sábado, 14 de agosto de 2010

Programa habitacional deve incluir compra de móveis

A candidata à presidência, Dilma Rousseff, disse hoje que a segunda edição do programa Minha Casa Minha Vida, que prevê a construção de 2 milhões de habitações a partir de 2011, deverá incluir, também, a compra de eletrodomésticos e móveis básicos. Segundo ela, 98% do déficit habitacional estão concentrados na população de baixa de renda.
“Isso pode ser bastante acessível, porque vamos comprar em grande escala. Você veja o que é isso em dois milhões de moradia, por quanto sairá a unidade?”, disse hoje a candidata em entrevista coletiva antes da gravação do programa eleitoral que será exibido na TV.
Dilma ressaltou que todos os imóveis do Minha Casa Minha Vida adquiridos pelas pessoas com renda de até 3 salários mínimos terão aquecimento solar já incluído no preço. “O custo disso hoje é muito pequeno se você considerar o universo de dois milhões de casas previstas a partir de 2011”, afirmou.
Segundo ela, a instalação de aquecimento solar nas residências havia sido opcional na primeira edição do programa para evitar a especulação do preço dos equipamentos. “A utilização do aquecimento térmico-solar vai reduzir o gasto com energia elétrica. Vai pagar só no momento em que estiver muito nublado e o aquecedor solar não agüentar sozinho. A gente calcula uma redução muito drástica na conta de luz”, destacou.
Casa própria
A candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando disse ainda que estão previstos investimentos de R$ 71 milhões por ano no Minha Casa Minha Vida entre 2011 e 2014. Uma das ações do programa prioriza o atendimento às famílias que ganham até 6 salários mínimo e, para Dilma, não têm condições de arcar com o preço de mercado de um imóvel no valor de R$ 40 mil.
Segundo Dilma, o governo federal eliminou o seguro obrigatório que incidia sobre as prestações para reduzir seus valores e criou um fundo garantidor para assegurar risco mínimo para quem assume a construção do imóvel.
Outra ação do programa habitacional do governo é voltada para classe média, acrescentou a candidata. Para este segmento da sociedade, segundo Dilma, a previsão de investimento é de R$ 44 bilhões por ano. “É um investimento no financiamento para aquisição, melhoria e reforma da casa. Aí afeta da classe C à classe alta”, explicou.
Segundo a candidata, os recursos para financiar a compra de imóveis pela classe média subiram de R$ 1,7 bilhão em 2002 para R$ 44 bilhões em 2009. “Até junho deste ano, a Caixa Econômico liberou, segundo seu balanço, R$ 28,8 bilhões”, disse. Portal Oficial Dilma Presidente.

2 comentários:

Neruda disse...

" Temos que resolver a questão da qualidade do ensino pagando bem aos professores."

Dilma Roussef

Para Unesco, Brasil paga pouco a professor
O salário médio do professor brasileiro em início de carreira é o terceiro mais baixo em um total de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento comparados em um estudo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) divulgado no sábado em Paris.

Segundo o estudo, apenas Peru e Indonésia pagam salários menores a seus professores no ensino primário - que equivale a 1ª à 6ª série do ensino fundamental - do que o Brasil.

O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624. No Peru, esse valor chega a US$ 4.752. No Brasil é de US$ 4.818.

O valor no Brasil é metade do encontrado nos vizinhos Uruguai (US$ 9.842) e Argentina (US$ 9.857) e muito abaixo da média dos países desenvolvidos, onde o maior salário nesse nível de ensino foi encontrado na Suíça (US$ 33.209).

O resultado do Brasil melhora um pouco quando se compara os salários no topo da escala de professores do ensino médio.

Nesse nível de ensino, há sete países que pagam salários mais baixos do que o Brasil, em um total de 38.

Para chegar a esses valores, a Unesco usou 99 como ano para comparação. Os valores em dólares foram calculados considerando o PPP (sigla em inglês para poder de paridade de compra).

Esse indicador leva em conta o custo de vida em cada país. Por isso, o salário em dólar de um professor, segundo o estudo, não pode simplesmente ser convertido para real com base na cotação oficial.

"A formação dos educadores é praticamente feita por eles mesmos. Quem ganha tem de assumir até três empregos e não pode se dedicar. Há relação direta entre salário do professor e desempenho dos alunos", diz Juçara Dutra Vieira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.

Em São Paulo, o acúmulo de aulas em escolas públicas chega a 64 aulas semanais.

Os autores do estudo citam como um problema comum em quase todos os países o aumento da relação de alunos/professor em sala de aula.

Esse e outros fatores, segundo a Unesco, contribuem para a decadência das condições de trabalho e desencorajam novos professores.

Segundo a Unesco, o estudo deixa claro que em países em que as condições de trabalho dos professores são boas, a qualidade da educação tende a ser melhor.

No caso da relação de alunos/ professor, o estudo citou também dados de países muito pobres. Em alguns deles, como Congo, Moçambique e Senegal, a relação chega a 70 alunos/professor.

Na comparação entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento - o que deixa de fora a maioria dos países da África e os mais pobres da Ásia - o Brasil também tem um resultado muito inferior à média das demais.

De um total de 43 países onde foi possível comparar o indicador, o Brasil apresentou a sexta maior média de alunos/professor no ensino primário: 28,9.

No ensino médio, o Brasil tem a maior relação (38,6) na comparação com 33 nações desenvolvidas e em desenvolvimento.

O número total de países comparados varia conforme o indicador porque alguns deles não têm estatísticas para comparação.

Segundo o diretor do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), Ulysses Cidade Semeghini, o MEC tem tentado fazer com que seja adotado um aumento efetivo nos salários.

O fundo redistribui recursos a Estados e municípios de acordo com o número matrículas.

Por lei, 60% da verba deve ser gasta com remuneração de professores.

De acordo com o Fundef, de 98 a 2000, o salário médio nacional aumentou 30% (no Nordeste, 60%). "Os salários sem dúvida são baixos.

É uma lástima. Mas houve uma melhora significativa", disse o diretor do fundo.

Eason Nascimento disse...

Estes investimento fortalecerão a economia interna. Por outro lado, investimentos pesados e bem distribuidos e bem fiscalizados, devem ser dirigidos para a educação. Prioritariamente.
http://easonfn.wordpress.com