quinta-feira, 30 de junho de 2011

Feliz Ano-Novo – de Martha Medeiros

Enviado pelo editor Júlio Amorim - Blog da Dilma em São Paulo
Foi-se embora mais um ano, 12 meses, mais de 300 dias em que pagamos contas e procuramos lugar para estacionar. Um ano a mais de experiências vividas, uma ano a menos de juventude. Um ano a mais de filmes que gostamos, trabalhos que nos frustaram e pessoas com quem convivemos menos do que gostaríamos. Tempo consumido em chopes, estradas, telefonemas, suor, tevê e cama. Você envelheceu ou cresceu este ano?
Envelhecemos sentados no sofá, envelhecemos ao viciar-nos na rotina, envelhecemos criando os filhos da mesma forma como fomos criados, sem levar em conta algumas novas necessidades, outras formas de ser feliz. Envelhecemos passando creme antirrugas no rosto antes de dormir, envelhecemos malhando numa academia, envelhecemos nos queixando da tarifa do condomínio e achando que todo mundo é estúpido, menos nós. Envelhecemos porque envelhecer é mais fácil do que crescer.

Crescer requer esforço mental. Obriga a tomadas de consciência. Exige mudanças. Crescer á a antirrepetição de ideias, é a predisposição para o deslumbramento, é assumir as responsabilidades por todos os nossos atos, os bem pensados e os insanos. Crescer dá uma fisgada diária no peito, embrulha o estômago, tem efeitos colaterais. Machuca.
Envelhecer não machuca. Envelhecer é manso, sereno. Envelhecer é uma apatia, um não-desempenho, um deixa pra lá, vamos ver o que acontece. O que acontece é que você fica mais velho e se considerando tão sábio quanto era anos atrás, anos que passaram iguais, sabedoria que não se renovou.
Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. É uma vitória secreta, sem testemunhas. O adversário somos nós mesmos, e o prêmio é o tempo a nosso favor. Feliz ano-novo!

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