terça-feira, 27 de julho de 2010

Dilma não cai no conto da “autonomia” do BC

Dilma Rousseff se recusou hoje a firmar qualquer compromisso de formalizar a autonomia do Banco Central, segundo o Valor. Fez muito bem, pois essa é uma agenda da direita interessada em controlar as taxas de juros para aumentar os ganhos dos rentistas.
O BC já desfruta de autonomia operacional e tem status de ministério, o que já vai muito além do que mereceria uma autoridade monetária que não pode funcionar desvinculada dos interesses maiores do país. A dissociação da economia da política é uma estratégia do mercado, que adora funcionar em liberdade e longe do controle do Estado, a quem vê ou como inimigo ou como servo.
E a razão é simples: o Estado é sempre um representante, que faz a balança pender para um dos lados: ou o dos interesses do povo ou o dos interesses das classes dominantes.
A economia é essencialmente política, pois todos os seus movimentos interferem diretamente na vida da população. Não se pode olhar os números de forma fria como se eles fossem um mundo à parte. Cada ponto percentual na taxa de juros altera o destino de milhões de brasileiros e isso não pode ficar exclusivamente a cargo de um grupo de iluminados que não olhem para o país como um todo.
Dilma aproveitou a armadilha lançada para lembrar que foi Fernando Henrique quem manipulou a taxa de câmbio durante o período eleitoral. Para quem não lembra ou não viveu, FHC segurou o real artificialmente valorizado até às eleições de 1998, quando foi reeleito, e desvalorizou-o fortemente depois, endividando e quebrando várias empresas com financiamentos em dólar. Brizola Neto.

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