No parlamento, em Lisboa, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da canadiana Louise Arbour, recebeu o prémio Norte-Sul, atribuído pelo Conselho da Europa, das mãos do Presidente Cavaco Silva, que destacou o percurso relevante de Lula na promoção do crescimento económico, sem esquecer os mais desfavorecidos. "Os grandes líderes distinguem-se pela sua capacidade de traduzir ideais em realizações concretas e mobilizadoras de esperança. Esse é, indiscutivelmente, o caso de Lula da Silva", disse Cavaco Silva.
As lágrimas não faltaram à chamada (Lula é famoso por chorar facilmente em momentos de emoção), mas não atrapalharam o discurso de Lula. Depois de, na noite de segunda-feira, ter sublinhado que "o FMI não resolve o problema de Portugal, como não resolveu o problema do Brasil" - "Toda a vez que tentou cuidar das dívidas dos países, o FMI criou mais problemas para os países do que soluções" -, ontem Lula voltou a falar do assunto. "O bloco [de Estados] economicamente mais importante da Europa demorou muito tempo para actuar e permitiu a especulação em outros países. Não acho isso correcto", foi a crítica deixada pelo ex-presidente do Brasil na Assembleia da República, apontando o dedo aos parceiros europeus, por não acabarem com a especulação contra os estados periféricos (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), e, sobretudo, às instituições financeiras. As críticas já tinham sido feitas à chegada a Portugal, anteontem, altura em que ressaltou que os culpados pelas crises financeiras que alguns estados estão a atravessar são invisíveis. "É preciso derrubar as barreiras comerciais nos países desenvolvidos, realizar reformas estruturais e proibir a especulação financeira nos mercados", sublinhou.
As lágrimas não faltaram à chamada (Lula é famoso por chorar facilmente em momentos de emoção), mas não atrapalharam o discurso de Lula. Depois de, na noite de segunda-feira, ter sublinhado que "o FMI não resolve o problema de Portugal, como não resolveu o problema do Brasil" - "Toda a vez que tentou cuidar das dívidas dos países, o FMI criou mais problemas para os países do que soluções" -, ontem Lula voltou a falar do assunto. "O bloco [de Estados] economicamente mais importante da Europa demorou muito tempo para actuar e permitiu a especulação em outros países. Não acho isso correcto", foi a crítica deixada pelo ex-presidente do Brasil na Assembleia da República, apontando o dedo aos parceiros europeus, por não acabarem com a especulação contra os estados periféricos (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), e, sobretudo, às instituições financeiras. As críticas já tinham sido feitas à chegada a Portugal, anteontem, altura em que ressaltou que os culpados pelas crises financeiras que alguns estados estão a atravessar são invisíveis. "É preciso derrubar as barreiras comerciais nos países desenvolvidos, realizar reformas estruturais e proibir a especulação financeira nos mercados", sublinhou.
Nem tudo foram críticas. Apesar de o testemunho presidencial ter passado para Dilma há já três meses, Lula mantém o carisma de líder e garantiu que o Brasil tem condições - e interesse - para ajudar Portugal a ultrapassar esta fase difícil. "O Brasil será muito solidário com Portugal, já que interessa que sua economia continue crescendo e não haja retrocesso", disse, ainda que tenha chutado a bola do ''como'' para a sucessora, Dilma Rousseff (ver texto ao lado).
Lula também fez do parlamento português o seu pódio para enviar mensagens à comunidade internacional, aproveitando o tempo de antena para repetir o que disse na semana passada, aquando da visita do presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil. "A moldura das alianças e das organizações internacionais construída no século passado, influenciada pela Guerra Fria, tornou-se manifestamente incapaz de dar conta das pressões do século XXI. É preciso mudar. É preciso levar em conta a existência da África, do Médio Oriente, da América Latina, da Índia." Traduzido por miúdos, Lula deixou claro que defende a reforma da ONU "e do seu Conselho de Segurança". Mas voltou, sobretudo, a sublinhar a necessidade urgente de se "forjar uma ordem económica mundial menos desigual, que traduza as nossas aspirações de liberdade e de justiça social". São questões que estão interligadas e, antes de seguir para Coimbra, deixou isso bem vincado. "O ambiente de estagnação ou de recessão é o pior para a causa dos direitos humanos."
Hoje, Lula volta a ser agraciado, desta feita pela Universidade de Coimbra - que lhe atribuirá o grau Doutor Honoris Causa por, nas palavras da vice-reitora das Relações Institucionais, Helena Freitas, ter sido dos "que mais fizeram, nas últimas décadas, pela vida democrática de uma nação de língua portuguesa".Fonte: I.
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