quarta-feira, 14 de julho de 2010

‘Não tratamos trabalhadores a bordoadas’

Na Contag, Dilma diz que fará a reforma agrária e que ampliará benefícios do Pronaf
O Globo. Evandro Éboli
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, aproveitou ontem evento na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) para se dizer aliada dos movimentos sociais. Em encontros com empresários, ela tem feito um discurso em defesa da legalidade e contra as invasões de terras. A petista ainda tentou dar uma estocada no seu principal opositor, o tucano José Serra:
— Somos aqueles que respeitamos todos os movimentos sociais e não os tratamos na base da bordoada ou fingindo que não os escutamos.
Dilma aproveitou a presença de trabalhadores e agricultores familiares para atacar suposta defesa de Serra da extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em fevereiro, um grupo de ruralistas visitou Serra, ainda governador de São Paulo, e, na saída, disseram que ele tinha essa posição. Recentemente, na Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Serra disse que, no Brasil, há o ministério da agricultura familiar (Desenvolvimento Agrário) e o do agronegócio (Agricultura). E, por isso, é preciso cuidar do agricultor de médio porte.
— Meu adversário quer acabar com o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). Isso é um absurdo. Esse ministério mostrou o que faz para os pequenos agricultores.
A petista ainda fez a promessa de incluir mais dois milhões de famílias de pequenos agricultores e assentados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com direito ao crédito para atividades no campo. Hoje, cerca de dez milhões de famílias recebem essa carta de crédito. Único ministro presente ao evento, Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, fez piada endereçada aos jornalistas:
— Estou no meu horário de almoço. No meu horário de militância — afirmou, acompanhado de todo o seu staff do ministério.
Dilma recebeu da Contag um documento com propostas da entidade, como a revisão dos índices de produtividade no campo, tema ignorado pela petista em seu discurso.

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