domingo, 1 de maio de 2011

O que vai acontencer dia 3 de maio? Voce precisa fazer.

Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior. Memorialista. cartaxoarrudajr@gmail.com - Editor do Blog da Dilma em Fortaleza Ceará
Penso em juntar os sobreviventes da velha turma que fazia grude de goma para colar cartazes. Saímos em grupos para pichar palavras de ordem, não era com spray que destrói a camada de ozônio, não, era sim, piche de alcatrão, cal, tintura vermelha, água, não era pincel e sim trincha de tucum, escrevíamos as palavras de ordem : Liberdades Democráticas, Abaixo a Ditadura, Fora o FMI. Anistia... Nas paredes das fabricas, de usinas, garagens, nos tapumes de construções, em campus universitários, colégios, templos religiosos, até nos muro do quartel, encruzilhadas, e caixas d’agua ...Nas noites sem lua combatendo a ditadura, de uma feita o comunista Tarcisio Leitão escapou pegando a bacia de grude colocando na cabeça e sai bradando o refrão:“ Vai a tapioquinha de coco. É gostosa e naturá”. E foi... Escapou por um triz. Eram 2 e meia da manha aquele refrão acordava os galos antes da madrugada e só a repressão não se dera conta que aquilo não era hora de vender tapioca! De outra, já tínhamos escrito o L de liberdade quando se aproxima a camioneta veraneio preta e amarela dos
agentes da ditadura. Quando eles desceram e foram ler estava escrito “Leia a Bíblia” o agente perguntou: Quem mandou você escrever isso ai? Respondi apontando pra cima: - O altíssimo, o altíssimo. Deixei-os procurando o altíssimo na imensidão do céu. E fui. Escapei, naquela noite sem lua, eu, a lata de tinta, a trincha e o altíssimo que não vou falar o nome, em vão. Apesar de não crer. Quero juntar a turma de novo agora para uma operação às claras, à luz do dia.
Pois vejo o que esta acontecendo no conceituado Colégio Pedro II do Rio de Janeiro a sala da Diretoria tinha o nome do almirante Rademaker integrante da junta militar da ditadura. Agora não existe mais desde o dia 20 de abril ultimo. Graças a sabia determinação de Helena Godoy, e-mails e apelos de ex-alunos e esse texto numa petição publica: Nós, abaixo assinados, protestamos contra o nome do Almirante Augusto Rademaker Grünewald, membro da Junta Militar de 1969, dado indevidamente ao prédio da Direção Geral do Colégio Pedro II.
A manutenção da triste homenagem ofende e mancha a memória de professores perseguidos, cassados e de todos os alunos barbaramente torturados e mortos naquele momento. Exigimos que se respeite e resgate a história do Colégio que desde 1837 forma cidadãos críticos, responsáveis e conscientes de seu papel na sociedade brasileira. ASSINA: COLETIVO “LUTAR QUANDO É FÁCIL CEDER” DO COLÉGIO PEDRO II.

