A escolha feita pelo candidato da oposição à sucessão de Lula, o tucano José Serra, de bater na Bolívia e no presidente Evo Morales, não foi arbitrária. Fiel aos seus compromissos conservadores e retrógrados, José Serra mirou um alvo que fala ao coração da direita e indica, de forma simbólica, qual será seu comportamento se, por um desses azares da política, prevalecer a chance remota dele ser eleito presidente da República.
A direita brasileira e seu candidato principal à presidência, José Serra, têm manifestado de forma permanente seu desapreço pela política externa do presidente Lula. Combatem a integração da América do Sul; condenam a projeção do Brasil no mundo; pregam a volta ao alinhamento automático e subordinado às grandes potências, particularmente aos EUA.
Este é um dos sinais emitidos pelo oposicionista José Serra quando escolhe Evo Morales como alvo. Serra pegou pesado, foi deselegante e arrogante. Ele acusou, mais de uma vez ao longo da semana, Evo Morales (que chamou de índio cocaleiro trotskista) de patrocinar o plantio de folhas de coca na Bolívia, ser “cúmplice de traficantes” e fazer “corpo mole” contra o tráfico.
Alguém poderia interpretar este destempero verbal como consequência das dificuldades que sua candidatura enfrenta nas pesquisas de opinião e na difícil tarefa de conseguir um nome de expressão para ser vice em sua chapa desde que o mineiro Aécio Neves, sentindo o cheiro da derrota tucana, resiste em ocupar aquela posição.
Mas não é destempero. É convicção mesmo. Na mesma semana, José Serra propôs a liquidação do Mercosul e da integração sul americana; quer trocá-los por tratados de livre comércio. Numa palestra para empresários em Belo Horizonte ele foi claro: o Mercosul "é uma farsa", disse. “Nos últimos oito anos no mundo, houve 100 tratados de livre-comércio". E perguntou: "Sabe quantos o Brasil fez? Dos 100? Um." Em sua opinião quem atrapalha é o Mercosul, que impede a realização destes tratados.
Serra despreza o significado econômico e principalmente geopolítico da integração continental e esquece que a expressão "livre comércio" é a chave para a volta da influência determinante dos Estados Unidos no continente. Este é o problema: na situação atual, duramente conquistada nestes oito anos, quem ganha são os povos e as nações da América do Sul, cuja soberania é fortalecida. Com a mudança pregada por José Serra quem ganha são os EUA. Há um aspecto eleitoreiro no ataque de José Serra contra Evo Morales, e suas declarações faltam à verdade quando acusam o presidente boliviano de fazer "corpo mole" contra o tráfico.
Antes de Evo Morales, os responsáveis pelo combate à cocaína na Bolívia eram os militares enviados pelos Estados Unidos que, a pretexto de erradicar as plantações da coca, cometiam violências contra as populações indígenas, enxovalhando sua soberania e transformando o país em mais uma base para suas operações no continente.
Com Evo, isso acabou e o combate ao tráfico ganhou mais eficiência do que sob os americanos. Passou a vigorar o lema “cocaína zero, não coca zero”. A Bolívia expulsou os americanos e completou a nacionalização da luta contra o narcotráfico no ano passado. E o governo de Evo Morales passou a ter uma atuação intensa no combate ao narcotráfico. Em 2008, por exemplo, sua polícia boliviana antidroga destruiu quase três mil fábricas de cocaína e três laboratórios de refino, e prendeu 2.140 pessoas, entre bolivianos e estrangeiros. Em 2009, apreendeu mais de 20 toneladas de cocaína, quase o dobro do que os agentes americanos apreenderam em 2005, quando ainda operavam no país.
José Serra, ao acusar falsamente o governo boliviano de conivência com o narcotráfico, apenas repete alegações do governo dos EUA que relacionam a Bolívia como um dos 20 "grandes produtores ou plataformas para o tráfico de drogas" no mundo. José Serra parece não ter voz própria mas ser um mero eco daquilo que os poderosos do mundo falam em Washington.
A Bolívia incomoda a direita brasileira e Serra, ao escolher o governo de Evo Morales como alvo, acaricia sonhos retrógrados. Repete o velho hábito dos conservadores brasileiros de rosnar e mostrar os dentes para aqueles que julgam menores e mais fracos, enquanto prostram-se de joelhos ante os poderosos do mundo. Querem bater nos vizinhos da América do Sul, e balançam o rabo para potências imperialistas como os Estados Unidos da América. Foi assim em maio de 2006, quando a Bolívia nacionalizou suas reservas de petróleo e gás, e a direita brasileira quis empregar a força militar de nosso país para esmagar a soberania de La Paz.
