terça-feira, 8 de março de 2011

Morre, no Rio de Janeiro, o professor Emir Amed

Blog Limpinho & Cheiroso: O dia 5 de fevereiro ficará marcado por duas perdas irreparáveis. Em Havana, faleceu o médico argentino Alberto Granado, amigo de Ernesto Che Guevara, que o acompanhou em uma viagem de motocicleta por vários países da América Latina (clique aqui); e no Rio de Janeiro, o professor Emir Amed.
O professor universitário aposentado de Geopolítica Emir Amed teve uma vida dedicada à luta contra a ditadura militar e por um Brasil mais justo. Foi vereador e secretário municipal da cidade do Rio de Janeiro. Comunista histórico “não institucionalizado”, como gostava de dizer, o manauara Emir, nascido em 1933, era defensor de primeira hora de nossa Amazônia, desde os anos de 1950. Participou de várias lutas pela democracia no País e adotou como sua cidade o Rio de Janeiro.
Sua última batalha foi na campanha presidencial para eleger a presidenta Dilma Rousseff. Em meio à discussão sobre o aborto, fomentada por Mônica Serra, que abortara no Chile, Emir escreveu o texto abaixo para o Limpinho:
Olha como é a vida. Enquanto isso, em 1964, eu era perseguido em Cachoeiras de Macacu (RJ), com um filho de 1 ano e minha mulher grávida de quatro meses. Durante uma correria contra a perseguição militar, minha esposa levou um tombo e bateu com a barriga no chão. Depois, durante a prisão, JAMAIS, em momento algum, pensamos em “abortar” a criança, que nasceria em novembro e que hoje é médica. Apenas por comparação: José Serra era líder estudantil da JUC (Juventude Universitária Católica ) e presidia a UNE. Eu, já professor, tido como “famigerado comunista e ateu”. Quem era mais “cristão”: eu ou o cristão Serra? Por favor, se puder, transmita esta história para seus leitores.
Saudações eternamente socialistas
Professor Emir Amed
Rio de Janeiro
O professor Emir também era escritor e, dentre outros livros, escreveu O estado da terra e dos povos: a visão dialética. Para o Limpinho, ele escreveu “Manifesto de um brasileiro ao Papa” (clique aqui) e “Do tribunal da história, das eleições e do conselho de sábios da Globonews” (clique aqui).

Nenhum comentário: