quarta-feira, 20 de julho de 2011

A importância de uma política industrial

Os detalhes de uma nova política industrial devem ser anunciados nas próximas semanas pelo governo, uma importante ação para auxiliar o setor
José Dirceu
A nova política industrial está em fase final de gestação no governo federal, devendo ter seus detalhes anunciados nas próximas semanas. Trata-se de importante ação com vistas a auxiliar o setor industrial brasileiro, que hoje já está às voltas com dificuldades competitivas no mercado internacional pelo desequilíbrio cambial, peso da carga tributária, obstáculos logísticos e burocracia.
É papel da nova política industrial atacar o peso dos tributos. O Congresso Nacional está com a responsabilidade de se debruçar e aprovar um projeto de reforma tributária, processo que não será de fácil execução devido aos interesses divergentes. Mas enquanto não reorganizamos o sistema tributário nacional, as medidas pontuais da nova política industrial vêm em boa hora.

Conforme já sinalizou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, haverá desonerações com o objetivo de aliviar a carga tributária sobre inovação e insumos (como energia elétrica, telecomunicações e combustíveis). As mudanças no setor de insumos são vistas por Pimentel como uma das grandes preocupações do governo, já que a atual estrutura tributária para a área não está adequada.
Uma possibilidade excepcional seria o governo anunciar já na nova política industrial a desoneração da folha de pagamento. Trata-se de uma proposta apresentada no Governo Lula e que tramita há tempos no Congresso como um dos itens da reforma tributária que a oposição tem impedido de ser aprovada. Estamos atrasados nesse aspecto, pois nosso sistema tributa pesadamente a contratação de trabalhadores, o que é um contrassenso. A desoneração da folha é também uma reivindicação dos empresários e resultará na redução dos custos de produção e em incentivo à inovação.
No entanto, o governo ainda calcula os impactos da perda de receitas com a desoneração da folha — estimativas iniciais apontam renúncia fiscal de cerca de R$ 90 bilhões, montante que não pode ser desprezado. O governo tem imprimido um rigoroso controle de gastos, e a mudança significaria encontrar outras fontes de arrecadação, algo inimaginável neste momento. Assim, a desoneração da folha poderá ficar para um momento posterior, como medida complementar à nova política industrial.
A nova política não nos exime de encontrar soluções para equacionar a valorização cambial e as altas taxas de juros básicos. Ambas prejudicam o setor produtivo e exportador, além de aumentar o Custo Brasil.
Contudo, sabe-se já que as medidas a serem anunciadas terão impactos decisivos no setor de comunicação, contribuindo para o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). O governo irá desonerar a construção de novas redes de transmissão de dados com o objetivo de estimular e acelerar na formação de uma infraestrutura de telecomunicações no país. A meta no PNBL é universalizar o acesso à Internet até 2014, por isso, a importância de aproximar a política industrial do plano.
Um dos focos das medidas é priorizar os produtos com maior conteúdo de peças e insumos nacionais, no chamado PPB (Processo Produtivo Básico), além dos incentivos às micro e pequenas empresas. Nesse sentido, o norte é o modelo adotado em relação aos tablets, pelo qual têm direito aos benefícios fiscais as empresas que produzirem em território nacional, criando empresas e ajudando no fortalecimento das cadeias produtivas.
Aguardamos com ansiedade ao lançamento da nova política industrial, pois não se pode falar em estruturamos nossa economia rumo a um patamar de desenvolvimento elevado sem fortalecer a produção industrial —dotando-a de condições para atender ao mercado interno crescente, mas também ao comércio exterior.
Sem políticas específicas, como as que o governo elabora; sem que o Congresso aprove a reforma tributária; sem equacionar o câmbio e os juros; sem avançar na infraestrutura, como temos feito via PAC (Plano de Aceleração do Crescimento); e sem reduzir o peso da burocracia para as empresas, não conseguiremos melhorar nossa produtividade, gerar empregos e experimentar desenvolvimento tecnológico. Logo, não conseguiremos dar conta do desafio cada vez maior que é o de fazer o Brasil um país mais igual e avançado.
José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

5 comentários:

Salomão disse...

EU AINDA NÃO DISSE NADA SOBRE A REDE GLOBO !!!!

O POVO BRASILEIRO QUE GANHA UM SALÁRIO DE R$ 545 REAIS CHORA TODOS OS DIAS COM ESSE SALÁRIO DE FOME, PASSANDO FOME, APERREIO,... SUFOCO !!!!

E A REDE GLOBO NO BEM BOM COM OS GOVERNOS DO PSDB-DEM DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E JOSÉ SERRA !!!!

Salomão disse...

A REDE GLOBO VIVE DOS FAVORES DOS GOVERNOS DO PSDB-DEM DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E JOSÉ SERRA !!!!

