Conversa Afiada: Como se sabe, o Juiz Macabu do Superior Tribunal de Justiça tem a possibilidade de enterrar a Satiagraha, numa pirueta engendrada pelos geniais advogados de Dantas (são mais de mil e muito bem pagos – clique aqui para ler ” Dantas pagou R$ 8,8 milhões a advogado que não o defendeu”).
Oito milhões até para quem não “trabalha” para ele. Pode, amigo navegante ?
Nesse grave momento – clique aqui para ler “Grão-tucano e Daniel Dantas são indiciados pela Satiagraha” – o Conversa Afiada recebe substancioso e-mail do Stanley Burburinho II (como se um já não infernizasse o PiG (*) que protege Dantas e a elite que ganha dinheiro à custa dos dois – Dantas e PiG).
O e- mail trata de funcionário de uma instituição híbrida: diz-se jornalística, faz lobby explicito e lança seus manuais inúteis nos salões nobres do Supremo Tribunal (com aquele “l” do Ministro Marco de Mello, por favor) Federal (idem), quando do Reinado do ex-Supremo Presidente do Supremo.
O supra citado funcionário apresenta-se como jornalista, mas cuidado.
Como demonstra o Stanley II, “jornalista” não é.
O que ele é a Polícia Federal sabe.
Avante com Stanley Burburinho II, incansável navegador:
Olá PHA, tudo bem?!
Descobri que o Daniel Dantas queria ser você. Acho que é por isso que ele te persegue.
Ou queria ser o Sílvio Santos … mas o sonho de consumo dele é ser jornalista, apresentador ou dono de mídia. Ele quer influenciar a opinião pública de qualquer jeito.
Em 2007, conforme relatou o jornalista Guilherme Barros antes de ser demitido da Folha de S. Paulo, o Daniel Dantas comprou a Editora Três ( Clique aqui para ler: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u114898.shtml ). Talvez seja por isso que o Attuch mandava tanto na Istoé, Istoé Dinheiro, Istoé Rural … Afinal, ele parecia de confiança da Carla Cicco, aquela que dirigia empresas do Daniel e escafedeu-se.
. Mas em 2010 o Dantas descobriu que quer ser dono de editora de livros. Convenceu o Raimundo Pereira a contar a estória dos escândalos dele, do jeito que ele gosta. E deu 200 mil motivos para o Raimundo Pereira enterrar a sua biografia em um livro sem pé nem cabeça que não convenceu nem os advogados do próprio Daniel Dantas.
. Acontece que tem gente séria escrevendo livros sobre as peripécias do Daniel Dantas. O jornalista Rubens Valente, da Folha, por exemplo, está para publicar o livro dele em algum momento de 2011. O Dantas escalou todo o Sistema Dantas de Comunicação para ir atrás do Rubens Valente, mas o jornalista é valente mesmo, e não é parente do Valente Dantas, e vai publicar o livro dele.
. Aí o Dantas teve a “brilhante” idéia de “empaçocar” o Rubens Valente. A “brilhante” idéia consiste em ter outros livros sobre o mesmo assunto, deixando a impressão que a realidade tem “múltiplas versões”. Assim nasceu o livro do Raimundo Pereira, intermediado pelo Greenhalgh, o famoso “Gomes” que aparece na Satiagraha fazendo lobby para impedir as investigações da PF contra o Dantas.
Clique aqui para ler o que o Mino Carta disse sobre esse livro .
. Mas o livro do Raimundo foi um fracasso. Vendeu menos de 500 exemplares, a maioria para os 283 escritórios de advocacia que trabalham para o Daniel Dantas.
. Então o Dantas teve outra “brilhante” idéia: “Preciso de um livro para lançar na mesma semana que o do Rubens Valente, assim eu confundo a cabeça de todo mundo”.
. E aí o Márcio Chaer anuncia no final de 2010 que o Cláudio Júlio Tognolli está escrevendo um livro sobre o Dantas ( http://www.conjur.com.br/2010-dez-30/operacoes-pf-inspiram-livros-juizes-delegados-jornalistas ). Segundo a matéria do Consultor Jurídico o livro do Tognolli ia sair em janeiro, mas como o Rubens Valente ainda não publicou o livro dele, o livro do Tognolli não saiu do lugar, atrasou.
