terça-feira, 3 de maio de 2011

Bin Laden – Morre o Homem. E o Mito?

 
Escrito por João Drummond - http://amigosletras.blogspot.com/
A notícia da morte de Bin Laden por uma tropa de elite americana pegou o mundo de surpresa, na manhã desta segunda feira, 2 de maio de 2011.
Uma onda de boatos e especulações sobre a lendária figura e suas ações terroristas, espetaculosas contra alvos americanos, varreu o globo.
A mais emblemática e celebre foi o ataque as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001.
Dez anos depois do maior revés sofrido pelos americanos, nesta guerra diuturna contra o terrorismo, a forra veio como uma vingança tardia.
O alivio no mundo acidental foi evidente. As bolsas subiram, o dólar subiu, o preço do petróleo caiu, e as comemorações populares nos EUA não pareciam adequadas e condizente com o respeito que se deve aos mortos, mesmo se considerarmos que se referia ao maior líder terrorista destes nossos conturbados tempos.
Afinal diz o ditado que não se chuta cachorro morto, e sugere o bom senso que não devemos tripudiar sobre um defunto, ou quente ou frio.
A reação da sociedade americana, partindo principalmente de jovens, que ainda eram crianças quando o Império contra atacou, tem uma explicação simples e razoável.
Mostrou como a ação planejada e comandada por Bin Laden permaneceu como osso atravessado na garganta dos americanos, por uma década, menos pelas mortes de conterrâneos, e mais como um humilhante e fatal golpe no orgulho yankee.
Enquanto isto o mito Bin Laden crescia. De um lado, ao não ser alcançado pelo braço longo e justiceiro do tio Sam, e do lado mulçumano, o do homem que havia imposto o mais duro golpe que se tem noticia ao “grande satã”.
A capacidade de Bin Laden escapar por tanto tempo de todas as investidas dos Estados Unidos da America, consolidou a idéia da sua incolumidade. Só poderia, segundo a visão mulçumana, estar sobre a proteção de Alá.
Entre os boatos, apareceu, a possibilidade de uma farsa criada pelos americanos para por fim a sua incompetência.
Aquela teoria antiga de que o onze de setembro foi uma farsa também voltou com força. Nunca a levei a serio. Apenas porque ela não faz nenhum sentido. Porque criar-se uma dramaturgia tão cara e dolorosa ao povo americano a pretexto de justificar a invasão do Afeganistão, se nós sabemos que os EUA não precisam de pretexto ou de maiores justificativas para invadir, com seu formidável arsenal tecnológico quase todos os países do mundo.
Digo quase, por que ele não se arriscaria contra uma China ou uma Rússia, por exemplo, mesmo se tivesse todos os motivos do mundo.
Falam que Bin Laden não foi morto, alegando que não era justificável se livrar do corpo assim tão rapidamente.
Neste sentido podemos também fazer nossas especulações. E se ele foi morto e não jogado ao mar, mas congelado num freezer para defuntos?
A afirmação de que jogaram o corpo ao mar, teria neste caso o objetivo de se evitar sua tentativa de resgate, e da possibilidade de transformar seu corpo num motivo de peregrinação.
Para os Estados Unidos o mito do homem cruel e invencível esta morto, e neste sentido qualquer sujeito que aparecer a partir da notícia de sua morte, se identificando como Bin Laden, será apenas mais um sósia maluco.
A vingança ou a justiça, como queiram foi levada a termo e lavou a honra americana. Mas para o povo mulçumano será que o mito morreu? Ou será que nasceu um novo profeta para bradar aos quatro ventos, pela guerra santa contra o grande satã?
Quem sabe se uma voz soprada pelos ventos do deserto, não levará aos povos sofridos do oriente médio, a proposta de, não sete, mas cem virgens, como prêmio pela morte honrosa.
O corpo de Bin Laden neste caso, ou jogado ao mar, ou congelado num freezer, estará como um fantasma barbudo e vestes mulçumanas, a comandar agora uma tropa, não de terroristas, mas de fanáticos religiosos armados até dentes com seu ódio milenar, e todos os tipos de armas conhecidas, convencionais ou não. Até mesmo algum missel nuclear contrabandeado e destinado a levar a sua guerra santa para a era da mais alta tecnologia.
Ou talvez não. Que pode saber?

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