sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

EUA não têm informação sobre ação de Dilma na ditadura, diz embaixador

Telegrama sobre participação dela em assaltos foi revelado pelo WikiLeaks. Thomas Shannon informa que EUA tem com Dilma 'positivo relacionamento'.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, informou, em entrevista por e-mail ao G1, que o governo norte-americano não tem informações sobre a suposta participação da presidente eleita, Dilma Rousseff, em assaltos a bancos e ações armadas durante o regime militar. Telegrama confidencial da diplomacia norte-americana com relatos sobre a atuação de Dilma durante a ditadura foi revelado pelo site WikiLeaks.
O telegrama faz parte de um lote de nove documentos obtidos pelo site WikiLeaks aos quais os jornais "Folha de S.Paulo" e "O Globo" tiveram acesso. Nos telegramas, não há nenhuma menção à fonte da informação a respeito da atuação atribuída à presidente eleita durante a ditadura.
“O governo dos Estados Unidos não tem qualquer informação que confirme essas alegações. Pelo contrário, temos com a presidente eleita um longo e positivo relacionamento, que começou em 1992 com um programa de intercâmbio e que continuou durante seus períodos como ministra de Minas e Energia e como chefe da Casa Civil da Presidência", afirma Shannon.
Em telegrama confidencial redigido em 2005, o então embaixador americano no Brasil John Danilovich afirma que Dilma Rousseff organizou três assaltos a bancos e planejou o assalto ao cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros. O roubo do cofre, creditado à Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), grupo político-militar de oposição à ditadura, teria rendido US$ 2,5 milhões. Dilma nega ter participado de ações armadas quando militou em organizações de esquerda nos anos 60.
Informações
Os telegramas revelados pelo WikiLeaks mostram o interesse do governo norte-americano por Dilma. Em 2009, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, elogiou os relatos recebidos. Os demais telegramas informam que Dilma gosta de cinema e música clássica e que adotou a mesma dieta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em outros relatos, Dilma é mostrada pela diplomacia norte-americana como uma negociadora dura, competente e detalhista. O câncer linfático descoberto por Dilma em 2009 também foi acompanhado pela diplomacia dos Estados Unidos.
Ao G1, o embaixador Thomas Shannon informou que "a presidente eleita vem desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento das relações Brasil-Estados Unidos, ajudou a criar o Fórum de CEOs Brasil-EUA, já viajou aos EUA diversas vezes e participou de reuniões com presidentes na Casa Branca. Recentemente, o presidente Barack Obama expressou claramente seu interesse em reunir-se com a presidente eleita o mais cedo possível”. Fonte: G1.

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