segunda-feira, 20 de junho de 2011

Os debates de alta qualidade do #2blogprog

por Luiz Carlos Azenha - Vi o mundo:
Escrevo antes de voltar a São Paulo, sobre um encontro que ainda não terminou.
Já sabemos que, para os que tentaram acompanhar à distância, houve falhas nas transmissões.
Porém, posso dizer sem risco de erro que o #2blogprog foi um sucesso.
Houve mais inscritos jovens que no primeiro encontro, no ano passado.
Houve mais representatividade regional e de gênero nas mesas e nos debates.
Na abertura, o ex-presidente Lula reconheceu o papel importante que a blogosfera teve nas eleições de 2010. Focou na famosíssimo episódio da bolinha de papel, revelando que teve impulso de ir pessoalmente examinar as tomografias do candidato José Serra.
Pudemos ver de perto o efeito popstar que a presença de Lula desperta. Nos bastidores, antes de ser chamado ao palco, provocado pelo Rodrigo Vianna — ele e o ex-presidente são corinthianos — Lula disse, sobre a final da Libertadores, que o Santos era um time “neutro”. “Todo mundo simpatiza com o Santos e o Botafogo”, disse Lula, causando protesto dos santistas, que ainda não aceitaram aquela final perdida para o Botafogo no Pacaembu.
Na apresentação do ministro Paulo Bernardo, que focou a palestra nas questões relativas ao Plano Nacional de Banda Larga e ao marco regulatório das telecomunicações, um momento de tensão: foi quando Eduardo Guimarães questionou o ministro sobre a propriedade cruzada. Mais sobre isso em um post que dedicarei ao assunto.
Na manhã de domingo, um excelente debate entre o jurista Fábio Konder Comparato, o professor Venício Lima e a deputada Luiza Erundina.
Mas o que mais me entusiasmou foi a participação em duas mesas que aconteceram à tarde.
Numa delas, Marcelo Branco e Sergio Amadeu concordaram em discordar sobre o PNBL. Polêmica à parte, ambos falaram sobre a sociedade da informação e se referiram com bom humor à mesa que acontecia ao mesmo tempo, em outra sala, sobre Política e Internet, como “debate da era industrial”.
Lá, os partidos políticos, a hierarquia, as formalidades que acompanham a política institucional. Aqui, as novas formas de fazer política, as coalizões que se formam e se desfazem em torno de interesses comuns, a relação informal e vertical entre iguais.
Foi bacana constatar que, ainda que por apenas algumas horas, o #2blogprog conseguiu juntar esses dois mundos sob o mesmo teto.
Finalmente, a mesa sobre as recentes eleições no Peru, onde o movimento No Keiko, organizado especialmente através do Facebook, conseguiu angariar metade da diferença de votos pela qual Ollanta Humala derrotou a filha de Alberto Fujimori.
Foi uma descrição detalhada e fascinante da campanha feita por gente que participou dos bastidores dela.
Descobrimos ali, durante a palestra, que os peruanos da campanha de Ollanta copiaram a experiência dos universitários brasileiros que criaram, em 2010, a campanha #votoSerrapq. Aliás, a descoberta só foi feita porque um dos brasileiros que inventaram a brincadeira no Brasil estava na plateia e perguntou aos peruanos de onde tinha surgido a ideia do “por que voto em Keiko”.

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