quinta-feira, 3 de março de 2011

O problema das informações pessoais nas redes sociais

Você já experimentou digitar o seu nome na busca do Google? Se você tiver uma conta em alguma rede social, um site que tenha o seu nome, se alguém citou você em algum lugar da web ou se você simplesmente fez um comentário em um blog, não adianta tentar escapar, seu nome estará registrado no universo digital.
Cada vez mais, as pessoas estão deixando seus rastros digitais. Por meio de fotos, vídeos, textos, elas vão configurando e registrando suas vidas no ambiente on-line. A digitalização das coisas, de um modo geral, trouxe consigo muitas facilidades. Compartilhar uma foto, hoje, é muito mais fácil do que era alguns anos atrás. Assim também ocorre com os vídeos e textos que circulam na web.
Mas tantas facilidades podem representar alguns riscos, principalmente para os que abusam dessa liberdade.
Já parou para pensar nas inúmeras informações que você entrega a um site quando faz um registro nele? Quando você passa a fazer parte de uma rede social, seu nome e sua senha são a sua mais nova identidade, e é por meio deles que você será reconhecido. Muitossites permitem que você compartilhe suas informações apenas com quem você desejar – amigos, conhecidos ou qualquer um que acessar a sua página. Mas não pense que suas informações estão totalmente seguras. Primeiro, porque algum de seus amigos pode passá-las adiante. Segundo, porque vazamentos de informações por falhas do próprio site também podem acontecer.
Em uma entrevista à revista Info, o pai da WWW, Tim Berners Lee, tocou em um ponto muito importante em relação à privacidade naweb. Para ele, é perigoso que corporações como o Facebook, por exemplo, centralizem tantas informações a respeito de seus usuários. “Se um governo resolve baixar uma resolução antiterrorismo como argumento para acessar essas informações, pode até descobrir as intenções de voto dessas pessoas”, afirmou. Em locais como o Egito, em que foi fácil interromper a navegação, já que poucas empresas controlavam o acesso, obter tais informações pode ser extremamente fácil. Com base na lei, o governo ordenou que as únicas cinco redes de conexão internacional parassem de funcionar. E assim como foi relativamente fácil a ordem de restringir, igualmente será para acessar as informações que se desejar, não?
Berners Lee acrescentou também que o ideal seria que as redes sociais fossem descentralizadas, como a Diaspora, tendo, assim, uma privacidade total. Para quem não conhece, a Diaspora é uma rede social que ficou conhecida como “Anti-Facebook”. O mecanismo de funcionamento é quase igual; a diferença, no entanto, é que o usuário tem total controle sobre os seus dados pessoais, já que essa rede está embasada em um sistema open source; é uma rede distribuída. Assim, as informações não passam por qualquer tipo de servidor central, e ficam restritas a um só servidor.
A escolha acaba sendo de cada um. Você pode estar no Facebook e manter uma postura mais formal, pode cuidar o que publica, o que afirma, as fotos que coloca. Pode optar por confiar no sistema de segurança e agir como bem entende. Pode também decidir não entrar no Facebook, mas estar na Diaspora. Pode estar nos dois. As opções são diversas. A questão é o quanto você está preparado para cada uma delas. Em meio a tanta liberdade, já pensou nas suas responsabilidades? Forum da Liberdade.

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