terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pai de menina especial repudia Serra

Em mensagem enviada ao blog do jornalista Luis Nassif, um leitor de nome Carlos França, que se identificou como pai de uma menina portadora da Síndrome de Down, também repudiou as declarações de Serra:
"Sendo pai de uma menina especial, portadora da Síndrome de Down, senti asco e nojo do candidato Serra no debate. Esse candidato tentou explorar dúvidas de pais e amigos (quase toda a população) de pessoas especiais de como seria a melhor forma de educar esses cidadãos. A política de inclusão, do governo Lula, das pessoas especiais nas escolas públicas é correta: todos os brasileiros tem o direito à educação fornecida pelo estado. Às APAES não cabe a educação formal mas complementar. Esse candidato, que espero que suma da vida pública, apenas lançou dúvidas, divulgou preconceitos e maledicências contra a inclusão de pessoas especiais na sociedade. Se antes eu apenas o desprezava, agora eu o combaterei. O meu mais veemente repúdio a esse candidato e à utilização eleitoreira, superficial, de um tema que merece um debate sério". Vermelho (www.vermelho.org.br)

2 comentários:

Anônimo disse...

Ele realmente foi novamente demogogo e desonesto com mais este tema.
Foi despresível, como sempre! Tentou explorar levianamente um tema compléxo e sério demais para se lançar como pegadinha.

Jaime Balbino disse...

O que mais me deu asco nas declarações de Serra acerca dos portadores de necessidades especiais; dizendo que criaria um "Ministério para os deficiêntes" (o nome já é preconceito puro); se dizendo "amigo" das APAEs; defendendo a escola especial e posando para filmagens com uma paraplégica em uma cadeira "à prova d'água", é que o estado de São Paulo não possui NENHUMA POLÍTICA INCLUSIVA!

1. Não existe Professores de Educação Especial contratados para trabalharem em escola (o que não supreende, porque os professores que lecionam já são insuficientes);

2. TODAS as crianças com necessidades especiais são encaminhadas para escolas municipais ou particulares, quando há algum tipo de atendimento nelas. Caso contrário são desestimuladas ou PROIBIDAS de estudar.

Isso que digo acima É POLÍTICA DE ESTADO. As escolas estaduais paulistas NÃO ATENDEM CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS e não possuem nenhuma intenção de vir a fazê-lo no futuro.

3. Nesse contexto é natural que o Serra veja como tábua de salvação as escolas especiais exclusivas (como as oferecidas pelas APAEs e já em extinção em prol do ensino regular) em detrimento da política escolar inclusiva que vem sendo trabalhada, curiosamente, desde antes de FHC.

4. O cúmulo da omissão do estado de São Paulo é a política extra-oficial de exigir que os pais fiquem com a criança com necessidade especial DURANTE TODO O TEMPO EM QUE ELA ESTÁ NA ESCOLA. Eles chamam isso de "colaboração voluntária", mas é uma imposição que diminui as chances da criança permanecer na escola e também camufla a necessidade de contratar profissionais específicos para trabalhar a inclusão e principalmente exime o estado paulista de discutir políticas inclusivas.

Esse é o "amigo das APAEs", José Serra...

Surpreende-me que enquanto na esfera federal estejamos discutindo criticamente as políticas inclusivas em andamento há décadas e em constante expansão, em São Paulo não tenhamos chegado sequer a considerar sua necessidade.

Para provar tudo o que disse acima, seguem as reportagens recentes que ilustram este descaso:

Sobre os "colaboradores voluntários"
(http://www.jt.com.br/editorias/2010/03/22/ger-1.94.4.20100322.16.1.xml)

Estudante é "convidada" a sair da escola
(http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/jovem-deficiente-e-convidada-a-se-retirar-de-escola-estadual-20100514.html)