Através do DEM, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, requentou a tese da “unidade nacional”. O programa de Rádio e TV transmitido ontem (27) no horário gratuito reproduziu o trecho do discurso do tucano em 10 de abril quando foi lançado pré-candidato da aliança anti-Lula. “De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos ou de ricos contra pobres”.
Por José Reinaldo Carvalho *
O tema nem sempre merece a necessária atenção, mas é um dos mais importantes não só na campanha eleitoral. Diz respeito a uma das questões essenciais, cuja resposta pode ser decisiva para os destinos nacionais. A unidade é uma das questões mais importantes da luta política, do movimento democrático, das lutas sociais, do esforço patriótico para defender e consolidar a independência do país. O saudoso dirigente comunista João Amazonas, que tinha imensa capacidade de transitar entre as lideranças políticas progressistas do país, não se cansava de repetir: “A unidade é a bandeira da esperança”.
Efetivamente, foi sob a bandeira da unidade das forças democráticas, patrióticas e populares que teve êxito a luta contra a ditadura entre as décadas de 1960 e 1980. Todas as vitórias subseqüentes – a Constituinte, a democratização do país, a eleição de Lula e a realização de uma grande obra política e social ao longo dos seus dois mandatos, na qual sobressaem as políticas sociais e a política externa afirmativa da soberania nacional são fruto da unidade das forças democráticas, patrióticas e populares. Como afirmou recentemente o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, “foi o presidente Lula quem criou as condições para unir a nação”.
Quanto à aliança PSDB-PFL, hoje PSDB-DEM, aprofundou os fatores estruturais e históricos das divisões nacionais. As políticas neoliberais e entreguistas dos dois mandatos de seu líder, FHC, aprofundaram os antagonismos da sociedade brasileira. Afinal, o arrocho salarial e o desemprego foram as principais marcas das suas políticas econômica e “social”.
A aliança PSDB-PFL mutilou a Constituição de 1988, dela retirando as principais conquistas ligadas à soberania econômica do país. O governo da aliança PSDB-PFL de FHC tratou como caso de polícia a questão social, à maneira da República Velha, antes da Revolução de 1930. Foi um governo do PSDB, com o entusiástico apoio do PFL, hoje DEM, que perpetrou o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, durante o primeiro mandato de FHC. Foi FHC quem mandou o Exército invadir refinarias para reprimir uma greve de petroleiros e comportou-se de maneira raivosa contra os sindicatos, a UNE e o MST.
Este mesmo governo tentou diversas vezes impor ao país uma reforma política baseada em modelos importados de outros países, que liquidaria o voto proporcional (mecanismo que garante a unidade do sistema político num quadro de diversidade) e garantiria o monopólio do poder político por um punhado de partidos neoliberais e reacionários, de direita e centro-direita, forjando uma espécie de regimen, a “ditadura de punhos de renda”, na feliz expressão do jurista Celso Antônio Bandeira de Melo.
Todas essas políticas acentuaram as divisões e os antagonismos sociais e políticos no país e aprofundaram o fosso entre ricos e pobres, que o candidato da aliança anti-Lula hoje diz demagogicamente que não vai estimular. Se os tucanos retornassem ao poder central, o Brasil ficaria irremediavelmente dividido e os antagonismos existentes se tornariam ainda mais agudos. É falso apregoar a unidade nacional sob a égide da burguesia financeira, monopolista e latifundiária e com políticas de submissão ao imperialismo. Este último aspecto também ameaça a unidade nacional. O saudoso intelectual brasileiro Celso Furtado advertia que a Alca ameaçava até mesmo a integridade territorial do Brasil. E como os tucanos lutaram pela Alca!
A propósito, convém acentuar também que o divisionismo do candidato do PSDB José Serra e seus aliados do DEM se volta também contra a integração continental e a unidade dos países e povos latino-americanos e caribenhos, para a qual o governo do presidente Lula deu importante contribuição. Ontem (27), Serra deu declaração agressiva contra a Bolívia, de Evo Morales, como já tinha feito em ocasiões anteriores contra a Venezuela de Hugo Chavez, além de ter prometido desmontar o edifício, construído a duras penas, do Mercosul.
