Manifestações contra prisão do fundador da WikiLeaks na Europa e América do Sul. Últimos telegramas embaraçam Vaticano.
A revolta que corre nas redes sociais contra a detenção do fundador da WikiLeaks saltou ontem as fronteiras da Internet, saindo para a rua em dezenas de concentrações na Europa e América do Sul. Mas mesmo com Julian Assange fora de jogo, os jornais continuam a divulgar os telegramas da diplomacia americana - o último alvo foi o Vaticano, uma estrutura descrita como arcaica e avessa a ingerências.
Uma das primeiras manifestações ocorreu de manhã em Londres, onde Assange ouviu terça-feira ordem de prisão. O australiano é alvo de um pedido de extradição emitido pela Suécia, onde está a ser investigado por crimes sexuais, e um tribunal londrino decidiu mantê-lo sob custódia, admitindo que existia risco de fuga.
"A revolução digital começa aqui", gritava um dos cerca de 50 manifestantes que se juntaram em Hyde Park, desfilando depois em direcção à Embaixada dos EUA. Durante o percurso, repetiram-se slogans contra a prisão de Assange e o cerco à WikiLeaks.
Mais concorridas foram os protestos em Madrid e Barcelona, duas das cidades espanholas que responderam à convocatória do site Free WikiLeaks. "Pela liberdade, diz não ao terrorismo de Estado" foi o mote do grupo espanhol, que pediu à justiça que ao invés de acusar Assange "abra inquéritos contra os responsáveis que cometeram os graves crimes revelados nas fugas do WikiLeaks".
Ao final da tarde, Lisboa juntou-se ao movimento de apoio a Assange, numa concentração que juntou dezenas de pessoas no Chiado, noticiou a Lusa. Até ao final do dia, outras cidades seguiriam o exemplo, de Amesterdão, a São Paulo e Buenos Aires.
Entretanto, duas semanas depois de publicados os primeiros telegramas, foi ontem conhecida a primeira reacção do Presidente americano. Em conversas com o homólogo mexicano, Felipe Calderón, e o primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, Barack Obama catalogou de "deploráveis" os actos da WikiLeaks e disse esperar que o caso não manche as relações bilaterais.
Mas a cada dia surgem novos embaraços, tanto para a diplomacia americana como para os visados nos telegramas. Ontem, o jornal Guardian publicava um extenso rol de informações sobre o Vaticano, como a pouco divulgada hostilidade de Bento XVI à adesão da Turquia à UE, ou a fobia da Santa Sé em relação às novas tecnologias. Mais lesiva será a revelação de que o Vaticano recusou colaborar com a investigação às denúncias de pedofilia na Igreja da Irlanda, considerando ofensivos os pedidos de esclarecimento que lhe chegaram de Dublin.
Já o El País, outros dos jornais a ter acesso aos telegramas, noticiou que os Estados Unidos consideram a Catalunha o principal centro do islamismo radical no Mediterrâneo, tendo mesmo criado, em 2007, um grupo de espionagem especial, a operar a partir do consulado de Barcelona. A preocupação, revelam telegramas agora divulgados, deve-se à presença de uma forte comunidade paquistanesa e marroquina naquela cidade. Fonte: Público 20.
A revolta que corre nas redes sociais contra a detenção do fundador da WikiLeaks saltou ontem as fronteiras da Internet, saindo para a rua em dezenas de concentrações na Europa e América do Sul. Mas mesmo com Julian Assange fora de jogo, os jornais continuam a divulgar os telegramas da diplomacia americana - o último alvo foi o Vaticano, uma estrutura descrita como arcaica e avessa a ingerências.
Uma das primeiras manifestações ocorreu de manhã em Londres, onde Assange ouviu terça-feira ordem de prisão. O australiano é alvo de um pedido de extradição emitido pela Suécia, onde está a ser investigado por crimes sexuais, e um tribunal londrino decidiu mantê-lo sob custódia, admitindo que existia risco de fuga.
"A revolução digital começa aqui", gritava um dos cerca de 50 manifestantes que se juntaram em Hyde Park, desfilando depois em direcção à Embaixada dos EUA. Durante o percurso, repetiram-se slogans contra a prisão de Assange e o cerco à WikiLeaks.
Mais concorridas foram os protestos em Madrid e Barcelona, duas das cidades espanholas que responderam à convocatória do site Free WikiLeaks. "Pela liberdade, diz não ao terrorismo de Estado" foi o mote do grupo espanhol, que pediu à justiça que ao invés de acusar Assange "abra inquéritos contra os responsáveis que cometeram os graves crimes revelados nas fugas do WikiLeaks".
Ao final da tarde, Lisboa juntou-se ao movimento de apoio a Assange, numa concentração que juntou dezenas de pessoas no Chiado, noticiou a Lusa. Até ao final do dia, outras cidades seguiriam o exemplo, de Amesterdão, a São Paulo e Buenos Aires.
Entretanto, duas semanas depois de publicados os primeiros telegramas, foi ontem conhecida a primeira reacção do Presidente americano. Em conversas com o homólogo mexicano, Felipe Calderón, e o primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, Barack Obama catalogou de "deploráveis" os actos da WikiLeaks e disse esperar que o caso não manche as relações bilaterais.
Mas a cada dia surgem novos embaraços, tanto para a diplomacia americana como para os visados nos telegramas. Ontem, o jornal Guardian publicava um extenso rol de informações sobre o Vaticano, como a pouco divulgada hostilidade de Bento XVI à adesão da Turquia à UE, ou a fobia da Santa Sé em relação às novas tecnologias. Mais lesiva será a revelação de que o Vaticano recusou colaborar com a investigação às denúncias de pedofilia na Igreja da Irlanda, considerando ofensivos os pedidos de esclarecimento que lhe chegaram de Dublin.
Já o El País, outros dos jornais a ter acesso aos telegramas, noticiou que os Estados Unidos consideram a Catalunha o principal centro do islamismo radical no Mediterrâneo, tendo mesmo criado, em 2007, um grupo de espionagem especial, a operar a partir do consulado de Barcelona. A preocupação, revelam telegramas agora divulgados, deve-se à presença de uma forte comunidade paquistanesa e marroquina naquela cidade. Fonte: Público 20.
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