A REDE GLOBO QUER DINHEIRO PÚBLICO $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

É MUITO DINHEIRO PÚBLICO DO BNDES PARA A REDE GLOBO !!!!

Salomão disse...

O BNDES(BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL) SERVE A REDE GLOBO COM DINHEIRO PÚBLICO...

A REDE GLOBO QUER R$ 50 BILHÕES DE REAIS EMPRESTADO DO BNDES PARA INJETAR NA SKY OPERADORA DE TV POR ASSINATURA.

A REDE GLOBO QUER UM EMPRÉSTIMO DE R$ 50 BILHÕES DE REAIS DO BNDES QUE É DINHEIRO PÚBLICO PARA TURBINAR A SKY TV POR ASSINATURA !!!!

A REDE GLOBO SÓ QUER $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

Salomão disse...

DE PIRES NA MÃO

A Globo, o BNDES e a Record

Por Nelson Hoineff em 06/04/2004 na edição 271

Na verdade, não foi bem um programa jornalístico que a emissora colocou no ar, mas um imenso editorial atacando a Rede Globo e o BNDES. Aí, o programa poderia ter feito um estrago. Não há registro, na história recente da televisão brasileira, de ataques tão contundentes de uma rede à outra. Exceto pela campanha promovida pela Globo, não diretamente contra a Record, mas contra a Igreja Universal do Reino de Deus, logo após o episódio do "chute na santa".

O Dr. Roberto Marinho não conseguiu derrubar o Bispo Edir Macedo – e esta foi uma das poucas derrotas que conheceu em quase um século de vida. Oito anos e meio depois, a Record aproveitou o pedido de empréstimo emergencial de quase 4 bilhões de reais que a Globo estava fazendo ao BNDES para produzir um editorial em que acusa a emissora da família Marinho de passar por administrações irresponsáveis ao longo de muitos anos, inflacionar os preços sobretudo de eventos esportivos, pagar salários astronômicos aos seus artistas, tirar do povo o seu direito de escolha e, agora, buscar dinheiro dos cofres públicos para saldar as dívidas acumuladas.

De quebra, fazia de palhaço o presidente da Bandeirantes, Johnny Saad, ao tratar jocosamente uma frase pinçada de um de seus depoimentos no Senado, onde afirmava que as empresas podem fazer o que quiserem com o dinheiro obtido junto ao BNDES, inclusive "comprar canarinhos".

Pregadores e fiéis

Todo mundo conhece o episódio da proposta de empréstimo à midia e também a posição das emissoras (Record e SBT foram ao BNDES e também ao ministro Gushiken dizer que não queriam coisa alguma, que o dinheiro do BNDES deveria ser para novos investimentos, e a Bandeirantes acabou também se tornando contrária). Porém, a virulência do texto da Record para a massa de telespectadores no horário nobre é uma novidade. Maior novidade ainda está na pouca repercussão que encontrou. A sexta-feira (2/4), em nada refletia o tom emanado na noite anterior pela terceira maior rede de televisão do Brasil.

A Globo não respondeu. Já o BNDES, segundo o portal Comunique-se (5/4) e a Folha de S.Paulo (6/4), enviou notificação à Record solicitando direito de resposta e, segundo a assessoria do banco, vai entrar na Justiça caso o espaço não lhe seja concedido. O BNDES acusa o programa de ter deturpado os fatos, sido "calunioso" e "ofensivo".

No mesmo dia 5, o site do noticiário especializado Pay TV News afirmava que o custo político e o desgaste estão afastando a Globo do BNDES. A informação, obtida de "fontes graduadas das Organizações Globo", dizia que "neste momento, tudo caminha para que a reestruturação financeira do grupo seja feita sem a ajuda do BNDES" visto que "os benefícios da operação não compensam o custo político e o desgaste que uma eventual ajuda do banco estatal trariam à Globo". Pela mesma fonte, a negociação com os credores pode estar concluída ainda em abril e incluirá "um novo equacionamento espacial na dívida, que seria paga integralmente, sem deságio, até 2012".

A pouca repercussão pública de caso tão rumoroso, levado à massa de espectadores e envolvendo a emissora mais popular do país (acusada explicitamente de encorajar a miséria do povo), é o grande emblema desse fato. O passar batido, neste caso, reflete uma situação sobre a qual, no fundo, a Record está falando. Por que os programas repercutem na Globo e não repercutem nas outras emissoras?

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a-globo-o-bndes-e-a-record

hugo disse...

Quero aproveitar este espaço, para lançar um desafio aos jovens grafiteiros do Brasil. Usar a sua criatividade (comercialmente) e transformar espaços pixados em obra de arte. Desenvolver sôbre os rabiscos das pixações - várias criações artísticas - nascidas na imaginação de cada grafiteiro. Dá para descolar uma grana e ao mesmo tempo embelezar os espaços públicos e privados !!