quarta-feira, 5 de maio de 2010

Líder do governo acusa oposição de demagogia

Líder do governo acusa oposição de demagogia
O líder do governo e relator da MP das aposentadorias, Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu o reajuste das aposentadorias pelo índice de 7% proposto pelo governo às centrais sindicais. "A população confia em Lula, sabe que ele daria mais se pudesse, porque este governo é um exemplo de proteção aos mais pobres e de geração de emprego e renda", disse Vaccarezza. Por seu lado, o líder da Minoria, Gustavo Fruet (PSDB-PR), defendeu o reajuste de 8,77% (reposição da inflação mais 100% do PIB) proposto pelo DEM. Segundo Fruet, o governo elevou em R$ 10 bilhões ao ano a folha salarial da União, e portanto pode arcar também com novas despesas (ele calcula em R$ 1 bilhão) para os aposentados.
"Sinto que falta responsabilidade fiscal à oposição, que só pensa no calendário eleitoral", reagiu Vaccarezza, advertindo que o presidente Lula "terá que vetar" qualquer reajuste que ponha em risco o equilíbrio do orçamento. "No nosso governo não houve perda para o aposentado; os 7%, são um aumento robusto, que nenhuma empresa privada deu aos seus trabalhadores", disse ele, acrescentando que o aumento será retroativo a janeiro. Além disso, Vaccarezza comprometeu-se a abrir discussão com as entidades dos aposentados para estabelecer uma política de recuperação das perdas históricas das aposentadorias, começando por um reajuste acima da inflação em 2011.
O líder do PSDB, João Almeida (BA), comparou o reajuste dos aposentados com o acordo firmado pelo presidente Lula "com o bispo Lugo" para conceder ao Paraguai um aumento na tarifa de energia de Itaipu. "Vamos comprar energia paraguaia por um valor maior do que o dos três últimos leilões de energia, o que significa que o consumidor brasileiro vai pagar uma tarifa maior pelo resto da vida", atacou o líder tucano. Ele acusou Lula de "praticar bondades" com o Paraguai com dinheiro do povo brasileiro, de "contratar a companheirada" para o governo, de alugar imóveis sem necessidade e de promover desonerações fiscais duvidosas. "Portanto, o governo pode também pagar mais aos aposentados, concluiu. Almeida criticou o governo também por ter negocaido diretamente com as centrais sindicais e não com os parlamentares.
Em linha semelhante, o líder do DEM, Paulo Bornhausen (SC), afirmou que o governo é generoso nas relações externas, anistiou dívidas de outros países, tem um projeto militar milionário, concede benesses a funcionários publicos que custam bilhões de reais "Mas quando chega no aposentado da iniciativa privada, demonstra dificuldade em atender", estranhou. Segundo Bornhausen, o empréstimo consignado provocou um "endividamento compulsório" que diminui a renda real do aposentado, tornando o reajuste da aposentadoria urgente. "Se este governo estourou a Previdência e não pode dar um aumento maior, então precisa assumir perante a Nação que foi mau gestor", desafiou.
O líder do PT, Fernando Ferro (PE), rebateu as críticas aos acordos com outros paises latino-americanos. Ele lembrou que Itaipu é uma empresa binacional e que o Paraguai tem uma reclamação histórica contra a baixa tarifa da energia que não consome e vende ao Brasil. "Nós queremos a integração latino-americana, que exige gestos de convivencia e tolerância; soa estranho a oposição cobrar dureza com a Bolivia e o Paraguai, que são países pobres, depois de ter sido subserviente aos intereses dos Estados Unidos quando estavam no governo", estranhou o petista.
Segundo Ferro, o mais importante no debate da MP é que enfim formou-se uma vontade política nacional para recuperar as perdas históricas dos aposentados. "É uma dívida do País, a divergência é só quanto ao ritmo da recuperação", disse o líder petista, garantindo que o processo de negociação e de recuperação vai continuar, mas precisa levar em conta os limites financeiros.
