Telegrama sobre participação dela em assaltos foi revelado pelo WikiLeaks. Thomas Shannon informa que EUA tem com Dilma 'positivo relacionamento'.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, informou, em entrevista por e-mail ao G1, que o governo norte-americano não tem informações sobre a suposta participação da presidente eleita, Dilma Rousseff, em assaltos a bancos e ações armadas durante o regime militar. Telegrama confidencial da diplomacia norte-americana com relatos sobre a atuação de Dilma durante a ditadura foi revelado pelo site WikiLeaks.
O telegrama faz parte de um lote de nove documentos obtidos pelo site WikiLeaks aos quais os jornais "Folha de S.Paulo" e "O Globo" tiveram acesso. Nos telegramas, não há nenhuma menção à fonte da informação a respeito da atuação atribuída à presidente eleita durante a ditadura.
“O governo dos Estados Unidos não tem qualquer informação que confirme essas alegações. Pelo contrário, temos com a presidente eleita um longo e positivo relacionamento, que começou em 1992 com um programa de intercâmbio e que continuou durante seus períodos como ministra de Minas e Energia e como chefe da Casa Civil da Presidência", afirma Shannon.
Em telegrama confidencial redigido em 2005, o então embaixador americano no Brasil John Danilovich afirma que Dilma Rousseff organizou três assaltos a bancos e planejou o assalto ao cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros. O roubo do cofre, creditado à Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), grupo político-militar de oposição à ditadura, teria rendido US$ 2,5 milhões. Dilma nega ter participado de ações armadas quando militou em organizações de esquerda nos anos 60.
Informações
Os telegramas revelados pelo WikiLeaks mostram o interesse do governo norte-americano por Dilma. Em 2009, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, elogiou os relatos recebidos. Os demais telegramas informam que Dilma gosta de cinema e música clássica e que adotou a mesma dieta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em outros relatos, Dilma é mostrada pela diplomacia norte-americana como uma negociadora dura, competente e detalhista. O câncer linfático descoberto por Dilma em 2009 também foi acompanhado pela diplomacia dos Estados Unidos.
Ao G1, o embaixador Thomas Shannon informou que "a presidente eleita vem desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento das relações Brasil-Estados Unidos, ajudou a criar o Fórum de CEOs Brasil-EUA, já viajou aos EUA diversas vezes e participou de reuniões com presidentes na Casa Branca. Recentemente, o presidente Barack Obama expressou claramente seu interesse em reunir-se com a presidente eleita o mais cedo possível”. Fonte: G1.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
EUA não têm informação sobre ação de Dilma na ditadura, diz embaixador
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Editado(a) por
Daniel Pearl Bezerra
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