O Globo - BRASÍLIA - Natural de São Gonçalo do Pará, antes de entrar para o mundo da bola e da política Perrella ganhou dinheiro como empresário do setor frigorífico. Em 1995, como conselheiro do Cruzeiro, conseguiu apoio do desgastado presidente do clube, César Masci, e se elegeu para sucedê-lo. Nunca mais perdeu o controle do time. Ficou por três mandatos, até 2002, fazendo o irmão, Alvimar Perrella, de sucessor. Graças ao prestígio com parte da torcida, Perrela conseguiu se eleger como o segundo deputado federal mais votado em Minas em 1998, pelo extinto PFL. Ao fim do mandato, em 2002, tentou o Senado, mas ficou em quarto lugar, com 2,94 milhões de votos. Quatro anos depois, elegeu-se para a Assembleia de Minas, onde se destacou como um dos deputados mais faltosos.
Em 2008, Perrella se elegeu mais uma vez presidente do Cruzeiro. As atividades de cartola e de político sempre se misturaram. Depois que o jornal “Hoje em Dia”, de Belo Horizonte, publicou notícias sobre a fazenda Guará, nos últimos meses, entrevistas exclusivas foram vetadas no Cruzeiro, o que gerou polêmica.
Afilhado político do ex-governador e senador Aécio Neves (PSDB-MG), Perrella chegou à primeira suplência de Itamar graças ao tucano. A vaga era uma das estratégias para segurar o PDT na chapa de Antônio Anastasia (PSDB) para o governo de Minas. Nos bastidores, Itamar resistiu à indicação do suplente — no plano nacional, o partido apoia o governo petista. Mas Itamar foi contrariado.
— Ele queria alguém do PPS, pois o Perrella é Dilma — conta um aliado do ex-presidente.
Com a morte de Itamar, a oposição perde uma cadeira para a situação, como ocorreu com a posse de Clésio Andrade (PR-MG) para suceder a Eliseu Resende (DEM-MG), morto em janeiro. Aécio é agora o único senador diretamente eleito pelos mineiros.
Perrella recebeu a notícia da morte de Itamar no Rio e deve participar do velório do ex-presidente, amanhã, em Juiz de Fora. Ontem, sua assessoria informou que ele não daria entrevistas. Em nota à imprensa, o cartola exalta o ex-presidente e promete dar o seu melhor no exercício do novo mandato.
“Os compromissos do ex-presidente para com Minas e o Brasil são conhecidos por várias gerações de mineiros, e deles todos nós nos orgulhamos. Tive a honra de ter sido indicado pelo meu partido, o PDT, como suplente do senador Itamar nas últimas eleições. Lamentando profundamente as circunstâncias, manifesto a todos os mineiros o meu compromisso de dar o melhor para garantir a continuidade do trabalho do senador Itamar em defesa dos interesses de Minas”, escreveu.
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