O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), firmou posição pelo reajuste de 7,7%, ressaltando ter sido o percentual acertado entre a Câmara e o Senado, e liberou sua bancada nas votações mais importantes, "para respeitar a vontade de cada deputado".
Pelo PR, o líder Sandro Mabel (GO) encaminhou a rejeição da admissibilidade das emendas que propunham reajustes maiores, respeitando assim acordo firmado com o governo. "Temos preocupação com as finanças nacionais", disse. Depois do governo ter perdido esta votação, o PR defendeu o reajuste de 7,7%. "É um avanço importante, o Brasil vem caminhando de forma justa com o aposentado", disse Mabel. O PP seguiu a mesma tática do PR.
O líder do bloco PSB-PCdoB, Daniel Almeida (PCdoB-BA), destacou a importância da negociação com as centrais sindicais. "O presidente Lula já demonstrou sua sensibilidade com os aposentados, estamos avançando, e nosso bloco quer avançar ainda mais para os 7,7%", disse Almeida. Ele rebateu a afirmação da oposição de que o governo Fernando Henrique Cardoso teria dado ao aposentado um aumento real superior ao do governo Lula. "O governo Fernando Henrique nem usava o índice da inflação para as aposentadorias, tinha um índice específico para elas", recordou.
O líder do PDT, Brizola Neto (RJ), disse que seu partido é coerente, sempre a favor do aposentados. "Apoiamos o governo Lula, que deu aumento real importante para o salário mínimo, e ao mesmo tempo não abandonamos nossa luta pelo aposerntado", disse o líder. Autor da emenda vitoriosa dos 7,7%, negociado junto às centrais sindicais e com o Senado, representado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) criticou a oposição por querer ir além desse índice. "É demagogia, querem votar um índice maior para jogar o pepino na mão de governo e obrigar o Lula a vetar", acusou.
O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), defendeu o aumento de 8,7%, equivalente à reposição da inflação mais 100% do PIB. É uma questão de prioridade; nós não temos que consultar a área financeira do governo, é ela que tem que nos perguntar onde nós queremos colocar o dinheiro", sustentou.
Pelo Psol, Ivan Valente (SP) qualificou a proposta do relator Vaccarezza de "mixaria". Por sua vez, Luciana Genro (RS) disse que o aposentado precisa de um reajuste "igual ou superior" ao salário mínimo. Ela defendeu o fim da desvinculação do salário mínimo com a aposentadoria, "criada por Fernando Henrique e mantida por Lula".
Carlos Willliam (PTC-MG) defendeu os 7,7% e acusou a oposição de agir com demagogia "da mesma forma como fez na PEC dos vereadores e nos roialties do pré-sal". Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também viu demagogia no comportamento da oposição. "Quando eles estavam no governo deram seguidos aumentos abaixo da inflação", lembrou.
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) garantiu que a Previdência pode suportar o índice de 7,7%. "É preciso parar com a ladainha de que não suporta; se tem para as Olimpíadas, se tem para o PAC, então tem que ter para o aposentado", disse, acrescentando não se sentir intimidado com a ameaça de veto presidencial. "Se o veto vier nós vamos votá-lo aqui", desafiou.
Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) acusou o governo de fazer "pouco caso" dos aposentados. Ruy Pauletti (PSDB-RS) chamou de "esmola" a proposta do governo. "É só parar de dar dinheiro para o Paraguai e a Bolívia, e de pagar as empreiteiras, que vivem fazendo contratos ilegais, que o dinheiro para o aposentado aparece", assegurou.
Júlio Delgao (PSB-MG) fez uma brincadeira numérica. "Não ao 171, sim ao 7,71%", declarou, aludindo ao artigo 171 do Código Penal (estelionato). José Genoíno (PT-SP) foi o único a manter-se até o fim em defesa do reajuste de 7% proposto pelo relator Vaccarezza. "Temos responsabilidade, não foi nosso governo que criou o problema, nós o recebemos e procuramos solucioná-lo, trabalhando com seriedade para recuperar de forma viável o valor da aposentadoria", afirmou.
Encaminhado para o BLOG DA DILMA pelo Correspondente Luiz Cláudio de Moraes Pinheiro.

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