Dilma escolheu o ex-presidente do Banco Central no governo Lula para presidir a Autoridade Pública Olímpica
Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo
Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central nos oito anos do governo Lula (2003-2010), é o escolhido pela presidente Dilma Rousseff para assumir a Autoridade Pública Olímpica (APO). O consórcio vai coordenar todos os investimentos para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. A indicação ocorre três meses depois de Meirelles ter dito, ao fim da eleição presidencial, que não permaneceria à frente do BC sem autonomia, o que irritou Dilma. O Estado apurou ontem que a decisão de escalar Meirelles para o comando da APO está tomada, mas o ex-presidente do BC tem uma quarentena a cumprir, de quatro meses. Na prática, ele somente poderá assumir o cargo em maio. A definição encerra a disputa política envolvendo o PC do B, partido do ministro do Esporte, Orlando Silva, e as demais siglas governistas. Filiado ao PMDB, Meirelles terá salário de R$ 22 mil como presidente da APO e controlará um orçamento em torno de R$ 30 bilhões. Sua escolha foi contabilizada na cota de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a conversar com a sucessora sobre a permanência do então comandante do BC na instituição. Ela, porém, não quis. Agora, Meirelles será tratado como "executivo" do governo na organização dos Jogos. Prazo. A Medida Provisória (MP) 503 - editada por Lula em maio de 2010 para criar a APO - está na fila de votação do plenário da Câmara e tranca a pauta desde novembro. A MP caduca no dia 1.º de março e tem de ser votada até essa data porque a criação do órgão faz parte de um compromisso legal assumido com o Comitê Olímpico Internacional (COI). A APO funciona como uma consórcio, envolvendo a União, o Estado do Rio e o município. Na prática, é uma garantia oferecida pelo Brasil ao COI de que todas as autoridades estão comprometidas com a realização dos Jogos. Sua sede será no Rio. A volta de Meirelles ao governo do PT representa o cumprimento de promessa feita por Lula, em meados de 2009, quando o então presidente do BC se filiou ao PMDB, planejando ser candidato ao governo de Goiás ou ao Senado. Lula queria que ele fosse vice de Dilma, mas o PMDB indicou Michel Temer. Fiel ao ex-presidente, Meirelles desistiu da empreitada eleitoral e ficou no BC. Lula prometeu que, se Dilma fosse eleita, ele seria aproveitado no governo.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Dilma honra palavra de Lula e dá vaga a Meirelles
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Editado(a) por
Daniel Pearl Bezerra
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