Por Marcus V F Lacerda
Além do encontro entre José Serra e Arturo Valenzuela, a escala não oficial do subsecretário para Assuntos do Hemisfério Norte ainda contou com um almoço promovido pelo cônsul-geral. Estiveram presentes diversos especialistas em política e economia.
A grande maioria deles, ligados ao PSDB. Dentre eles dois ex-ministros de Fernando Henrique Cardoso: Celso Lafer (ex-MRE) e José Goldemberg (ex-MCT). “Todos os convidados criticaram a política externa do governo Lula, levantaram preocupação com a radicalização crescente do PT e sublinharam preocupação com a deterioração das contas públicas”, descreve o telegrama de 29 de dezembro de 2009.
“A postura do Brasil ante o Irã é o maior engano da política externa de Lula”, sentenciou Lafer em consonância com o recado dado por Hillary Clinton dias antes alertando países da América Latina de consequências na relação com o Irã e que o Brasil deveria levar esta postura a sério. No almoço, Arturo Valenzuela enfatizou que a relação com o governo de Lula seria uma forma de Ahmadinejad disfarçar sua falta de cooperação e impopularidade na comunidade internacional.
O físico nuclear José Goldemberg criticou a posição brasileira na Conferência Climática de Copenhagen (COP-15) satirizando-a como se ela tivesse sido elaborada duas semanas antes do encontro. “Países mais influentes deveriam encontrarem-se em grupos menores”, aconselhou o cientista. Em particular com um encarregado do consulado americano, José Goldemberg que nós não temos o que oferecer a Teerã em termos de combustíveis nucleares e que a capacidade de centrifugação deles já superaria a do Brasil.
Outro crítico à relação brasileira com o Irã foi o então vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), Roberto Teixeira da Costa. De acordo com o economista, a relação entre Brasília e Teerã é questionável uma vez que a pauta comercial entre os dois países é pobre e uma cooperação em usos civis na área nuclear seria improvável.
Além de tratar sobre a relação Brasil-Irã, Teixeira da Costa expôs preocupação com as contas públicas. Para ele, apesar do otimismo no Brasil, o mercado poderia ter alguns tropeços em vista da situação internacional. Seu sócio na agência de consultoria Prospectiva, Ricardo Sennes, levantou a mesma preocupação com as contas públicas. “Ainda falta competitividade ao Brasil depois desses dois mandatos de Lula. Falta infraestrutura, carga tributária alta e políticas de trabalho rígidas”, listou Sennes.
Participaram ainda do almoço, o cientista político Bolivar Lamounier e o ombudsman do jornal Folha de São Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva. Ambos focaram-se mais na possibilidade de um PT mais radical no caso de chegarem ao poder outra vez. Lins da Silva, observou o poderio financeiro adquirido pelo partido ao longo dos últimos anos. “Se não elegerem o presidente, eles teram dinheiro o bastante para causar muitos problemas como oposição”, teria dito o jornalista.
Além do encontro entre José Serra e Arturo Valenzuela, a escala não oficial do subsecretário para Assuntos do Hemisfério Norte ainda contou com um almoço promovido pelo cônsul-geral. Estiveram presentes diversos especialistas em política e economia.
A grande maioria deles, ligados ao PSDB. Dentre eles dois ex-ministros de Fernando Henrique Cardoso: Celso Lafer (ex-MRE) e José Goldemberg (ex-MCT). “Todos os convidados criticaram a política externa do governo Lula, levantaram preocupação com a radicalização crescente do PT e sublinharam preocupação com a deterioração das contas públicas”, descreve o telegrama de 29 de dezembro de 2009.
“A postura do Brasil ante o Irã é o maior engano da política externa de Lula”, sentenciou Lafer em consonância com o recado dado por Hillary Clinton dias antes alertando países da América Latina de consequências na relação com o Irã e que o Brasil deveria levar esta postura a sério. No almoço, Arturo Valenzuela enfatizou que a relação com o governo de Lula seria uma forma de Ahmadinejad disfarçar sua falta de cooperação e impopularidade na comunidade internacional.
O físico nuclear José Goldemberg criticou a posição brasileira na Conferência Climática de Copenhagen (COP-15) satirizando-a como se ela tivesse sido elaborada duas semanas antes do encontro. “Países mais influentes deveriam encontrarem-se em grupos menores”, aconselhou o cientista. Em particular com um encarregado do consulado americano, José Goldemberg que nós não temos o que oferecer a Teerã em termos de combustíveis nucleares e que a capacidade de centrifugação deles já superaria a do Brasil.
Outro crítico à relação brasileira com o Irã foi o então vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), Roberto Teixeira da Costa. De acordo com o economista, a relação entre Brasília e Teerã é questionável uma vez que a pauta comercial entre os dois países é pobre e uma cooperação em usos civis na área nuclear seria improvável.
Além de tratar sobre a relação Brasil-Irã, Teixeira da Costa expôs preocupação com as contas públicas. Para ele, apesar do otimismo no Brasil, o mercado poderia ter alguns tropeços em vista da situação internacional. Seu sócio na agência de consultoria Prospectiva, Ricardo Sennes, levantou a mesma preocupação com as contas públicas. “Ainda falta competitividade ao Brasil depois desses dois mandatos de Lula. Falta infraestrutura, carga tributária alta e políticas de trabalho rígidas”, listou Sennes.
Participaram ainda do almoço, o cientista político Bolivar Lamounier e o ombudsman do jornal Folha de São Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva. Ambos focaram-se mais na possibilidade de um PT mais radical no caso de chegarem ao poder outra vez. Lins da Silva, observou o poderio financeiro adquirido pelo partido ao longo dos últimos anos. “Se não elegerem o presidente, eles teram dinheiro o bastante para causar muitos problemas como oposição”, teria dito o jornalista.
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