Defender a unidade nacional à margem de um programa democrático e popular é apontar um caminho falso. A crítica à demagogia da aliança PSDB-DEM é necessária às forças progressistas do país. A opção pela continuidade da obra do governo Lula com uma perspectiva de avanço indica a necessidade de nítida demarcação com o neoliberalismo, o conservadorismo e o entreguismo, bem como a afirmação de um programa que efetivamente una o Brasil democrático, patriótico e popular. *Editor do Vermelho
Efetivamente, foi sob a bandeira da unidade das forças democráticas, patrióticas e populares que teve êxito a luta contra a ditadura entre as décadas de 1960 e 1980. Todas as vitórias subseqüentes – a Constituinte, a democratização do país, a eleição de Lula e a realização de uma grande obra política e social ao longo dos seus dois mandatos, na qual sobressaem as políticas sociais e a política externa afirmativa da soberania nacional são fruto da unidade das forças democráticas, patrióticas e populares. Como afirmou recentemente o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, “foi o presidente Lula quem criou as condições para unir a nação”.
Quanto à aliança PSDB-PFL, hoje PSDB-DEM, aprofundou os fatores estruturais e históricos das divisões nacionais. As políticas neoliberais e entreguistas dos dois mandatos de seu líder, FHC, aprofundaram os antagonismos da sociedade brasileira. Afinal, o arrocho salarial e o desemprego foram as principais marcas das suas políticas econômica e “social”.
A aliança PSDB-PFL mutilou a Constituição de 1988, dela retirando as principais conquistas ligadas à soberania econômica do país. O governo da aliança PSDB-PFL de FHC tratou como caso de polícia a questão social, à maneira da República Velha, antes da Revolução de 1930. Foi um governo do PSDB, com o entusiástico apoio do PFL, hoje DEM, que perpetrou o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, durante o primeiro mandato de FHC. Foi FHC quem mandou o Exército invadir refinarias para reprimir uma greve de petroleiros e comportou-se de maneira raivosa contra os sindicatos, a UNE e o MST.
Este mesmo governo tentou diversas vezes impor ao país uma reforma política baseada em modelos importados de outros países, que liquidaria o voto proporcional (mecanismo que garante a unidade do sistema político num quadro de diversidade) e garantiria o monopólio do poder político por um punhado de partidos neoliberais e reacionários, de direita e centro-direita, forjando uma espécie de regimen, a “ditadura de punhos de renda”, na feliz expressão do jurista Celso Antônio Bandeira de Melo.
Todas essas políticas acentuaram as divisões e os antagonismos sociais e políticos no país e aprofundaram o fosso entre ricos e pobres, que o candidato da aliança anti-Lula hoje diz demagogicamente que não vai estimular. Se os tucanos retornassem ao poder central, o Brasil ficaria irremediavelmente dividido e os antagonismos existentes se tornariam ainda mais agudos. É falso apregoar a unidade nacional sob a égide da burguesia financeira, monopolista e latifundiária e com políticas de submissão ao imperialismo. Este último aspecto também ameaça a unidade nacional. O saudoso intelectual brasileiro Celso Furtado advertia que a Alca ameaçava até mesmo a integridade territorial do Brasil. E como os tucanos lutaram pela Alca!
A propósito, convém acentuar também que o divisionismo do candidato do PSDB José Serra e seus aliados do DEM se volta também contra a integração continental e a unidade dos países e povos latino-americanos e caribenhos, para a qual o governo do presidente Lula deu importante contribuição. Ontem (27), Serra deu declaração agressiva contra a Bolívia, de Evo Morales, como já tinha feito em ocasiões anteriores contra a Venezuela de Hugo Chavez, além de ter prometido desmontar o edifício, construído a duras penas, do Mercosul.
Defender a unidade nacional à margem de um programa democrático e popular é apontar um caminho falso. A crítica à demagogia da aliança PSDB-DEM é necessária às forças progressistas do país. A opção pela continuidade da obra do governo Lula com uma perspectiva de avanço indica a necessidade de nítida demarcação com o neoliberalismo, o conservadorismo e o entreguismo, bem como a afirmação de um programa que efetivamente una o Brasil democrático, patriótico e popular. *Editor do Vermelho
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