Serra não estanca crise, e chapa sofre novo revés
Irmão de Alvaro Dias se lança ao governo e dá palanque para Dilma no PR
Após tensas reuniões e intervenção de FHC, PSDB e DEM não obtêm acordo sobre indicação do candidato a vice
DE SÃO PAULO
Não bastasse a crise com DEM, a chapa José Serra-Alvaro Dias sofreu ontem um novo revés. O senador Osmar Dias (PDT-PR) anunciou a decisão de concorrer ao governo do Paraná, consolidando palanque para a petista Dilma Rousseff no Estado.
Acertada ontem numa reunião entre Osmar e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a decisão representa um duplo golpe para a candidatura de Serra. Além de oferecer um palanque para Dilma, desmonta o principal argumento em favor de Dias na queda-de-braço entre PSDB e DEM para indicar o vice de Serra.
Até ontem, Osmar dizia que não seria candidato ao governo do PR caso Dias, seu irmão, fosse vice de Serra.
Ontem, porém, Osmar disse a interlocutores que, como não haverá "disputa direta" entre eles, não haverá problema em integrar outra coalizão.
Nas reuniões com o DEM, o tucanato usou a perspectiva de implosão do palanque de Dilma como motivo para indicação de Dias. Com a candidatura de Osmar, esse trunfo não existe mais.
No final da noite, a avaliação entre líderes tucanos era de que o lançamento da candidatura de Osmar fragiliza a indicação de Alvaro Dias.
Esse ingrediente azedará mais a relação com o DEM, que ameaçou suspender sua convenção, afinal confirmada para hoje, em Brasília. O presidente do partido, Rodrigo Maia, disse que "se possível" a sigla apoiará Serra. Após duas tensas reuniões, tucanos e democratas não chegaram a um consenso. Serra atuou diretamente e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi acionado para tentar convencer os aliados a aceitar Alvaro Dias.
A definição sairia de um novo encontro da cúpula do DEM ontem à noite em Brasília -o terceiro em 24 horas.
Os democratas diziam que, sem acordo, a convenção poderia ser cancelada. O encontro acabou sem o anúncio do fim do impasse. A decisão ficou para a convenção de hoje, que começará às 8h.
Em telefonemas aos democratas, Serra apelou para o instinto de sobrevivência do DEM: alegou que o veto a Dias impõe risco não só ao PSDB mas ao futuro da aliança. Para pressionar, tucanos recrutaram democratas nos Estados nos quais o DEM depende do apoio do PSDB para ser mais competitivo: a ameaça é abandonar essas alianças se o DEM romper com o PSDB nacionalmente.
Convocado a pedido de Serra, FHC pediu responsabilidade a todos na reunião. Ao sair, não descartou o risco de ruptura: "Certeza [de que a aliança está mantida], nunca pode se dizer que sim".
A cúpula do DEM chegou a admitir até a substituição de Dias por outro tucano, mas mantinha o veto ao senador. Já o PSDB insistia no tucano. Apesar de a hipótese de recuo existir de ambos os lados, a estratégia é esticar a corda para ver quem cede. Se o DEM decidir manter o veto, o PSDB terá de negociar.
Irmão de Alvaro Dias se lança ao governo e dá palanque para Dilma no PR
Após tensas reuniões e intervenção de FHC, PSDB e DEM não obtêm acordo sobre indicação do candidato a vice
DE SÃO PAULO
Não bastasse a crise com DEM, a chapa José Serra-Alvaro Dias sofreu ontem um novo revés. O senador Osmar Dias (PDT-PR) anunciou a decisão de concorrer ao governo do Paraná, consolidando palanque para a petista Dilma Rousseff no Estado.
Acertada ontem numa reunião entre Osmar e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a decisão representa um duplo golpe para a candidatura de Serra. Além de oferecer um palanque para Dilma, desmonta o principal argumento em favor de Dias na queda-de-braço entre PSDB e DEM para indicar o vice de Serra.
Até ontem, Osmar dizia que não seria candidato ao governo do PR caso Dias, seu irmão, fosse vice de Serra.
Ontem, porém, Osmar disse a interlocutores que, como não haverá "disputa direta" entre eles, não haverá problema em integrar outra coalizão.
Nas reuniões com o DEM, o tucanato usou a perspectiva de implosão do palanque de Dilma como motivo para indicação de Dias. Com a candidatura de Osmar, esse trunfo não existe mais.
No final da noite, a avaliação entre líderes tucanos era de que o lançamento da candidatura de Osmar fragiliza a indicação de Alvaro Dias.
Esse ingrediente azedará mais a relação com o DEM, que ameaçou suspender sua convenção, afinal confirmada para hoje, em Brasília. O presidente do partido, Rodrigo Maia, disse que "se possível" a sigla apoiará Serra. Após duas tensas reuniões, tucanos e democratas não chegaram a um consenso. Serra atuou diretamente e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi acionado para tentar convencer os aliados a aceitar Alvaro Dias.
A definição sairia de um novo encontro da cúpula do DEM ontem à noite em Brasília -o terceiro em 24 horas.
Os democratas diziam que, sem acordo, a convenção poderia ser cancelada. O encontro acabou sem o anúncio do fim do impasse. A decisão ficou para a convenção de hoje, que começará às 8h.
Em telefonemas aos democratas, Serra apelou para o instinto de sobrevivência do DEM: alegou que o veto a Dias impõe risco não só ao PSDB mas ao futuro da aliança. Para pressionar, tucanos recrutaram democratas nos Estados nos quais o DEM depende do apoio do PSDB para ser mais competitivo: a ameaça é abandonar essas alianças se o DEM romper com o PSDB nacionalmente.
Convocado a pedido de Serra, FHC pediu responsabilidade a todos na reunião. Ao sair, não descartou o risco de ruptura: "Certeza [de que a aliança está mantida], nunca pode se dizer que sim".
A cúpula do DEM chegou a admitir até a substituição de Dias por outro tucano, mas mantinha o veto ao senador. Já o PSDB insistia no tucano. Apesar de a hipótese de recuo existir de ambos os lados, a estratégia é esticar a corda para ver quem cede. Se o DEM decidir manter o veto, o PSDB terá de negociar.
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