Após advento do Governo Lula, expansão da economia atinge em cheio a vendas no comercio e indústria, principalmente a de bens de consumo duráveis, como carros, motos e linha branca. Isso tudo proporcionado por setores que ficavam à margem da econômica: as classes “D” e “E”.
Não está nada fácil subir a Rua São Tomás de Aquino, uma das duas principais vias de acesso ao Morro do Papagaio, na Zona Sul de Belo Horizonte, onde vivem cerca de 30 mil pessoas. E o motivo não é a violência. Há cerca de três anos, o volume de automóveis na comunidade vem aumentando sensivelmente. Nos fins de tarde, antes mesmo do horário do rush, o movimento de veículos no estreito logradouro é intenso. Não é raro motoristas ficarem encurralados e serem obrigados a fazer manobras cirúrgicas para deixar fluir o trânsito na rua lotada de carros estacionados – a maioria novos ou seminovos. O fenômeno, que se repete em outras vilas e aglomerados da capital, e também em bairros de periferia, é um reflexo da mobilidade social do Brasil, animada pelo aumento da renda do trabalhador.
Em 2005, 13% do total de carros existentes no país estavam nas mãos de famílias brasileiras das classes D e E, 62% nas de classe C e 25% nas de classes A e B. Quatro anos depois, em 2009, o percentual automóveis com proprietários de famílias das classes D e E já havia subido para 14,5%. No mesmo período, a fatia da classe C subiu para 63%, enquanto a das classes A e B caiu para 22,5%. Este ano, entre os consumidores que pretendem adquirir um automóvel, 23% são da classe De E, 57% da classe C e 20% das classes A e B. Os dados são do instituto de pesquisa Data Popular. O aumento das vendas de carros e motos para cidadãos com rendimento mensal da família nas faixas até três salários mínimos e de até 10 mínimos vem sendo alimentado pela elevação do poder aquisitivo no país e pela facilidade de obtenção de crédito na praça, como mostram os dados que estão sendo divulgados hoje pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea). De acordo com o Ipea, a renda média do trabalho no Brasil cresceu 17,1% entre 2004 e 2008. Os rendimentos, no entanto, não apresentaram uma trajetória homogênea para todos os ocupados. De modo geral, os ganhos dos trabalhadores com menores salários apresentaram um crescimento acima da média e os mais qualificados tiveram queda da renda.
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