quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dilma diz que presidente será 'conselheiro' no Planalto

'Sempre que puder, vou me aconselhar com ele', afirma ela, admitindo que, se eleita, Lula terá papel importante no governo
João Domingos / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

A candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, admitiu ontem que, mesmo na inatividade, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva será importante conselheiro dela, caso vença a eleição. "Sempre que eu puder, vou me aconselhar com ele", afirmou, em entrevista à Rádio Educadora Jovem Pan, de Uberlândia.

Ela disse que sempre ouve falar que a atividade de presidente é muito solitária. Com ela, porém, será diferente, afirmou. E o responsável por isso será o presidente Lula. "Porque terei um presidente, que em vez de ficar criticando pelos cantos igual a certos ex-presidentes que infelizmente fazem isso terei um ex-presidente proativo, que dará sugestões e procurará construir a melhoria do Brasil e a melhoria do projeto."

Aproveitando o fato de estar falando para uma rádio do Triângulo Mineiro, área em que o agronegócio é muito forte, Dilma prometeu que não vai tolerar ilegalidades do Movimento dos Sem-Terra (MST), como invasão de terras, de centros de pesquisas e de prédios públicos. "Ninguém que governe um País, um Estado ou um município pode ser complacente com a ilegalidade. Invasão de terras, de centros de pesquisa, de prédios públicos é ilegalidade e ilegalidade não é permitida. Quero deixar isso muito claro", disse a candidata.

A petista também fez uma promessa difícil de cumprir: levar um trem-bala de São Paulo ao Triângulo Mineiro. Apesar de já estar quase tudo pronto para a licitação do trem-bala que ligará o Rio a Campinas, passando por São Paulo, não há técnico que se arrisque a dizer que a obra ficará pronta até 2014, quando termina o mandato do sucessor de Lula. E um hipotético ramal de Campinas ao Triângulo nem sequer tem sido cogitado.

Crescimento. A candidata petista criticou a declaração do tucano José Serra, no programa Roda Vida de segunda-feira. Serra afirmou que são errados os números apresentados pelo governo de que o Brasil cresceu 9% do final do ano até agora. "Ao contrário do que aconteceu no governo anterior, em que o candidato José Serra participou, tanto como ministro do Planejamento, quanto da Saúde, em que havia estagnação, desigualdade e imenso desemprego, é absolutamente incontroverso que o Brasil cresce a taxas muito altas."

A prova maior, segundo ela, é a quantidade de empregos que está sendo criada. "Se o Brasil não estivesse crescendo a taxas elevadas, como é que poderíamos, de janeiro a maio, ter criado 1,265 milhão de empregos Essa quantidade equivale ao que eles (o governo de FHC) criavam em um ano. O mundo todo reconhece a taxa de crescimento do Brasil."


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