianos têm; aqui, não temos nada.
- Tampouco há um portal de Internet, também eclético e multitemático, capaz de difundir a versão correta dos fatos políticos e divulgar as conquistas do governo Lula. A juventude de classe média, por exemplo, é altamente conectada, mas tem a pior visão possível da esquerda.
- 90% dos conteúdos da chamada “blogosfera lulista” circulam dentro dos próprios redutos da esquerda. As denúncias, correções e defesas raramente chegam ao povo votante. Temos de valorizar esses guerreiros midiáticos, mas os resultados, em termos midiáticos, são extremamente modestos.
- Não existe uma ação planejada e efetiva de caça aos difusores de calúnias na Internet. Aparentemente, a esquerda não tem advogados, desconhece a lei e considera inevitável a ação dos criminosos virtuais.
- O PT e seus aliados continuam com medo da imprensa monopolista. Não a denunciam, não a desmascaram. Vergonhosamente ajoelhados, reagem com vagas lamúrias, dirigidas aos próprios algozes. São incapazes de se comunicar diretamente com a população, de modo a desmascarar os barões midiáticos.
É sempre bom ficarmos atentos.Sigamos com Dilma presidente.
Muita gente esta se calando, não encontro em primeira pagina, as pesquisa serra-Ibope nem na uol, nem na terra, nem na globo, bol e etc.... Quero saber o que houve? nem se passou um dia da divulgação da pesquisa e já saiu de cenário. Ontem ataquei a terra com comentarios sobre a pesquisa, ela tirou todos os meus comentarios, deixando apenas o que falvam a favor do safado do Serra, mas o que vale é que a pesquisa foi embora.
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