Serra resolver crise interna
O único nome passível de aceitação por parte do DEM, segundo interlocutores de ambas as legendas, seria o do ex-governador Aécio Neves, que já declinou do convite, sugerindo que o senador Tasso Jeireissati ocupasse a vaga. Tasso, por sua vez, também não aceitou a missão por considerar que não tem "o perfil do Marco Maciel (vice-presidente no mandato José Sarney)", em referência ao seu temperamento difícil e conturbado. À exceção de Aécio, qualquer outro nome poderá significar o rompimento do acordo com os democratas, segundo dirigentes da legenda ouvidos pelo Correio do Brasil.
Serra tem sido taxado, dentro do próprio partido, como centralizador e dono de um humor irascível, fato que o levou a desmentir a versão de mau humorado em seu discurso de lançamento da campanha eleitoral, durante o qual pediu a confirmação ao senador Jereissati, ex-desafeto político nas últimas eleições presidenciais, há quatro anos, e considerado ainda mais irritadiço. Também o acusam de se manter longe da máquina partidária e a decidir a agenda de viagens sem consultar as bases da legenda.
Não têm sido poucas as reclamações, em público, de integrantes do DEM contra a indecisão tucana. Um dos dirigentes do partido aliado aos tucanos disse a um jornalista, nesta segunda-feira, que já teria "mandado o Serra para os infernos" se o partido tivesse a menor chance de lançar um candidato ao cargo majoritário do Executivo. Setores da direção partidária do DEM, no entanto, ainda tentam negociar as condições para que a legenda se mantenha ao lado dos tucanos, em condições menos desvantajosas do que aquelas apresentadas, até agora, pela direção da campanha serrista.
Um dos bombeiros tem sido o senador José Agripino Maia, líder do DEM no Senado. Ele defende a idéia de que um vice tucano para José Serra não seria um mau negócio, desde que ficassem acordadas as vantagens do partido no caso de vitória da coligação, nas urnas, em outubro. Já o presidente da legenda, Rodrigo Maia, e o senador ultraconservador Jorge Bornhausen, no entanto, têm buscado nomes para indicar ao posto, que querem ver ocupados por alguém do partido, o quanto antes. Filho de César Maia, ex-prefeito do Rio e líder da extrema-direita brasileira, Rodrigo não nutre a admiração que Serra desejaria de um aliado. Ele era cabo eleitoral de Aécio para o posto hoje ocupado pelo tucano paulista.
Enquanto isso, o tempo para Serra decidir quem será o seu vice se afunila. A convenção nacional do DEM está marcada para o próximo dia 27. No edital de convocação está a aprovação da aliança com o PSDB e a homologação do candidato a vice-presidente na chapa que concorrerá à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se não houver a escolha deste nome, os convencionais do DEM não terão o que votar, assegurou um dos dirigentes do partido. Sem votação não há aliança e, sem aliança, a direita terá registrado o maior golpe desde as eleições diretas para o cargo que, hoje, vêem ficando cada vez mais distante.
2 comentários:
O Serra agora fez até simpatia pra Santo Antonio ajudar a arrumar o vice: http://bit.ly/dfFyC0
só uma pequena correção:
Marco Maciel foi vice do FHC e não do Sarney.
O Sarney já era o Vice. Vice do Saudoso Tancredo Neves.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Maciel
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