Não é o aborto que precisa ser julgado como moral ou imoral. Mas aqueles que levantam, com perversidade e cinismo, a bandeira desta questão como arma na soma de votos. O que precisa ser referido a um ato ético ou não ético é a VIDA. Ela, e somente ela, é um valor categórico absoluto. Por outro lado, se todas as situações de escolha das pessoas humanas se limitassem à escolher entre morte e vida, ficaria fácil. O problema da moral e da ética é que existem gradações de morte e de vida. Elas não são somente biológicas: porque não somos animais, ou pura biologia. Por outro lado, ninguém pode legislar sobre a consciência de outro e outra.
A moral tem um âmbito completamente "só" e intransferível para cada ser humano. É legítimo manter o olhar entre a morte de uma mãe ou criança em gestação, para escolher entre uma ou outra? Quem sabe responder a esta pergunta? Quem deverá responder em última análise por esta questão moral? A pessoa em situação, ninguém mais do que ela.
Portanto, o aborto tem um carater cínico nos debates, e que a direita se encarrega no seu moralismo pérfido, machista, patriarcal, reacionário de poder matar à vontade pessoas humanas em prol da produção, em prol do sacrifício do progresso e acumulação como legítimo, e muitas vezes sob respaldo de formas de escravidão branca, e e violência de crianças pela fome, pela pistolagem, pela negação de acesso à cidadania. Apoio Abicalil e Lúdio. O aborto é uma das questões centrais da vida. A ela diz respeito e não à guerra eleitoral reptiliana, onde esta questão dramática serve apenas para qualificar o âmbito pérfido e reacionário da direita deste país. Uma vez mais, escolhe o lugar do cinismo para utilizar os dramas humanos na violência eleitoral. É fácil discutir aborto no ar condicionado, na frivolidade, esquecendo que crianças, jovens mulheres são sacrificadas pela negativa de aborto terapêutico muitas vezes em favor do falso moralismo que tem condenado à morte bio-simbólica as mulheres, sobretudo empobrecidas deste país.
Prof. Dr. Luiz Augusto Passos
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