segunda-feira, 28 de junho de 2010

Líderes do DEM decidem baixar o tom e pedem reunião com Serra

Marcela Rocha
Direto de São Paulo
Após longa reunião neste domingo (27), o DEM decidiu baixar o tom nos ataques direcionados aos aliados tucanos. O partido pedirá um encontro com o candidato ao planalto José Serra (PSDB) para expor o descontentamento com a decisão do PSDB em sustentar o nome do senador Alvaro Dias (PSDB) como vice na chapa presidencial. No entanto, pretende recuperar o diálogo e sinalizar que a aliança está firme, reforçando que está aberto a conversas sobre a questão.
Líderes do Democratas se reuniram na casa do presidente da sigla, o deputado pelo Rio de Janeiro Rodrigo Maia, para discutir a decisão do PSDB. O parlamentar carioca é o porta-voz da ala que reivindica a vaga de vice e encabeçou a onda de críticas aos aliados.
Segundo um lider do DEM, seu correligionários se mostraram bastante irritados com a condução dada pelo PSDB à questão. O ex-PFL reivindica a vaga de vice desde que o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves. se negou a ocupar o posto. O anúncio de Alvaro Dias despertou a fúria dos Democratas. Além de Maia, líderes como o deputado Ronaldo Caiado engrossaram o teor das críticas, o que, na avaliação de ambos os partidos, desgastou a imagem da coligação.
A tática do DEM é retomar a elegância e acertar onde o PSDB não acertou: na condução do processo, afirmou um líder da legenda. Segundo uma fonte da campanha tucana, Serra está disposto a se reunir com seus aliados, desde que tenha garantias de que o DEM aceitará a decisão tucana sem fazer novos ataques, mesmo que o partido seja alijado da decisão de indicar um vice.
Durante a reunião deste domingo, o descontentamento dos líderes do Democratas com o PSDB foi geral. No entanto, a ala do DEM que se diz mais moderada não faz questão da vice e aceita que Serra decida sobre seu companheiro de chapa. O partido agrega três minutos ao tempo de televisão do candidato tucano à presidência.
Entre os líderes do DEM, fala-se em riscos de se manter Alvaro Dias, mas não se fala mais em rompimento com o PSDB, que, segundo um dos dirigentes que participou desta reunião no domingo, está muito inflexível. O DEM tentará valorizar o partido diante da opinião pública e de Serra, demonstrando interesse em reverter a decisão tucana, tida como irrevogável.
O PSDB ofereceu a vice a Alvaro com a intenção de atrair seu irmão para a vaga de senador na chapa com o candidato tucano ao governo do Paraná, o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa. Osmar já declarou, mais de uma vez, que, caso seu irmão seja mesmo o vice, não fará campanha contra ele, e já sinalizou à direção de seu partido o desejo de se coligar com os tucanos no Estado.
A crise entre DEM e PSDB foi desencadeada pelo anúncio de que Alvaro Dias era o nome indicado pela cúpula tucana para ser vice de Serra. O DEM se sente no direito de ficar com a vaga e não gostou de ter recebido a notícia pelo Twitter de Roberto Jefferson, presidente do PTB, que, na última sexta-feira (25), fez uma série de ofensas ao ex-PFL na sua página do microblog.

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