Sinceramente, espero que se houver, peguem a placa de bronze na Direção Geral do Colégio Pedro II com o nome do Almirante da ditadura imposta pelo golpe do dia da mentira de 1964 elaborado em Washington a derretam e que o bronze seja refundido como sino e doado para as igrejas. É uma forma de aliviar o carma negativo impregnado nesse bronze. É esse o destino que deve ter o nome dos ditadores do Brasil da tal de revolução redentora gloriosa de 31 de março de 1964.
Acontece a mesma coisa com a praça principal do campus da Pontifícia Universidade Católica de Campinas essa tenta eternizar a memória do general da ditadura Emilio Garrastazu Medici, que deve ser também derretida, cuja maior contribuição para a educação brasileira deve ter sido a censura ao balé Bolchoi, pra não falar em Geraldo Vandré. Estudantes da universidade e o povo de Campinas luta para mudar o nome para Praça Frei Tito de Alencar Lima. Na cidade de São Carlos - S.P. depois de um ano de movimentação a Câmara conseguiu tirar o nome da Rua Sérgio Paranhos Fleury( arg) e substituir por rua Dom Helder Camara. É uma grande vitoria do reerguer da democracia. Em Fortaleza existe uma rua chamada de Laudelino Coelho torturador tão carniceiro quanto Fleury. Em Minas já não existe mais a Rua Dan Mtrione era em homenagem a um professor de tortura norte americano. A cidade de Teofilo Otoni das mesmas alterosas nos da um exemplo edificante a câmara votou e aprovou lei que determina a retirada em todos os locais públicos dos nomes dos generais que governaram o Brasil durante o regime de exceção do estado terrorista implantado com o golpe militar de 64. Teofilo Otoni é realmente um exemplo a ser seguido. As democracias reinstaladas em toda a America Latina passam por essa assepsia. Só no Brasil não. Em Portugal a primeira coisa que a revolução dos cravos fez foi mudar o nome da ponte Salazar para Ponte da Liberdade. Passaram mais de 30 anos, mas já não existe em Espanha nenhum dos 76 monumentos públicos em homenagem ao generalíssimo Franco. Hitler, Mussolini, há muito não são referencia geográfica nenhuma na Alemanha e Itália. Mas em Peri Peri num subúrbio de Salvador na Bahia tem uma Praça da Revolução e não é a dos Malês, ou da Praieira, ou a Confederação é a Redentora Gloriosa Revolução de 31 de Março. Aí é para derreter e transformar numa pia batismal ou numa gamela de macumba. Ficar assim não da. Assim não pode.
Mas aconteceu coisa boa em São Luis do Maranhão tinha uma Avenida lá com o nome de presidente Medici e o povo a dez anos já conseguiu mudar para avenida dos Africanos. Já na Praia Grande de São Paulo fizeram uma idiotice parecida com a de Fortaleza - Ceará transformaram o bonito nome de Av. Beira Mar em Av. Castelo Branco e achando pouco pioram mudaram a Av Tupiniquins para Av. Pres. Costa e Silva! Diga aí se pode? Pois pode, piorar a Av. dos Trabalhadores virou Av. Ayrton Sena. Agora o pior de tudo mesmo acontece em Fortaleza o Centro Social Urbano Presidente Medici foi promovido a Centro de Cidadania Presidente Medici. Os restos mortais do general Medici devem estar se estrebuchando todinho por denominar cidadania. E sinceramente a cidadania não merece isso, nem em Praia Grande. Em Fortaleza a Avenida Leste Oeste foi transformada em Avenida Presidente
Castelo Branco. E para não ficar atrás da Praia Grande de São Paulo transformaram a Avenida Perimetral em Av. Costa e Silva. Ainda bem que nem tudo esta perdido a Praça 31 de Março na praia do Futuro já não existe mais. Tomara que volte a ser Praça do trabalhador como denominou a primeira prefeita do PT de Fortaleza Maria Luiza Fontenele.
Vou juntar uns amigos e no dia 3 de maio colar em pelo menos uma placa uma folha de papel com grude pintado Avenida PERIMETRAL em cima do nome de Av. Presidente Costa e Silva. È que francamente não consigo passar nela do jeito que esta as seguidas placas novíssimas como nome dos generais da ditadura me provocam medo, paranóia, me acomete uma síndrome de pânico, as placas são inúmeras nas longas avenidas me provocando, náuseas, calafrios e revolta.
O povo não foi consultado, nem sabia, nem informaram foi uma arbitrariedade à revelia da consciência cidadã e democrática do povo de Fortaleza a cidade mais vermelha do Brasil, que jamais vai chamar a Avenida Leste Oeste a Avenida Perimetral de nome de ditador nenhum. E se a policia vier me prender eu vou apelar para o direito do consumidor se na placa esta escrito que ele é presidente esta errado. Eu não votei nele e não conheço ninguém que votou neles para presidente. Como é que vamos consumir uma mentira dessas; engolir um ditador como presidente! Vou dar uma de uma espécie de fiscal do Sarney da Historia. E você ?

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