quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Petista de confiança, Paulo Bernardo comandará Comunicações

Paulo Bernardo foi o grande curinga do quebra-cabeça de montagem do novo governo e, até ser apontado para chefiar o Ministério dos Comunicações, foi cogitado para diversos cargos de primeiro escalão na equipe da presidente eleita Dilma Rousseff. Sem ter concluído curso universitário, o ex-bancário, eleito três vezes deputado federal pelo Paraná, direcionou sua vida política a assuntos relacionados a finanças públicas, caminho que o levou a ser escolhido para assumir o Ministério do Planejamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Apesar de não ser um exímio especialista em orçamento ou gestão, ao longo dos últimos seis anos conquistou o respeito dos subordinados por sua habilidade em absorver informações técnicas e delegar a secretários responsabilidades diárias que não demandem sua intervenção direta.
Sob seu comando, o Planejamento formulou propostas orçamentárias que, em um primeiro momento, garantiram o cumprimento de metas fiscais elevadas e, depois da crise, abriram espaço para mais gastos públicos, em acordo com a orientação de governo. Na área de recursos humanos, seu ministério também foi responsável por negociações generosas com o funcionalismo público que levaram a uma consistente recuperação salarial de diversas categorias.
Comunicativo e informal, Bernardo, 58, é um ativo usuário do microblog twitter, onde divulga diariamente realizações do governo, brinca com jornalistas e até comenta o andamento de reuniões. Durante as eleições, também repassava anúncios de sua mulher Gleisi Hoffmann, então em campanha ao Senado, para onde acabou sendo eleita pelo PT. Nas Comunicações, Paulo Bernardo terá como responsabilidade tocar o estratégico, e polêmico, Plano Nacional de Banda Larga, com o qual o governo espera popularizar o acesso à Internet. Também terá sob seu comando os Correios, estatal que foi alvo de denúncias de corrupção no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante as eleições, o ministro já havia sido escalado pelo presidente Lula para conter a crise na empresa e minimizar abalos à candidatura de Dilma.
Paulista, Bernardo entrou para a política há quase 20 anos, quando foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados tendo como base eleitoral a categoria dos bancários --funcionário do Banco do Brasil, era envolvido com o movimento sindical da categoria no Estado. No Congresso, foi presidente das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e, no último mandato, da de Orçamento. Em março de 2005, licenciou-se para assumir o Planejamento em substituição a Nelson Machado, que ocupou o posto interinamente por quatro meses depois de Guido Mantega ser deslocado para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Bernardo não "aparelhou" o ministério. Para seu gabinete pessoal, levou apenas dois ou três assessores e manteve funcionários de carreira em secretarias-chave, como as de Orçamento e de Gestão. Ex-aluno de Geologia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Bernardo foi expulso no último ano do curso pelo regime militar devido à sua militância no movimento estudantil. Com Gleisi, Paulo Bernardo tem um casal de filhos. Ele é pai de mais três meninas, já adultas, de um primeiro casamento. Copyright Thomson Reuters 2009

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