. Mas porque será que o Cláudio Júlio Tognolli escolheu ou foi escolhido para escrever um livro favorável ao Daniel Dantas?
. Veja só estes documentos, caro ansioso blogueiro …
. O material anexo foi coletado na Operação Chacal da PF, com autorização judicial. O material anexo vazou na imprensa e na internet na época da Operação Chacal.
. A Operação Chacal foi aquela que investigou a Kroll, contratada pelo Daniel Dantas para espionar todo mundo, inclusive o ansioso blogueiro e sua família.
. No dia da Operação, um espião português chamado Tiago Verdial que trabalhava para a Kroll, foi preso.
. No material apreendido com a Kroll aparece uma extensa investigação chamada Projeto Tokyo, encomendada pelo Daniel Dantas. Dizem que o nome Tokyo era uma homenagem ao então Ministro Luiz Gushiken, então desafeto do Daniel Dantas.
. Mas o material apreendido também revela outras coisas. Por exemplo, que o jornalista Cláudio Júlio Tognolli era “fonte” do espião português da Kroll, Tiago Verdial. Isso mesmo, ansioso blogueiro. É a “fonte invertida”. Ao invés do jornalista coletar informações com o espião, o jornalista servia ao espião. O material não revela se ele fazia isso gratuitamente ou não.
. O que o material revela no email do Tiago Verdial para o Bill Goodall é que o Cláudio Júlio Tognolli entregava “reports” para a Kroll, e era chamado de “our journalist” ( NOSSO JORNALISTA !). Que coisa hein?! A Kroll também queria ser dona de editora e tinha um jornalista dela?! O material não revela se o “nosso jornalista” preparava e enviava relatórios para a Kroll de graça ou não.
. Além de preparar relatórios, Cláudio Júlio Tognolli falava muito com o espião português da Kroll pelo telefone. No email que Tiago Verdial manda para os seus chefes, o artigo que tem o “Project Tokyo 5″ chama-se “Tognolli.doc” e tem um parágrafo muito interessante:
Na última quinta-feira, durante uma chamada telefônica, o jornalista Cláudio Tognoli fez inúmeras declarações sobre a revista Consultor Jurídico, o governo do PT e a Itália Telecom. Ele disse que o ministro José Dirceu recebeu R$ 45 milhões da Itália Telecom e agora esta tentando, através da Consultor Jurídico, achar evidências daquele esquema de corrupção. Ele também disse que a Consultor Jurídico esta sendo informada pela indústria do Bingo, a qual declarou guerra contra o partido do PT desde que a Medida Provisória do Presidente Lula fechou todas as casas de bingo no país e proibiu a importação e operação de máquinas caça-níquel.
. Tognolli dá preciosas informações sobre o seu sócio Márcio Chaer e suas relações no judiciário brasileiro:
Marcio Chaer, Diretor Gerente da Consultor Jurídico, é também assistente de imprensa de vários juizes federais e profissionais da justiça. Tognolli mencionou que muitos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não falam com a imprensa antes de conversar com Chaer.
. Quem seriam os juízes que tem o Márcio Chaer como “assistente de imprensa”? Gilmar Mendes, Macabu, Mazloum??? Ué! Eu pensei que o Márcio Chaer era jornalista, mas ele também é “assistente de imprensa”?!?! Jornalista não é imprensa?!?!? Como é que ele consegue ser imprensa e trabalhar para juízes que precisam de “assistente de imprensa”. Isso é que é independência jornalística, não é? Então ele pode ser “assistente de imprensa” do Daniel Dantas também?
Viva o Brasil!!! Para coroar essa história sobre a independência jornalística dos livros do Daniel Dantas, vale a pena ler o Currículum Lattes do Cláudio Júlio Tognolli ( http://sistemas3.usp.br/tycho/CurriculoLattesMostrar?codpub=17A1288FC5B1 ). Você não tem o seu, ansioso blogueiro? No do Tognolli, ele coloca como “currículo” todos os artigos que ele escreveu no Consultor Jurídico … impressionante! E a USP ainda deixa esse cara dar “aulas de jornalismo …
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