quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

QUANDO SOBE UMA ESTRELA






A noite longa, quase interminável do regime de exceção já encaminhava para seus estertores.
No meio das massas de trabalhadores começava a germinar a idéia de construir um partido político.

Durante muitos anos, sob a imposição da legalidade de apenas dois partidos: Arena e MDB, o primeiro de situação, portanto, alinhado ao governo autoritário e o segundo, constituído por uma miscelânea de várias ideologias que tinham em comum o desejo de liberdade e de democracia. Dissolveu-se o bi-partidarismo com o fim do regime ditatorial e surgiram partidos políticos, cada qual manifestando sua ideologia, mas, nenhum contemplava exatamente os ideais daqueles trabalhadores que se envolveram nas lutas políticas e não apenas de recomposição salarial.
Era preciso uma estrela para guiar todos para sair da penumbra que a noite tenebrosa do estado de exceção.
De repente, não mais que de repente, a estrela começou a brilhar no firmamento político e os olhos e as esperanças daqueles que estiveram na vanguarda dos movimentos contra a opressão foram juntando-se e formando o Partido dos Trabalhadores.
Os céticos nunca conseguiram vislumbrar que ali nascia um partido político diferente, sem donos, e disposto a discutir melhor o Brasil, suas riquezas e a condição de vida da maioria dos brasileiros.
Ainda ecoa as vozes das ruas e dela se destacando um metalúrgico barbudo, muito longe do protótipo de político que se desenha nas mentes da época, mas, que a história viria demonstrar, ser o maior Presidente do Brasil.
Junto dele, tantos outros, alguns mais famosos, todos, porém, com uma contribuição singular para a democracia brasileira, os movimentos das massas e a formação do Partido dos Trabalhadores.
Por isso, muitas pessoas não entendem como o PT sendo governo, fica contra o governo e ao lado dos trabalhadores?
Muito simples.
O PT é o partido dos trabalhadores, estar no governo é uma circunstância, estar ao lado dos trabalhadores é a sua essência.
Com todas as contradições internas, nenhum outro partido é tão democrático e tão identificado com os brasileiros que constroem este país.
Me perdoem os puristas, mas é hora de deixar de estourar o champanhe e brindar mais um ano de existência do Partido dos Trabalhadores com a mais nacional das bebidas: a cachaça. Parabéns, brasileiros de todas as idades, de cada rincão brasileiro que nos momentos de luta política, desfralda a bandeira e vai as ruas.
Parabéns, aos brasileiros que lutaram pela construção do PT e que já não estão mais entre nós, mas, na existência do PT serão preservados na lembrança. Parabéns, ao Brasil por ter um Partido de trabalhadores.
Hilda Suzana Veiga Settineri

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