quinta-feira, 13 de maio de 2010

Lula diz que não vai deixar a cena política

Presidente revela que planeja retomar suas Caravanas da Cidadania pelo país

Em visita ao Rio Grande do Sul, Dilma procura associar sua imagem à de uma mãe e diz que não é brava: "A mãe cobra porque quer o bem"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Numa conversa reservada ontem com dirigentes da Contag, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que quem apostar que ele vai deixar a cena política após o término de seu mandato "cairá do cavalo".
Segundo os presentes ao encontro em Brasília, Lula anunciou que a partir de 2011 deverá reeditar as Caravanas da Cidadania que fez pelo interior do país no início dos anos 90 para ver as realizações de sua gestão.
Acrescentou, brincando, que não vai interferir na gestão do sucessor: "Vocês vão ver que, nunca antes na história deste país, um ex-presidente não deu pitacos em seu sucessor". Aliada do PT, a Contag deixou o encontro satisfeita: o governo anunciou a liberação de R$ 16 bilhões para o Plano Safra.
Depois, em entrevista ao telejornal "SBT Brasil", Lula cutucou o tucano José Serra: "Eu gostaria de ser economista. Eu acho chiquérrimo porque sabe de um monte de números. Quando é oposição sabe mais ainda. O Serra está sabendo muito mais ainda", afirmou.

Dilma
Para suavizar a imagem de mulher dura que fala em jargão técnico, a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, disse ontem, em visita ao Rio Grande do Sul, que seu estilo é igual ao de uma mãezona que faz cobranças porque quer o bem dos filhos.
Em viagem ao Rio Grande do Sul, a pré-candidata petista procurou usar, em suas entrevistas e discursos, imagens que remetiam à maternidade ou à sua condição de mulher. Em 2008, o presidente Lula chamou Dilma de "mãe do PAC" pela primeira vez.
"Não sou brava, não. Sou que nem mãe. A mãe manda escovar os dentes e fazer o dever de casa. No governo, fui uma espécie de mãe, cobrei prazos, mas dei suporte e apoiei também."
"Eu sou firme, mas eu cuido, eu protejo, eu apoio. A mãe cobra porque ela quer o bem, quer que a lição seja feita", disse.
A busca de sintonia com o eleitorado feminino resulta de seu mau desempenho nesse segmento, no qual ela tem 15 pontos a menos que o tucano José Serra (PSDB).

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