segunda-feira, 9 de agosto de 2010

1º ou 2º turno?

Fernando Rodrigues
BRASÍLIA - As disputas por governos estaduais tendem a ser resolvidas, em sua maioria, já no primeiro turno de 3 de outubro, segundo as pesquisas disponíveis até agora. Também há um número majoritário de políticos favoritos ligados ao atual grupo no poder.
Essa marca da continuidade se desenha, aos poucos, na eleição presidencial. A candidata do PT, Dilma Rousseff, tem mantido um viés de alta -embora seu adversário direto, José Serra (PSDB), teime em ficar acima dos 30% em todas as sondagens. Mas há um aspecto na disputa pelo Planalto ainda incerto: não há por ora como dizer se tudo estará resolvido em 3 de outubro ou se haverá um segundo turno.
Se Serra se mantiver no patamar pouco acima dos 30%, o desempenho de Marina Silva (PV) e dos outros candidatos menos expressivos será determinante para levar a eleição ao segundo turno.
O grande número de candidatos parece favorecer, em tese, a hipótese de segundo turno. Há nove políticos disputando a cadeira de Lula. Mas já houve uma situação similar, em 1998, e tudo se encerrou mesmo na primeira votação.
Naquele ano, como agora, havia uma certa onda a favor da continuidade. O governo trabalhou para reeleger Fernando Henrique Cardoso -que teve 53,1% dos votos. Luiz Inácio Lula da Silva ficou em segundo lugar, com 31,7%. Havia, também como hoje, um terceiro candidato forte, Ciro Gomes, cuja votação foi 11% (parecida com a pontuação atual de Marina nas pesquisas). O problema é que os demais nove candidatos nanicos receberam parcos 4,3% em 1998. A disputa não foi ao segundo turno.
Tudo considerado, a oposição tem um problema de tamanho razoável à frente: precisa não apenas manter Serra acima dos 30%, mas torcer para Marina e os nanicos chegarem mais robustos ao dia da eleição. Caso contrário, a chance de destronar o PT do Planalto pode terminar já em 3 de outubro.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br

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