quarta-feira, 9 de junho de 2010

A noticia e o Escândalo - A ditadura do “senso comum”

Estamos presenciando um fenômeno interessante na política brasileira. A direita detentora de sempre do poder, seja econômico, político e cultural, dirige a sociedade atravez de um Estado, moldado para servir
Sua elite. Governa com uma burocracia, formada para que o interesse de uma classe ou melhor de uma oligarquia, seja satisfeito. Utiliza o público para beneficio do privado. Usa o discurso da ineficiência do Estado, para privatiza-lo, alienando o servidor de sua tarefa, passando à ser funcionário dos interesses privados. A direita não sabe e não admite a possibilidade de fazer oposição, pois a “alternacia do Poder” tão decantada em prosa e verso, funciona como o “livre arbítrio” Agostiniano, desde que seja para beneficio do Senhor ou de manutenção do Status quo. A alternacia nada mais é do que mera substituição de atores para manter o mesmo. Quando os acasos históricos, levam ao governo e ao papel dirigente, a classe ou os segmentos destituídos de poder, ou quando um dos seus, decide beneficiar ou olhar com os mesmos olhos estes segmentos, a saída tem sido sempre a destituição pelo golpe. O discurso começa com a mistificação da “partidarização”, o “aparelhamento” da máquina, o “fisiologismo” e a montagem de “escândalos. Querem impedir a publicização do Estado. Querem impedir a transformação do Estado. Todo esforço enfim é para que o Estado continue representando as oligarquias que se alternam, e não o povo. Daí a criminalização dos movimentos sociais. Por isso “a defesa intransigente do Estado Democrático de Direito” para eles, via “democracia representativa”. Tentam desqualificar, deslegitimar a “democracia direta, popular”. Decorrência disto é a “judicialização da política” e a “politização do direito. O confronto de idéias não existe, e sim a retomada de um “poder” que foi “usurpado” momentaneamente. Aí entra em cena o grande partido midiático à socorre-la. A falta de respaldo popular e da grande maioria da sociedade organizada. A enorme popularidade do presidente, dentro e fora do pais, torna a empreitada oposicionista e golpista cada vez mais difícil. A grande imprensa de “formadora de opinião”, transforma-se como já dizia a grande Rosa Luxemburgo, “manipuladora de opiniões”. Apelam como lembrava Walter Benjamim, para a “estetização da política”, o “espetáculo político”, “o escândalo político”, bem à maneira de Hitler. O que importa é a valorização da forma, a construção de denuncias, dossiês e nunca os conteúdos, “ o mar de lama”. É reproduzido de maneira enfadonha e pouco criativa o denuncismo udenista. Procuram pela manipulação implantar um “senso comum”. Desejam fabricar “revolta”, “insatisfação” em um povo que satisfeito, protagonista do seu destino deseja a paz e a felicidade para construir um futuro ainda melhor. A falta de consistência, de credibilidade, torna o discurso e as ações da oposição e seu partido a grande imprensa, cada vez mais desacreditado, grosseiro e medíocre. Assim todos nós que acreditamos na força do povo, na importância do momento transformador porque estamos passando e desejamos continuar e aprofundar o processo com a eleição da companheira Dilma. Devemos, lembrando novamente Walter Benjamim, “politizar a estética”, “ politizar a forma”. Encher este espetáculo de conteúdos, de idéias, de propostas, de projetos. O espetáculo pelo espetáculo cairá no vazio, pelo descrédito. As contradições no seio da própria oposição e na grande mídia produzirão o efeito bumerangue. A ditadura do “senso comum”, será combatida pelo “bom senso” democrático, de um povo organizado, senhor do seu destino e de seu futuro, como nos ensinou Gramsci.
Carlos Saraiva - csaraiva@terra.com.br

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