segunda-feira, 4 de julho de 2011

Jobim ainda vai criar crise maior para Dilma

O ministro da Defesa (?) Nelson Jobim sempre um tucano encrustado no governo petista. Na era Lula, se sentia o interlocutor entre o governo e os militares, já que Lula ainda era visto com muita desconfiança pelos militares. Fanfarrão e falastrão, Nelson Jobim sempre gostou se se fantasiar com uniformes camuflados para demonstrar sua afinação com os militares.
Veio o governo Dilma, que pessoalmente pegou em armas contra os militares durante a ditadura, e Jobim se manteve no cargo. Certamente porque o governo Lula foi pusilânime o suficiente para não resolver problemas mal resolvidos pela nossa democracia, a respeito da punição dos torturadores. Este problema existe, tem resistência nas casernas porque no Brasil, sempre houve a perigosa noção de que as forças armadas são avalistas da democracia, e não a própria Nação.

Na semana que passou num evento de beija-mão promovido por tucanos e petistas para homenagear o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Nelson Jobim, que no governo Dilma está enfraquecido e com sua pasta esvaziada, decidiu jogar o cargo no ventilador. Em seu discurso de elogio a FHC, agradeceu a ele por ser ministro da Defesa, e não ao ex-presidente Lula. Além de dizer que convive com “idiotas”, isso sem citar nomes. Se convive com idiotas isto inclui a presidenta Dilma.
Mas Nelson Jobim é da escola do nefasto ACM, faz a denúncia de público e pede desculpas de forma privada. A insatisfação do ministro da Defesa tem origem no esvaziamento da sua pasta. Quem manda lá é José Jesuíno, outro que lutou na guerrilha do Araguaia. Dilma retirou do ministério da Defesa a condução das negociações para a compra bilionária dos novos caças da FAB e entregou ao Ministério da Indústria, comandada por José Pimentel, amigo de confiança da presidenta e que também atuou na resistência a ditadura. Não esquecer que Jobim costuma almoçar com o embaixador dos Estados Unidos para falar mal do governo.
Mas aguardemos. Nelson Jobim ainda vai criar novas crises.
Crise menor
Na semana que passou o governador Ricardo Coutinho mexeu no seu secretariado. Apenas uma novidade: Lindolfo Pires na Casa Civil. As demais mudanças são do tipo muda tudo sem alterar nada. Espera-se que Lindolfo, como chefe do governo possa ter autonomia para negociar, ser um interlocutor de verdade, coisa que Walter Aguiar não tinha nem conseguiu ser. Ricardo com Lindolfo na Casa Civil apenas deu uma arejada no governo, que continua centralizador. Mas sinaliza que vai ser mais flexível com sua base aliada, que vota nos seus projetos, mas não lhe deve fidelidade.
Assim caminha a humanidade!
João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br

Um comentário:

Cristiana Castro disse...

Isso aí é um encosto, como dizem aqui na minha terra!