sábado, 14 de agosto de 2010

FHC: "Serra você vai na minha garupa ou na do vice?"

A ausência de Fernando Henrique Cardoso na campanha tucana de José Serra tem uma explicação técnica. Pesquisas feitas por encomenda do comitê de campanha de Serra conferem a FHC a incômoda condição de aliado-problema.
Repete-se em 2010 um fenômeno que já havia atormentado o tucanato em 2006, quando o presidenciável do PSDB era Geraldo Alckmin.
Segundo recente pesquisa do Instituto Sensus a avaliação do presidente Fernando Henrique Cardoso teve uma pequena piora em agosto, embora tenha havido um leve aumento na avaliação positiva, de 26,7% para 27,6%, houve crescimento maior na avaliação negativa, que passou de 27,2% para 29,6%.
O porcentual dos que aprovam o desempenho do presidente caiu de 40,2% para 37,3%, enquanto a desaprovação subiu de 47% para 49,6%. A capacidade do presidente em atrair votos para o seu candidato na sucessão presidencial também diminuiu entre julho e agosto.
O número dos que só votariam no candidato de Fernando Henrique caiu de 6,4% para 5,3%, e o número dos que poderiam seguir o voto do presidente baixou de 34,9% para 33,4%. Já os eleitores que não votariam no candidato do presidente subiram de 52,6% para 53,9%.
Oito anos depois de ter deixado o poder, FHC é mais associado aos problemas de seu segundo mandato do que às virtudes do primeiro. A maioria do eleitorado vincula-o às crises econômicas que desaguaram no desprestígio do ocaso, em 2002.
Perdeu-se no tempo a memória do Plano Real, um feito que FHC alicerçara como ministro de Itamar Franco, quem realmente criou o Plano Real, solidificara como presidente e usara para se reeleger.
O principal flanco do presidenciável tucano são as companhias. Afora o desapreço que o eleitor devota a FHC, também o PSDB é visto com um pé atrás.
A legenda de Serra, o PSDB e de seu aliado DEM, são associadas nas pesquisas qualitativas a conceitos “elitistas”. Falando de outro modo: salta dos grupos de discussão a ideia de que o demotucanato preocupa-se mais com os “ricos” do que com os “pobres”.
Dilma tem em Lula sua principal arma eleitoral. Porção do eleitorado simpático à candidata do PT credita a sedução principalmente ao fato de ela ser a escolhida do presidente e por demonstrar firmez e conhecimento em suas declarações e propostas.
No último lance, executado na entrevista ao “Jornal Nacional”, Serra levou ao ar uma sucessão de frases emblemáticas.“Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros”.
Dilma respondeu a provocação, "O meu adversário tem um medo enorme da comparação entre o governo dele, que é o do FHC, e do meu, que é do presidente Lula", e completou "Ele não pode estar na garupa do presidente FHC, porque aí é até uma covardia".


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