As declarações desta semana de José Serra têm esse significado. Ele não pode bater nos grandes; não se arrisca a bater em Lula para não perder ainda mais eleitores. Bate então em Evo Morales.. Editorial Vermelho
Este é um dos sinais emitidos pelo oposicionista José Serra quando escolhe Evo Morales como alvo. Serra pegou pesado, foi deselegante e arrogante. Ele acusou, mais de uma vez ao longo da semana, Evo Morales (que chamou de índio cocaleiro trotskista) de patrocinar o plantio de folhas de coca na Bolívia, ser “cúmplice de traficantes” e fazer “corpo mole” contra o tráfico.
Alguém poderia interpretar este destempero verbal como consequência das dificuldades que sua candidatura enfrenta nas pesquisas de opinião e na difícil tarefa de conseguir um nome de expressão para ser vice em sua chapa desde que o mineiro Aécio Neves, sentindo o cheiro da derrota tucana, resiste em ocupar aquela posição.
Mas não é destempero. É convicção mesmo. Na mesma semana, José Serra propôs a liquidação do Mercosul e da integração sul americana; quer trocá-los por tratados de livre comércio. Numa palestra para empresários em Belo Horizonte ele foi claro: o Mercosul "é uma farsa", disse. “Nos últimos oito anos no mundo, houve 100 tratados de livre-comércio". E perguntou: "Sabe quantos o Brasil fez? Dos 100? Um." Em sua opinião quem atrapalha é o Mercosul, que impede a realização destes tratados.
Serra despreza o significado econômico e principalmente geopolítico da integração continental e esquece que a expressão "livre comércio" é a chave para a volta da influência determinante dos Estados Unidos no continente. Este é o problema: na situação atual, duramente conquistada nestes oito anos, quem ganha são os povos e as nações da América do Sul, cuja soberania é fortalecida. Com a mudança pregada por José Serra quem ganha são os EUA. Há um aspecto eleitoreiro no ataque de José Serra contra Evo Morales, e suas declarações faltam à verdade quando acusam o presidente boliviano de fazer "corpo mole" contra o tráfico.
Antes de Evo Morales, os responsáveis pelo combate à cocaína na Bolívia eram os militares enviados pelos Estados Unidos que, a pretexto de erradicar as plantações da coca, cometiam violências contra as populações indígenas, enxovalhando sua soberania e transformando o país em mais uma base para suas operações no continente.
Com Evo, isso acabou e o combate ao tráfico ganhou mais eficiência do que sob os americanos. Passou a vigorar o lema “cocaína zero, não coca zero”. A Bolívia expulsou os americanos e completou a nacionalização da luta contra o narcotráfico no ano passado. E o governo de Evo Morales passou a ter uma atuação intensa no combate ao narcotráfico. Em 2008, por exemplo, sua polícia boliviana antidroga destruiu quase três mil fábricas de cocaína e três laboratórios de refino, e prendeu 2.140 pessoas, entre bolivianos e estrangeiros. Em 2009, apreendeu mais de 20 toneladas de cocaína, quase o dobro do que os agentes americanos apreenderam em 2005, quando ainda operavam no país.
José Serra, ao acusar falsamente o governo boliviano de conivência com o narcotráfico, apenas repete alegações do governo dos EUA que relacionam a Bolívia como um dos 20 "grandes produtores ou plataformas para o tráfico de drogas" no mundo. José Serra parece não ter voz própria mas ser um mero eco daquilo que os poderosos do mundo falam em Washington.
A Bolívia incomoda a direita brasileira e Serra, ao escolher o governo de Evo Morales como alvo, acaricia sonhos retrógrados. Repete o velho hábito dos conservadores brasileiros de rosnar e mostrar os dentes para aqueles que julgam menores e mais fracos, enquanto prostram-se de joelhos ante os poderosos do mundo. Querem bater nos vizinhos da América do Sul, e balançam o rabo para potências imperialistas como os Estados Unidos da América. Foi assim em maio de 2006, quando a Bolívia nacionalizou suas reservas de petróleo e gás, e a direita brasileira quis empregar a força militar de nosso país para esmagar a soberania de La Paz.
As declarações desta semana de José Serra têm esse significado. Ele não pode bater nos grandes; não se arrisca a bater em Lula para não perder ainda mais eleitores. Bate então em Evo Morales.. Editorial Vermelho
Um comentário:
Chego quase a dar razão ao Serra de atacar tal figura. Esse Evo Morales é um gaiato... Tudo que traz pendurado no peito são medalhas?....
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