terça-feira, 29 de junho de 2010

Renda dos pobres tem “crescimento chinês” no governo Lula

Dilma na web: A candidata do PT, Dilma Rousseff, afirmou hoje, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que a população mais pobre tem sentido os efeitos inéditos de um "crescimento chinês" e forte nos níveis de renda. Segundo ela, os motivos são os programas sociais do governo e, principalmente, a renda obtida com emprego de carteira assinada.Os entrevistadores perguntaram sobre temas como impostos, segurança pública, gastos públicos e eleições presidenciais. Com transmissão ao vivo pela internet, várias pessoas mandaram perguntas para conhecer mais as posições de Dilma sobre educação e saúde.
Assista à íntegra da entrevista: parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4.
Perguntada se o Brasil vive um processo de desindustrialização, Dilma disse que está ocorrendo o contrário: aumentam as cadeias produtivas e existe a volta de alguns setores industriais que tinham perdido força no passado, como a construção de navios.
Eu não acho que país esteja passando por isso [desindustrialização]. Até acho que nós temos aumentado e introduzido seguimentos novos na economia brasileira. Vou dar como exemplo a indústria naval. Voltamos a fazer política industrial, tanto que voltou a ter estaleiros no Brasil”, disse.
Lula

Dilma disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exercerá um papel importante de aconselhamento em um provável governo chefiado por ela. Segundo a candidata do PT, durante os últimos sete anos e meio, ela construiu uma relação de muita confiança com Lula e que não abrirá mão disso no futuro.
“Uma coisa muito forte é a relação que construí com o Lula na minha vida. Foi uma relação em que participei diuturnamente com o presidente nesse processo desde 2005, quando teve toda aquela crise", disse. "Não comecei no governo com 76% de aprovação. Vou querer muito que o presidente me aconselhe, não temo nenhuma interferência. Eu vou querer que o presidente me ajude a aprovar reformas importantes. Mas, tenho clareza que ele participará como ex-presidente.”
Saúde

Segundo Dilma, o grande desafio da saúde é fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). "Existe o programa de Saúde da Família, que reforçamos muito, os postos de saúde e os hospitais. Sou a favor das UPAs [Unidade de Pronto Atendimento] iniciadas há três anos pelo governo, que atendem urgência e emergência”, afirmou, ressaltando a importância das clínicas especializadas para atender casos que não sejam de alta complexidade, em que o atendimento é no hospital.
Dilma lembrou que a perda da arrecadação com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) causou grandes prejuízos ao financiamento da saúde e que esse debate terá que ser travado no futuro. Contudo, descartou a volta da CPMF e disse que não fará campanha para isso. “Acho que a gente não volta atrás na história. Mas ninguém vai me dizer que a saúde perde R$ 40 bilhões e fica por isso mesmo. Acabou, está acabado [a CPMF]. Mas vamos ter que abrir o debate sobre financiamento da saúde no Brasil”.
Impostos

Dilma defendeu uma Reforma Tributária que reduza a zero o peso dos impostos nos investimentos das empresas e diminua a carga sobre a folha de pagamento de salários. Contudo, ela disse que pode se fazer um grande avanço no sistema tributário com medidas pontuais.
Educação

A petista disse que o país precisa garantir educação de qualidade para todos. Para isso, de acordo com ela, é fundamental levar ensino técnico profissionalizante para todos os municípios com mais de 50 mil habitantes e elevar a qualificação dos professores.
Ela salientou ainda que a leitura dever voltar a ser obrigatória nas salas de aula. “Fazer aquilo que se fazia no país um ler para o outro em voz alta. Com isso, a gente aprendia e interpretava o texto também. Isso e matemática são fundamentais para nossas crianças”.
“Precisamos dar educação de qualidade e para isso precisamos colocar o professor no centro da questão. Para isso é necessário um salário mínimo. Demos um primeiro passo com isso com o piso do magistério, mas precisa melhorar. Um segundo passo é formação continuada dos professores. É inaceitável que professores do Ensino Básico e Médio não tenham formação superior", acrescentou.
Assista à íntegra da entrevista:

parte 1
parte 2
parte 3
parte 4

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