Ex-colega de Índio da Costa (DEM-RJ) na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a vereadora do PSDB Andrea Gouvêa Vieira recebeu com indignação a notícia de que o deputado federal será o vice de José Serra (PSDB) na disputa presidencial. Para Andrea, a campanha tucana escolheu um “ficha suja”para o posto.
Em seu segundo mandato no legislativo carioca, Andrea foi relatora da CPI na Câmara que investigou irregularidades nos contratos de merenda escolar na cidade na época em que Índio ocupou a Secretaria de Administração (2001 a 2006).
No relatório, Andrea vê indícios de formação de quartel e pede a quebra de sigilo fiscal dos envolvidos ao Ministério Público Estadual.
- O que eu penso do candidato Índio da Costa está refletido neste relatório da CPI. Houve direcionamento no resultado da merenda escolar. A conduta dele não é uma conduta de Ficha Limpa.
É justamente o projeto Ficha Limpa uma das principais bandeiras políticas de Indio, que foi um dos relatores do projeto na Câmara dos Deputados.A vereadora do Rio, porém, também critica a postura pessoal de Indio da Costa, que, na opinião dela, é “arrogante e prepotente”.
É uma pessoa que é arrogante, prepotente, que aqui no mundo político do Rio de Janeiro não é popular, um nome que poucos sabem quem é e tem dificuldade de transitar.
Andrea disse que até tentou, mas não teve tempo de avisar a cúpula tucana sobre o que pensa de Índio e credita a indicação do deputado como um “golpe de mestre” do presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), que neste ano deve tentar a reeleição. Segundo a vereadora, Indio poderia atrapalhá-lo ao dividir os votos para deputados do DEM no Estado.
- Não consigo ver como ele agrega. Até poderia dizer que, nesses circunstâncias, é um nome que não cheira, nem fede. Para mim fede. Ele não é um nome sem rejeição, ele tem rejeição..Aqui no R7
No Globo, tucana continua acertando Indio: licitação foi uma "ação entre amigos"
A senhora poderia resumir a conclusão da CPI da Merenda?Houve um direcionamento claro. Na licitação para a compra de gêneros alimentícios para a merenda, a cidade foi dividida em nove áreas (2005). Ganhava cada área aquele que oferecesse mais desconto nos 49 produtos básicos. A Comercial Milano ficou com quase tudo. Acertou todas as suas apostas. Como ela poderia saber que descontos os outros concorrentes ofereceram?
A CPI desconfiou de algum tipo de informação privilegiada?ANDREA: A empresa sabia até as áreas onde ninguém apresentou propostas. Isso só foi possível porque ela teve acesso prévio às ofertas dos concorrentes.
Existiu envolvimento de Indio da Costa, então secretário municipal de Administração?
ANDREA: Foi uma ação entre amigos.Como vereadora, como a senhora avalia a gestão de Indio da Costa na secretaria?
ANDREA: Quando ele foi secretário de Administração, não havia pregão presencial e muito menos o eletrônico. Só depois da CPI, passaram a tomar esse cuidado.
E agora, irá apoiá-lo?ANDREA: Se eu já tinha dificuldade com a candidatura do Cesar Maia, a situação agora ficou esdrúxula. Como o ex-prefeito é candidato ao Senado, não preciso pedir voto ou mesmo votar nele. Mas com o Indio como vice de Serra, é diferente. Não dá para separar o voto. Prefiro, então, pedir licença e viajar.
A indicação de Indio para vice foi uma surpresa entre os aliados do Rio?
ANDREA: O problema é o Serra não consultar. Márcio Fortes e Luiz Paulo Correa da Rocha estão pasmos. Foi um golpe de mestre do Rodrigo Maia. Como ele concorrerá a deputado disputando mais ou menos o mesmo voto do Indio, conseguiu tirá-lo do seu caminho ao empurrá-lo para Serra, que cedeu por estar exausto.Serra escolheu mal?
ANDREA: Péssimo. A gente desconfia de quem põe uma faixa e sai por ai dizendo que é ficha limpa. Já pensou se, depois de eleito, o Serra sofre algum problema e o Índio vira presidente?
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